Poucas figuras fazem tão bem ao poker como Barry Greeinstein. Dono de um carisma invejável, o jogador é um digno campeão dos feltros. Se vencer é uma arte, Greeinstein é um Da Vinci. A cada vitória, além da premiação conquistada, a honra de ter ganho a admiração e o respeito dos seus adversários, sentimentos que poucos jogadores têm o prazer de sair dos feltros com eles.
Barry Greeinstein nasceu em Chicago, a terceira maior cidade dos Estados Unidos e um fortíssimo polo econômico. Mas nem sempre foi assim. Em 1871, após três meses de seca, a cidade foi vítima de um incêndio avassalador. Até hoje é incerto o motivo do fogo, uns dizem até que começou com uma vaca e um lampião. O que importa é o sentimento de solidariedade e força de vontade que brotou daquela pequena faísca.
Após dois dias em chamas, o resultado da catástrofe, mais de 300 mortos, 100 mil pessoas desabrigadas e um prejuízo que ultrapassou os 200 milhões dólares. Como previu o arquiteto John Stephan Wright, em cinco anos Chicago teve mais habitantes, mais dinheiro e mais negócios do que teria sem o desastre.
O fogo que antes destruiu, hoje é o combustível para milhões de pessoas. Barry Greeinstein representa muito bem o espírito da sua cidade natal. Conhecido como o Robin Hood do poker, a cada vitória nos feltros, faz questão de se lembrar daqueles que não possuem a chance de lutar por uma vida melhor. Ao todo, já doou mais de 1 milhão de dólares para a Children Incorporated, fundação que ajuda milhões de crianças carentes em 21 países diferentes.
O contato de Greinstein com o poker foi prematuro. Ainda criança, seu pai fez questão de lhe ensinar tudo que sabia sobre o jogo. Seu objetivo era que seu filho conhecesse todos os seus segredos no poker.
Apesar de apreciar e entender muito de poker, a carreira profissional de Greeinstein começou de forma tardia. Antes de optar por jogar profissionalmente, ele foi para a Universidade de Illinois, a melhor instituição de ensino da região. Formou-se em Ciência da Computação, e logo em seguida engatou um doutorado em Matemática, curso que serviu ainda mais para aprimorar a sua técnica nos feltros. Nos intervalos entre os estudos, as partidas de poker contra os amigos fomentaram o seu nível técnico, e criaram um mito do esporte.
Seu emprego mais duradouro foi na empresa de computação, Symantec. Em 1991, Greenstein percebeu que teria mais sucesso no poker e optou por jogar em tempo integral. Sua decisão foi bem sucedida, e nessas duas décadas como profissional, faturou mais de nove milhões de dólares em torneios ao vivo.
Em 2004, conquistou o seu primeiro bracelete de ouro da World Series Of Poker (WSOP) com a vitória no $5,000 No Limit Deuce to Seven Draw. No ano seguinte, repetiria a dose com a conquista do $1,500 Pot Limit Omaha. O terceiro bracelete de ouro veio com o título do $1,500 Razz em 2008.
No World Poker Tour (WPT), Greenstein conseguiu manter o sucesso de outros eventos. O jogador é o líder em premiações na história da série, e já foi campeão em duas ocasiões.
Além dos torneios ao vivo, Greenstein participa das mesas de high stakes e da Bobby’s Room, e em ambos os lugares não costuma sair com os bolsos vazios.
Autor do livro de estratégia “Ace on the River”, no ano passado ele foi introduzido ao Hall of Fame do poker. Atualmente, o jogador mora com sua família em Rancho Palos Verdes no estado da Califórnia nos Estados Unidos.
Especialista em esportes desconhecidos, encontrou no poker um porto seguro. Converse com ele cinco minutos, e ele vai citar umas cinquenta pessoas. Vinte delas não existem, dez você não conhece e o resto ele falou o nome errado.