DEZ ANOS DO BRACELETE

Parte 2: O Primeiro Milionário do Poker Online Brasileiro

Confira a segunda parte do especial 10 Anos do Bracelete de André Akkari


 

20/06/2021 12:11
Parte 2: O Primeiro Milionário do Poker Online Brasileiro/CardPlayer.com.br


Junho sempre foi especial para o poker. Mês da WSOP, de muitos braceletes sendo distribuídos. E apesar da pandemia ter mudado este cenário, em 2021, um brasileiro, em especial, tem o que celebrar.

No próximo dia 28, a conquista de um dos braceletes mais icônicos do Brasil faz aniversário. Há 10 anos André Akkari vencia Nachman Berlin, no heads-up do Evento #43 da World Series of Poker 2011, e embolsava US$ 675.000.

Para comemorar esta data histórica, a Card Player preparou uma série de 10 matérias sobre o principal embaixador do poker brasileiro.

Confira a segunda parte:

O Primeiro Milionário do Poker Online Brasileiro
Uma das coisas mais legais que o esporte gera, além do entretenimento, é a capacidade que ele tem de se estender para todos os lugares. O debate e paixão criados pelo futebol, basquete, automobilismo e outros tantos desportos vão da TV para o sofá da sala, passando pela mesa de jantar, pelo grupo de WhatsApp ou pela tradicional mesa de bar. E um ponto que sempre gera discussões acaloradas e infinitas opiniões diferentes são as famosas listas e comparações. Quem são os três melhores jogadores de futebol da história? Quem foi melhor, Pelé ou Maradona? Senna ou Schumacher? Federer ou Nadal?

No poker, não poderia ser diferente. Mas em um tópico específico não há discussão: André Akkari é o maior jogador da história do poker brasileiro. Veja bem, “o maior”, e não o melhor – ainda que, em um passado não muito distante, o título de “o melhor” também lhe caísse como uma luva.

Em 2008, uma época que o poker ainda engatinhava no Brasil e as grandes premiações do online apareciam em conta-gotas, ele foi um dos poucos a emplacar um prêmio de seis dígitos. Foi justamente nesse ano que Akkari conquistou sua maior premiação do poker online — e, pasmem, não foi em um evento de no-limit hold’em.



“Cara, foi muito fora da realidade. Na época, eu estava começando a estudar as modalidades do H.O.R.S.E. Aprendendo quais as melhores decisões que poderiam ser tomadas nos cinco jogos. Quando eu tive esse resultado, me empolguei muito mais para poder me conectar com os mixed games”, conta Akkari.

O resultado em questão foi o vice-campeonato no WCOOP, umas das séries de poker mais emblemáticas da internet. Com buy-in de US$ 10.300 e um field de 175 jogadores, o torneio mais que triplicou o garantido de 500K. Da prize pool de quase US$ 2 milhões, US$ 200.000 foram para o bolso do brasileiro.

“Naquela época, era uma premiação fora da realidade. Hoje em dia é normal. Tem premiação de 100, 200, 300 mil toda hora. Tem muita série gigante e mais gente jogando poker. Então foi uma coisa muito impactante. Não era esperado eu pegar uma premiação tão grande em H.O.R.S.E. Eu não tinha tanta habilidade naquele momento, mas acho que, no geral, o field não estava tão preparado. Não havia tantos grandes jogadores de mixed. Foi uma experiência bem legal e abriu ainda mais minha cabeça para jogar esses tipos de jogos”, diz Akkari, que anos depois fez mesa final em um evento de H.O.R.S.E. (2016) e em um de Razz (2019) na WSOP.

Mas e aí? Informações legais. Uma boa história. Mas o que a maçã tem a ver com o chocolate? O que isso tem a ver com título da matéria? Bom toda boa história, precisa de uma boa introdução.

Os primeiros passos de Akkari em 2008 serviram para pavimentar uma carreira ímpar e de muito sucesso. A consolidação e o apogeu de sua história no poker online viria anos mais tarde, mais precisamente em 2014.

Foi naquele ano que ele ganhou as manchetes dos principais veículos especializados em poker. Em 2014, pela primeira vez, um brasileiro (com o Sharkscope liberado) chegava a US$ 1 milhão de dólares de lucro no PokerStars. Um ROI milionário. Um marco, ainda hoje, em 2021, alcançado por pouquíssimos jogadores.

“Para mim, o jogo de poker sempre foi amparado em gráficos. Eu sempre tentei buscar o melhor gráfico possível e eu sempre admirei quem tinha esses gráficos bonitos. Quem não é do mundo do poker, sempre fica empolgado ao ver que um jogador ganhou um WCOOP, um Sunday Million. Mas quem joga poker, sabe que isso não tem nada a ver. Um resultado pode vir para qualquer pessoa, sendo profissional ou amador. O que dá o peso para alguém que realmente joga bem é o gráfico dele. E enquanto eu me dedicava ao online, sempre tive muito orgulho de ter um gráfico legal”.

“E nesse processo de evolução, quando você alcança uma marca que é esteticamente e financeiramente impactante, marca todo mundo. Marca para mim, para minha família, para as pessoas que estão perto de mim e para os meus negócios. É uma coisa que gera um marketing positivo enorme também”.



Mas deixar seus resultados abertos para todos, nem sempre foi uma decisão fácil. Ninguém coloca um outdoor na rua dizendo quanto ganhou no ano. No poker, não é muito diferente, e ele explica porque sempre deixou seus resultados à mostra quando era um grinder: “É claro que no Brasil você sempre tem que tomar cuidado com questões de segurança. Deixar aberto ou não o Sharkscope foi e ainda é um ponto sensível. Se você não deixa, parece que está perdendo e é ruim pra caramba. Se você deixa aberto, corre risco de ser sequestrado ou ser taxado injustamente pela Receita. Então, eu sempre ficava nesse samba doido. Particularmente, sempre fui muito cuidadoso com a parte tributária. Sempre paguei meus impostos direitinho. No final, achei que o bônus era muito maior que o ônus, então resolvi deixar a aberto, para poder fazer campanha em prol do poker, como jogo de habilidade, e continuar sendo referência e tendo representatividade como embaixador”.

“Até ali, em 2014, foi a época que me dediquei de verdade ao poker online. Fiquei muito tempo sem ter nenhum domingo na minha vida. Eu não ficava com as minhas filhas e minha esposa. Minha vida estava orientada para isso. Então quando você se dedica a algo, faz tantos sacrifícios e vê o resultado depois, a satisfação é enorme”.

O ano de 2014 foi realmente um marco em sua carreira, tanto pela marca expressiva, quanto pela decisão de diminuir drasticamente o volume de jogo na internet. Uma mudança gigante. De impacto. Mas essa história fica para os próximos capítulos.


Leia também as outras partes:
Parte 1 - A volta do Poker ao vivo
Parte 3 - Mudando para os Estados Unidos
Parte 4 - 
Da sociedade com Ronaldo à "filha" Fúria
Parte 5 - 
O primeiro jogador de Poker a ser patrocinado por uma marca esportiva
Parte 6 - O maior embaixador do Poker(Stars)
Parte 7 - O melhor amigo Neymar Jr.
Parte 8 - Para Sempre na Memória
Parte 9 - Revezamento da tocha olímpica e conversa com Bial
Parte 10 - A Grande Conquista



Já conhece o app Suprema Poker?
Baixe agora para iOS, Android ou PC e comece a jogar agora mesmo!

 



+DEZ ANOS DO BRACELETE

A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123