De janeiro até dezembro, Dan Smith apavorou os seus adversários em todas as frentes. Nos torneios ao vivo, ele conquistou seis títulos e 3,6 milhões de dólares. Na internet, jogando com a sua conta no PokerStars, “‘Danny98765”, ele venceu o principal evento do site, o Sunday Million e embolsou $211.800.
Em todos os rankings que existem, ele aparece entre os líderes. O que ele tem de especial?
O jogador conversou com o jornalista da Card Player, Erik Fast. Confia o bate-papo entre os dois:
Erik Fast: Este ano você afirmou no Twitter o seguinte: Queria não ter que jogar torneios para não precisar que enfrentar os jogadores de torneios. O que você quis afirmar?
Dan Smith: Acredito que os jogadores de torneios estão adotando táticas erradas. Eles atualmente se preocupam demais em ganhar os potes pré-flop e penso que no fundo eles não entendem muito bem alguns conceitos próprios do poker. Eles perdem tempo tentando ser agressivos, mas eles não sabem o que é agressividade. Nos torneios é muito comum ver jogadores ganhadores cometendo erros incríveis. Nas mesas de cash game, esses mesmos “caras” não durariam muito. Eles quebrariam em alguns minutos, uma vez que os regulares de cash game são muito melhores que eles.
EF: A primeira vista, parece que os jogadores de torneios se sentem muito mais cômodos com o jogo pré-flop. Você acredita que é por este motivo que eles não têm sucesso nas mesas de cash game?
DS: Sim, acredito que é justo dizer que os jogadores de torneios não tem um bom jogo pós-flop. Claro que este é um conceito que generaliza o estereotipo do “jogador de torneios”, existem profissionais com uma boa leitura, mas a maioria apresenta falhas na sua técnica.
EF: Qual modalidade você começou a jogar e como foi que você migrou para o cash?
DS: Eu comecei jogando sit and go e depois percebi que o dinheiro estava mesmo no cash game. Fui para as mesas de $3 / $6, e estou lá há seis anos. A verdade é que eu jogava ridiculamente nit. Eu era sem sombra de dúvidas o jogador mais conservador da mesa, mas naquela época os meus adversários não eram bons e por isso que conseguia sair no lucro.
EF: Como você foi subindo de níveis? Este ano você venceu um torneio com buy-in de 100 mil dólares. Isso está muito longe de $3 / $6.
DS: Eu não jogo muito alto na internet. Os limites que eu participo são $25 / $50, e para mim é muito estressante, uma vez que posso chegar a perder 25 mil dólares em um dia. E ainda não tem muita ação. Acredito que as mesas de $2 / $4 e $3 / $6 são bastante exploráveis e é possível conquistar um bom dinheiro jogando ali. Quando jogo ao vivo, tento participar dos eventos mais caros que existem, afinal, por hora você joga somente 25 mãos, o tempo que eu passo sem jogar eu invisto no buy-in, ou seja, preciso gastar muito para ganhar bastante.
EF: Muitos jogadores da velha escola dizem que os jogadores que vem da internet são pessoas muito retraídas, sérias e que não fazem nada além de jogar. Eles afirmam que é necessário passar um tempo longe do poker. O que você pensa a esse respeito?
DS: Não sou simpático para ganhar mais dinheiro. Se eu trato de ser sociável, é porque a maioria do tempo eu não estou participando de uma mão em curso. Quando você joga limites muito atos, é comum encontrar pessoas muito bem sucedidas em suas respectivas aéreas, e os “grinders” não costumam se sentir bem nessas mesas. Outra coisa que noto é que as pessoas de fora do poker não são muito educadas com os “fish”.
EF: Existe algum jogador de cash que realmente te impressionou pela sua forma de jogar?
DS: Acredito que Isaac Haxton é um jogador altamente complexo. Já joguei muitas vezes contra ele e nunca ficou muito claro para mim o que ele iria fazer. Sempre que ele faz algo novo é complicado detectar de imediato a sua ação. Ele é um jogador muito inteligente.
EF: Somete ele?
DS: Meus amigos Andrew “LuckyChewy” Lichtenberger, Steve “Zugwat” Silverman e Randall “RandALLin” Flowers são adversários que você precisa evitar. Outro oponente que vem me trazendo muitos problemas é Phil “takechip” D’Auteuil, ele consegue tirar o melhor do meu jogo.
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