Junho sempre foi especial para o poker. Mês da WSOP, de muitos braceletes sendo distribuídos. E apesar da pandemia ter mudado este cenário, em 2021, um brasileiro, em especial, tem o que celebrar.
No próximo dia 28, a conquista de um dos braceletes mais icônicos do Brasil faz aniversário. Há 10 anos André Akkari vencia Nachman Berlin, no heads-up do Evento #43 da World Series of Poker 2011, e embolsava US$ 675.000.
Para comemorar esta data histórica, a Card Player preparou uma série de 10 matérias sobre o principal embaixador do poker brasileiro.
Na quinta parte da série, mais pioneirismo:
Não foi uma ou duas vezes que vimos André Akkari fazer história. Como embaixador ou como jogador, não dá para falar em poker no Brasil e não falar em seu nome. Em 2016, ele se tornou o primeiro jogador de poker do mundo a ser patrocinado por uma marca esportiva, a Puma.
“Foi legal para caramba. Para mim foi histórico e eu queria deixar essa marca registrada: o primeiro jogador de poker do mundo a assinar um contrato com uma marca esportiva. A batalha no Brasil era tão grande para colocar o poker no Ministério dos Esportes. Então era algo inimaginável. E é uma coisa tão surreal que se eu tivesse que pagar para falar que era jogador da Puma, eu pagaria. Mas aí vieram os caras e me ofereceram. Sonho, né?”
Ter a Puma como parceira foi mais uma das várias chancelas que o poker recebeu como esporte. Claro, as cifras não chegariam perto dos contratos de nomes como do goleiro italiano Gianluigi Buffon ou da lenda do atletismo Usain Bolt. Mas como ele mesmo disse, nunca foi sobre dinheiro.
“Cara, financeiramente falando, foi zero impactante para mim. No primeiro contrato, eu só recebia roupas para poder usar. Mas também é legal, né? Você receber material esportivo para poder jogar poker! É muito legal você estar vestido com uma marca que apoia um jogador de poker. Então eu queria deixar esse legado e deixei. Eu movimentei muita coisa aqui nos Estados Unidos com isso. Muitas matérias saíram ao redor do mundo”.
Diretor de marketing da empresa no Brasil, Fábio Kadow foi o responsável pela contratação — e segundo Akkari, “um homem com visão ímpar de mercado”.
“Para propor um projeto desses tem que ter que ser diferenciado. Do mesmo jeito que os caras olhavam para os esports há 10 anos e não viam o potencial, muita gente ainda não vê o potencial do poker. O cara tem que abrir o escopo dele e ver que o mundo não é só futebol, tênis e basquete. Então não é à toa que O Fábio é um fenômeno dentro da Puma”.
A parceria durou cerca de três anos e só não foi adiante porque um projeto bem maior “bateu em sua porta”:
“O relacionamento com a Puma foi fantástico e não acabou por não estar dando certo. A ideia era ficarmos muitos anos juntos. Só acabou aquele relacionamento profissional com por causa da FURIA. A FURIA recebeu uma proposta excelente da Nike. E aí era uma coisa muito boa financeiramente para a gente. Eu como parte da FURIA, não poderia seguir com a Puma, isso criaria um conflito de interesses. Por onde eu passo, eu tento deixar relações saudáveis, com a Puma não foi diferente. O Fábio é meu amigão ainda. Os caras lá me agradeceram muito, e eu também fiquei extremamente agradecido pelo que fizeram por mim. Além do carinho, ficou a história e o legado. Isso ninguém apaga”.
Leia também as outras partes:
Parte 1 - A volta do Poker ao vivo
Parte 2 - O Primeiro Milionário do Poker Online Brasileiro
Parte 3 - Mudando para os Estados Unidos
Parte 4 - Da sociedade com Ronaldo à "filha" Fúria
Parte 6 - O maior embaixador do Poker(Stars)
Parte 7 - O melhor amigo Neymar Jr.
Parte 8 - Para Sempre na Memória
Parte 9 - Revezamento da tocha olímpica e conversa com Bial
Parte 10 - A Grande Conquista
