EDIÇÃO 32 » FIQUE POR DENTRO

Dominando a mesa final: Ação Veloz e Furiosa na Primeira Grande Vitória Live de Harrison Gimbel


Craig Tapscott e Harrison Gimbel

Harrison Gimbel, 19 anos, começou a jogar poker em casa em 2003, depois da inspiração do conto de fadas da vitória de Chris Moneymaker no Main Event da World Series of Poker. Gimbel terminou o colegial em 2009 e entrou para a University of Alabama. Depois de apenas duas semanas de aula, ele contraiu o que os médicos acreditavam ser gripe suína, e perdeu aulas durante uma semana. Durante essa folga, resolveu jogar poker online profissionalmente. Ano passado, ele ganhou um evento no Isle Casino, na Flórida, que lhe valeu $67.800. Ele tem mais de $800.000 ganhos em torneios online, e recentemente embolsou $57.300 por uma segunda colocação em um evento $1.000 Monday de no-limit hold’em no PokerStars. Ele se qualificou para o main event do PokerStars Caribbean Adventure em um satélite de $1.000 na véspera do início do torneio.

Mão nº 1
Stacks: Harrison Gimbel – 8.000.000; Barry Shulman – 7.200.000; Aage Ravn – 5.000.000; Benjamin Zamani – 1.400.000
Blinds: 60.000-120.000
Antes: 15.000
Jogadores na Mesa: 6

Conceitos Chave: Prestar atenção ao interesse de cada jogador no pote; conhecer as tendências de um oponente.

Craig Tapscott: Contextualize para nós. Ao chegar a essa mesa final, qual era sua estratégia básica para começar o dia?

Harrison Gimbel: Eu não tinha realmente uma estratégia quando cheguei à mesa final. Eu era o quarto de oito jogadores em número de fichas, com um estoque médio. Havia dois short stacks na mesa, então parecia que todo mundo estava esperando esses dois serem eliminados.

CT: Nessa mão, a mesa tinha apenas seis jogadores. Qual era a sua leitura sobre os oponentes na mão, já que você tinha jogado com a maioria deles durante vários dias?

HG: Barry Shulman em geral é bem agressivo, e não parece ter medo de jogar muitos potes. Ben Zamani tem um estilo bastante único que parece funcionar para ele. Ele joga de maneira muito pouco ortodoxa em comparação aos jogadores típicos, e eu sabia disso por ter jogado com ele online. Ele faz muitas apostas mínimas, e aposta pouco no flop. Ele também entra de limp periodicamente de qualquer posição e pode ser bem perigoso. Eu não tinha jogado muito com Ravn no passado. A única mão que eu joguei com ele foi quando restavam três mesas, mas eu sabia, por tê-lo visto jogar, que ele tinha potencial para dar reshove com muita facilidade.

Shulman dá raise para 300.000 de under the gun. Zamani dá shove all-in com 1.385.000. Ravn dá shove com 4.985.000 do small blind.

HG: Eu olhei para baixo e vi J J no big blind. A primeira coisa que fiz foi olhar para Barry Shulman, e ele parecia totalmente desinteressado em sua mão. Então, eu tinha plena certeza de que ele daria fold.

CT: Você considerava jogar essa mão de verdade depois de toda a ação na sua frente?

HG: Bem, Ravn demorou um pouco para analisar Zamani. Ravn já havia dado reshoves sem força no passado, e eu não acho que ele faria isso, depois de pensar, com Q-Q+ e A-K, então posso eliminá-lo dessa gama. Eu acredito que, se ele tivesse essas mãos, teria empurrado mais depressa. Tendo em vista o fato de a gama de Ravn ser bem mais ampla que J-J, eu achei que essa era uma boa oportunidade para ganhar muitas fichas.

Gimbel vai all-in do big blind. Shulman dá fold. Zamani apresenta 8 8 e Ravn mostra A Q.

Flop: 8 7 5 (pote: 11.745.000)
Turn: 2 (pote: 11.745.000)
River: 6 (pote: 11.745.000)

Zamani ganha o pote principal de 4.545.000. Gimbel ganha o pote paralelo de 7.200.000.

HG: Eu gostaria de falar um pouco mais sobre o que acho que foram as chaves dessa mão. Acredito que uma das maiores foi o fato de Barry Shulman ter parecido desinteressado quando Zamani e Ravn deram shove. Sabendo disso, eu pude concluir que ele não daria call. O outro conceito chave da mão foi que Ravn demorou um pouco pensando sobre o que fazer quando Zamani deu shove em Barry. Normalmente, Ravn é um jogador muito rápido. Eu acredito que ele agiria muito mais depressa com Q-Q+ e A-K do que ele agiu, já que conheço o estilo dele. Ele não é o tipo de jogador que faria cena com uma grande mão. Ao saber que Shulman daria fold e que Ravn não possuía uma mão muito grande, tive confiança para colocar todo o meu estoque.


Mão n° 2
Stacks: Harrison Gimbel – 24.650.000; Ty Reiman – 16.650.000
Blinds: 120.000-240.000
Antes: 20.000
Jogadores na Mesa: 2

Conceitos Chave: Metagame; saber que mão você está representando para um oponente.
Reiman dá raise para 520.000 do button. Gimbel dá call com A 4.

CT: Então, qual era a dinâmica heads-up entre vocês dois nesse momento?

HG: Em nosso heads-up, ele tribetava com mais frequência do que eu. Eu dava apenas call em muitos dos raises de Ty, e ele fazia isso bastante também. No início do HU, Ty tinha 28 milhões e eu, 17 milhões. Contudo, consegui tomar a liderança em fichas. Essa foi uma das primeiras grandes mãos que jogamos depois que eu me tornei chip leader.

Flop: 6 5 4 (pote: 1.080.000)
Gimbel pede mesa. Reiman aposta 630.000. Gimbel paga.

HG: Meu raciocínio foi que Ty desistiria diante de vários turns e daria check-check, então meu par de quatros poderia ser bom. Eu também posso ganhar o pote com um check-raise em algum momento. Também tenho o A, então sei que ele não pode ter o nut flush draw.

Turn: 10 (pote: 2.340.000)

Gimbel pede mesa. Reiman aposta 1.800.000. Gimbel paga de novo.

HG: Eu decido ver se consigo tirar o pote dele depois de dar check-call nessa situação.

CT: Por favor, explique isso mais detalhadamente. Essa não parece ser uma jogada muito lucrativa, a não ser que você tenha uma leitura insana da alma do metagame sobre Reiman.

HG: Se eu fosse jogar essa mão novamente, teria dado fold no turn. Meu raciocínio o tempo todo era que, se uma carta boa surgisse no river, eu seria capaz de dar check-raise all-in e ele teria que dar fold com muitos de seus pares, dois pares e algumas sequências. Se a carta do river fosse irrelevante, eu deixaria a mão pra lá não colocaria mais nenhuma ficha no pote.

River: 7 (pote: 5.940.000)
Gimbel dá check.

HG: A carta do river é de copas. Eu dou check de novo, planejando dar check-shove aqui. Acho que representei bem um flush draw ao dar apenas call no flop e no turn.

Reiman aposta 4.200.000. Gimbel vai all-in. Reiman dá fold. Gimbel ganha o pote de 10.140.000.

HG: Ele deu fold com 8-7 offsuit virado para cima — ele tinha flopado o straight — e eu ganhei um ótimo pote, que me deu uma grande liderança em fichas. Essa mão me deu momentum na partida, e eu acabei vencendo.




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