Com o carnaval acontecendo, parecia que teríamos poucas novidades no mês que passou... Que nada! Os últimos trinta dias foram repletos de acontecimentos importantes. E como sempre, aqui vai minha opinião sobre eles...
Uma estrela chamada Daniela
Mais uma viagem no currículo, dessa vez para o Uruguai, para acompanhar o Latin American Poker Tour Punta Del Este. Pude acompanhar de perto o recorde de participação brasileira, com 68 representantes, e a vitória do argentino Jose Ignacio "Nacho" Barbero, profissional do Team PokerStars Pro que bateu o francês Nicolas Cardyn no heads-up decisivo.
Mas a história que mais me marcou foi a de Daniela Zapiello. Essa paulistana de apenas 23 anos precisou largar a escola para sustentar a família, trabalhando em supermercados, lojas de sapato e em empresas de telemarketing. Quando se tornou dealer de um clube em São Paulo, aprendeu o jogo que acabaria mudando sua vida.
Daniela é pequena, não deve ter 1,60 de altura. No primeiro dia, pouco se falou sobre ela. Até essa altura do campeonato, passou despercebida. Quando conseguiu a liderança no segundo dia, todas as atenções se voltaram para ela. A mídia se encantou com o sorriso da brasileira, que ganhou a simpatia de todos. Mas a mesa final ainda parecia um sonho distante, pois este era apenas seu primeiro grande torneio internacional, jogando com grandes feras do poker.
A menina não se intimidou e foi em busca de um lugar entre os oito finalistas. Durante o terceiro dia ela se tornou a única representante do sexo feminino na disputa. E encarou os marmanjos de igual para igual, conseguindo a vaga na mesa final, junto com outro brasileiro, o gaúcho Bernardo “bedias” Dias. Com a eliminação de Bernardo, Daniela passou a ser também a única brasileira. Durante um dos intervalos ela me confidenciou que já considerava sua participação uma vitória. Mas queria o primeiro lugar e o troféu!
A taça não veio – Daniela acabou caindo na quinta colocação, mas tornou-se a mulher mais bem classificada na história do Latin American Poker Tour. Na sua despedida da mesa, muitos aplausos da torcida brasileira. E, claro, o sorriso da menina sempre iluminando o salão. Tomara que ele brilhe ainda mais nos próximos grandes torneios... Tenho certeza que ela tem “estrela” e potencial para isso!
Quem disse que só acontece no Brasil?
EPT Berlim. Vinte e um jogadores restando no evento principal, sem contar os torneios paralelos e o High Roller, que aconteciam simultaneamente. Foi nessa hora que seis homens mascarados invadiram o Hyatt Hotel em busca de dinheiro...
A notícia chocou o mundo do poker, mas infelizmente para nós do Brasil ela não é novidade. Aqui no nosso país, várias casas de torneio já foram assaltadas, criando um problema para os organizadores e praticantes. Agora, infelizmente, essa preocupação não é exclusividade nossa.
Ponto positivo dessa história: a organização do European Poker Tour deu um show, reiniciando o torneio duas horas depois do acidente. Quem viu os vídeos sabe da dificuldade em cumprir essa tarefa... Com a confusão, as fichas se espalharam por todas as mesas e parecia impossível retomar as disputas. Parabéns a equipe do EPT e aos jogadores, que mostraram bom senso e honestidade na hora de reiniciar as atividades.
Pobre Seidel
Erik Seidel é uma das maiores lendas do poker. Em parte, por ter oito braceletes da World Series Of Poker e um titulo do World Poker Tour. Mas ele também ficou imortalizado por aparecer no filme “Cartas na Mesa”, perdendo o heads-up do Main Event da WSOP para Johnny Chan.
Agora, ele vai passar por outra “humilhação” perante o público que assiste poker na televisão: Seidel nunca havia vencido uma partida no National Heads-Up Poker Championship, o torneio em forma de “mata-mata” que é exibido pela NBC americana no mundo inteiro. Esse ano, ele conseguiu chegar à final e parecia bem próximo de conquistar mais um titulo importante para sua carreira, mas não foi dessa vez – Seidel perdeu a final para Annie Duke, e mais uma vez foi vice em um torneio captado pelas câmeras da TV. Pobre Seidel... ♠
