EDIÇÃO 90 » COLUNA NACIONAL

Ano novo, novas metas


Cláudio “PeixeFeliz” Davino
O último ano foi excelente. Consegui bater várias metas, mas acabei não atingindo outras também. Minha meta principal era conseguir R$ 120.000 de lucro no ano, tentando reproduzir minha antiga meta de 2013. E missão dada é missão cumprida. Não só realizar o objetivo com uma boa margem, como, pela primeira vez na vida, tive um mês com lucro de US$ 10.000, o que dá aproximadamente R$ 27.000 em um mês. Para um rapaz de 23 anos, que com 21 não tinha nem ideia do que iria fazer da vida, excelente. Mas, como vocês podem imaginar, nem sempre foi assim. Comecei de baixo, e por baixo fiquei durante muito tempo. 
 
Comecei a jogar poker em 2008 e fiquei algum tempo testando as diversas modalidades e decidindo qual seria a melhor pra mim. Optei pelo cash game e com os $40 fui jogar cash games NL2.
 
Subi degrau a degrau, às vezes tive que descer também. Nunca foi fácil. Investi em escolas de poker, coachings nacionais e internacionais, materiais de autodesenvolvimento e psicologia. Joguei NL2, NL5, NL10, NL25, NL50, NL100 e NL200, cada uma no seu tempo certo. Hoje, estou cada dia mais motivado para chegar nos limites maiores. Jogar NL500 e NL1000 não parece mais um sonho tão distante. Tudo depende da nossa força de vontade.
 
Eu nunca me senti muito habilidoso em nada. Acabei encontrando no poker uma válvula de escape e em 2010, jogando NL10, acabei conseguindo uma oportunidade para trabalhar como dealer. Eu não gostava muito. Comecei dando cartas em torneios, ganhando míseros R$ 50 por evento. Eram várias horas dando cartas para ganhar o lanche do dia mais R$ 50, que para mim era bastante dinheiro.
 
Após ficar bom nos torneios, fui convidado para dar cartas em um clube que estava abrindo em Maceió. Passei por um treinamento e comecei a trabalhar, ganhando um salário mínimo e as gorjetas. No final do mês, eu conseguia tirar algo em 2,5 e 3,5 mil reais por mês. Tinha encontrado finalmente uma oportunidade de ter meu próprio dinheiro.
 
Eu trabalhava aproximadamente das 19h até as 4h. Chegava em casa e tinha que dormir, para acordar às 7h ir para a faculdade. Chegava ao meio-dia, almoçava e dormia. Acordava às 18:30 e ia para o trabalho novamente. Então, decidi que trabalhar para os outros não era o que eu queria da vida. Não tinha como manter o ritmo da faculdade com o trabalho. Pedi demissão e acabei ficando muito tempo somente estudando e, aos poucos, escalando os limites entre a NL10 e a NL50.
 
Quem joga poker há muito tempo sabe como as coisas eram difíceis. Sempre existia o preconceito. Não tinha esse papo de que poker é esporte. Todo mundo falava que era perda de tempo, que era coisa de vagabundo. O que mais me incomodava era o fato que meus próprios pais não acreditavam em mim. Eles diziam que aceitavam, mas, no fundo, tinha pânico. Até chantagem emocional fizeram comigo. Mas eu estudei bastante sobre condicionamentos sociais e, no fim, eles queriam apenas o meu bem. Em 2012, com a mente despreparada e sem ganhar muito dinheiro, decidi largar o jogo. Minha mãe então me mandou para passar 4 meses no Canadá.
 
Foi sem dúvidas a melhor experiência da minha vida. Conheci pessoas do mundo todo, morei sozinho, meu inglês melhorou muito e, principalmente, criei perspectiva de vida. O padrão de vida lá era alto. Gastava-se muito, mas vivia-se muito bem. Voltei decidido a mudar de vida no Brasil, a ganhar dinheiro, ser alguém respeitado pelo que faz e que faz o que gosta. Mesmo sem apoio, corri atrás do que acreditava, decidido a mostrar para todos aqueles que duvidaram de mim que eu conseguiria, que eu seria grande e que talvez um dia eu inspirasse pessoas. Foi assim que nasceu o jogador que vocês conhecem hoje, focado na evolução e em ser o melhor.
 
O meu objetivo neste ano é ser o mais produtivo possível. Decidi criar o “Desafio 100k”, que consiste em jogar uma média de 100.000 mãos por mês e ter um lucro de US$ 100.000 no ano, ao mesmo tempo que mantenho atividades como dar aulas, terminar a faculdade, treinar jiu-jitsu e fazer musculação.
 
Será um desafio e tanto, mas já coloquei tudo no papel. É tudo possível. Desafio vocês também a criarem desafios pra 2015, com metas arrojadas. E que venha este novo ano.
 



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