A frase típica de Scott Nguyen geralmente anuncia sua presença. Então, se você ouvir alguém gritando “Baby!” na área de torneio, pode ter certeza de que o “Príncipe do Poker” ainda está na disputa. Nguyen tem mais de $7,4 milhões em prêmios na carreira, dos quais $1 milhão veio de sua vitória no Main Event da World Series of Poker de 1998. Na opinião de Scott, a habilidade em executar um blefe bem-sucedido é fundamental para superar um grande field.
O blefe é boa parte do no-limit hold’em, e se você não souber como aplicá-lo, não conseguirá vencer torneios. Se apenas se sentar e esperar por ases e reis, será engolido pelos blinds. Depois de serem pegos blefando, alguns jogadores passam a jogar com medo. Ficam desconcertados e começam a agir de forma bem diferente. Quando eu sou pego blefando, sigo em frente como se nada tivesse acontecido, como se isso nem mesmo me incomodasse. Essa é minha atitude, mas, por dentro, eu digo a mim mesmo: “Cara, que vergonha!”. Espero que meus adversários paguem da próxima vez, porque assim eu poderei pegálos. O poker é um jogo de expressões e emoções. Você não pode deixar as pessoas perceberem o que você está pensado ou como se sente. Se for pego blefando, é claro que vai ficar envergonhado, especialmente se estiver sendo filmado. Só não pode deixar que os outros jogadores percebam isso, principalmente aquele que acabou de levar o pote. Já é ruim o bastante que alguém descubra seu blefe, mas você não pode dar a satisfação aos outros oponentes de perceberem que você está furioso, “entende, baby?”. Se eu estiver blefando e tomar um raise, às vezes vou voltar um reraise, dependendo do oponente. Sei que, geralmente, se um jogador tem uma grande mão, ele não aumentará: vai querer colocar lenha na fogueira para que eu reaja; e não vai fazer com que eu jogue minhas cartas fora. Isso significa que, se meu blefe sofrer um raise, meu adversário tiver uma mão mediana e eu estiver com fichas suficientes, posso blefar novamente para que ele dê fold.