Montado em uma carruagem romana, o imperador Phill Helmuth chega a mais um evento da WSOP. Eclético, em outro torneio ele leva o seu jipe da segunda guerra mundial, e comanda um exército de belas mulheres. Quando está com muita pressa, o jogador prefere ir com o seu carro da Nascar. Já naqueles dias de maior descontração, opta por um traje a lá Lady Gaga.
Goste você ou não, com a presença do temperamental “Poker Brat”, os torneios de poker são mais técnicos, ácidos e divertidos. Afinal, não é todo mundo que tem coragem de dizer que “Se não houvesse sorte no poker, eu venceria sempre”.
Phil Hellmuth se apaixonou pelo poker no seu tempo de faculdade. No campus da universidade de Wisconsin havia muitas garotas e bagunça até demais, mas seu olhar foi conquistado pelos encantos do poker. Nas salas de aula, acompanhado da sua fiel companheira, a arrogância, derrotava colegas e professores, que indignados descontavam sua raiva nas notas do Phil Hellmuth.
Onde jovens começam a desenhar suas carreiras, Phil Hellmut construiu um montante capaz de realizar o seu grande sonho, pisar no templo sagrado do jogo, Las Vegas.
Testando-se em pequenos eventos, o garoto de vinte e dois anos decidiu que estava pronto para aquela viagem de descobertas. Ao chegar na cidade do pecado, Hellmuth deixou de lado os seus planos iniciais, e preferiu lucrar em todos os jogos. Quem tudo quer, nada tem. O gamão, os dados e as roletas foram adversários difíceis de superar aquele dia. Ali a sorte, ou a falta dela, falou mais alto e o caminho de volta para casa foi mais longo que o imaginado.
O jogador que já conquistou 13 braceletes da Série Mundial e se autodenomina o "Mozart do poker"
Sem deixar se abater, ele voltou a juntar uma boa quantia, e dessa vez jurou que não sairia de Las Vegas de mãos vazias. Hellmuth conseguiu ficar na faixa de premiação no Main Event da World Series Of Poker em 1988 e ainda chegou à mesa final de um evento de 7-card stud. Ele tinha certeza de que queria viver de poker, a questão era convencer os seus pais, céticos em relação à mudança.
O ano de 1989 guardava grandes emoções para esse topetudo. O sonho de ser campeão estava na hora de ser realizado. Ao sentar-se à mesa final da WSOP, uma verdadeira muralha estava a sua frente, Johnny Chan. O mundo do poker achava impossível que aquele garoto de 24 anos pudesse derrotar o atual bicampeão do mundo. Mas o improvável aconteceu, e Phil Hellmuth conquistou o título do evento mais importante do planeta.
Além do bracelete de ouro e do cheque de 875 mil dólares, ele entrou para história ao ser o jogador mais jovem a vencer o Main Event da WSOP, fato que só seria superado 19 anos depois, com o título do dinamarquês Peter Eastgate em 2008.
Às vezes, as frases de Phil Hellmuth conseguem ser mais incompreensíveis do que as letras de Gilberto Gil.
Depois do primeiro título, as outras vitórias vieram tão rápidas como sua paciência se vai durante as partidas. Somente na WSOP, Hellmuth soma 13 triunfos, 107 premiações e mais de 50 mesas finais, recordes absolutos. Esqueça os ataques e as atitudes mal educadas. Ao invés disso, divirta-se com as suas tiradas. Basta seguir o seu conselho: “quando eu reclamo, todo mundo gosta”.
Especialista em esportes desconhecidos, encontrou no poker um porto seguro. Converse com ele cinco minutos, e ele vai citar umas cinquenta pessoas. Vinte delas não existem, dez você não conhece e o resto ele falou o nome errado.
