DEZ ANOS DO BRACELETE

Dez Anos do Bracelete - A volta do Poker ao vivo

19/06/2021 10:13

Dez Anos do Bracelete - A volta do Poker ao vivo/CardPlayer.com.br

Junho sempre foi especial para o poker. Mês da WSOP, de muitos braceletes sendo distribuídos. E apesar da pandemia ter mudado esse cenário, em 2021, um brasileiro, em especial, tem o que celebrar.

No próximo dia 28, a conquista de um dos braceletes mais icônicos do Brasil faz aniversário. Há 10 anos André Akkari vencia Nachman Berlin, no heads-up do Evento #43 da World Series of Poker 2011, e embolsava US$ 675.000.

Para comemorar esta data histórica, a Card Player preparou uma série de 10 matérias sobre o principal embaixador do poker brasileiro.

E a primeira delas, você confere agora.

A VOLTA AO POKER AO VIVO
Desde que ganhou o bracelete, em 2011, André Akkari nunca havia ficado tanto tempo sem empilhar fichas em um grande evento. A pandemia lhe forçou a se afastar de um dos seus ambientes favoritos. Seu último torneio foi no WPT Championship, no Seminole Hard Rock Hotel & Casino, em janeiro de 2020 — um ano e cinco meses sem jogar ao vivo. E seu último ITM foi em agosto de 2019 — quase dois anos. Muito tempo para alguém que sempre acostumamos a ver no topo.

Mas a espera acabou. Morando onde a pandemia parece estar ficando para trás, Akkari voltará aos feltros hoje. Ao meio-dia, ele engatará no US$ 3.500 WPT Tampa Championship, em Tampa, na Flórida.

“A expectativa é muito grande. A pandemia vem sendo muito pesada para todos. Jogar poker acaba sendo uma coisa secundária. Mas agora estou feliz pra caramba. Poder jogar, pegar nas fichas de novo, ver flop, “tribetar”. Poder fazer o que amo e o que fiz durante 17 anos. Se eu estou me sentindo pronto? Não, mas acho que ninguém está, acho que todo mundo está ferrado igual”, contou Akkari após sua risada característica, aquela mesmo que qualquer um que jogou com ele ou conversou por alguns minutos conhece.

Sua volta aos feltros coincide com o que ele mesmo afirma ser "o melhor momento na vida pessoal”. E a satisfação em seu rosto ao falar sobre isso corrobora com sua fala: “Cara, muita coisa mudou neste tempo. A Fúria (organização de esportes eletrônicos que ele é um dos fundadores) está voando e eu tenho uma tranquilidade financeira que trabalhei muito pra conseguir nos últimos anos. Hoje posso jogar quando quiser. É gostoso você se sentir como vários caras que a gente sempre viu jogar. Pessoas que não se preocupam com nada e se divertem pra caramba. Não tem aquela pressão de ter que ganhar, de ter que tomar a melhor decisão. Eu sempre fui condicionado a fazer isso, mas isso não quer dizer que eu não tinha a sensação de estar trabalhando. Mesmo que você trabalhe com algo divertido, ainda tem aquela parte profissional, aquela parte mais pesada. Eu estou cada vez menos com esse sentimento e cada vez mais feliz por estar assim. Significa que o que era muito divertido, agora vai ser ainda mais divertido. Por exemplo, eu ia viajar para jogar o EPT em Barcelona e tinha um calendário de eventos que eu não podia descumprir. Tinha que jogar o torneio das 17:00, se eu caísse, tinha que jogar o das 21:00. Eu não tenho mais isso de “eu tenho que”. Se eu quiser ir jantar com os amigos, eu posso fazer isso. E pra mim é legal”.

Mas nem tudo são flores. Seu semblante se fecha ao lembrar que longe dali, por aqui, no Brasil, a situação ainda é muito crítica: “A parte ruim disso tudo é que a situação no Brasil é muito triste. Isso me deixa muito mal. Eu não sei quando tudo estará bem por aí. Nós vamos terminar nossa conversa e vou sair pra comer em um restaurante aqui do lado. E lá todo mundo está sem. Restaurante lotado. A vida voltou ao normal. E paralelo a isso, tem pessoas que eu amo no Brasil e que estão correndo risco. Isso é uma m****”.

Mesmo em realidades completamente diferentes, a vida não para. Sem poker por aqui, em terras tupiniquins, no momento, o que podemos fazer é torcer — e você vai acompanhar todas as novidades o WPT Seminole Hard Rock Tampa aqui, na Card Player Brasil.