EDIÇÃO 86 » COLUNA NACIONAL

Poker na vida, Poker nas universidades


Ivan “RoyalSalute” Santana
Na coluna desse mês, vou comentar, com um imenso prazer, sobre a aula inaugural da disciplina de Fundamentos do Poker na Unicamp, uma das mais conceituadas universidades do País.
 
Como alguns sabem, o professor Cristiano Torezzan abriu, no ano passado, na Unicamp, a disciplina de Fundamentos do Poker, eletiva para o curso de Ciência do Esporte.
 
Neste ano, assim como no ano passado, tivemos lotação máxima. Foi um sucesso, com uma excelente proposta que agradado a alunos e professores. O objetivo da disciplina não é formar jogadores de poker. Não há jogo na sala de aula e muito menos apostas. O objetivo do curso é mostrar toda a complexidade do poker e os inúmeros fatores associados para tomadas de decisões de riscos, como a parte estratégica, lógica, matemática e psicológica do jogo, sendo tais habilidades muito úteis em outras áreas também.
 
Participei nessa primeira aula como professor convidado, junto com meus amigos André Akkari, Leonardo Bueno e Victor Marques. Respondemos diversas perguntas dos alunos em relação ao jogo em si: a rotina de um profissional, o estado do poker no brasil, entre outras coisas. No ano passado, eu já tinha dado uma aula como professor convidado e foi uma experiência única, principalmente porque que eu sou formado na Unicamp. Neste ano, além dessa aula inaugural, devo ministrar outras aulas. Como diz o ditado: “O bom filho a casa torna”.
 
A experiência foi muito boa e só tenho a elogiar a Unicamp pela iniciativa. Acredito que outras faculdades possam seguir o exemplo e vamos trabalhar para isso. Um dos meus objetivos atuais é exatamente expandir o ensino do poker pelo Brasil, não só com coaching e palestras, mas também como ensino acadêmico. Acredito que as habilidades que um jogador de poker aprende são úteis em diversas áreas da vida, não só na área acadêmica e profissional como também nas relações interpessoais. 
 
Por exemplo, não é fácil ter o autocontrole emocional que o poker exige. Saber controlar o tilt é uma tarefa árdua e exige uma preparação adequada — e tal aprendizado é muito útil em outras áreas. Quantas vezes não ouvimos falar para não tomarmos decisões de cabeça quente? No poker, quando estamos tiltados, estamos basicamente de “cabeça quente no jogo”, e o poker lhe força a tomar decisões e saber “se esfriar” rápido nessas situações. Esse controle é importante em tudo na nossa vida.
 
Outros conceitos importantes do poker, como saber gerenciar riscos e bankroll, entender e saber enfrentar a variância, ler os outros jogadores da mesa e jogar de acordo com eles, são habilidades muito úteis. E o que dizer de toda a parte lógica e matemática do jogo, com estudo de probabilidade e combinações?
 
Colocar tal aprendizado nas escolas ou faculdades através de um jogo esportivo é um grande trunfo e só vejo benefícios. Como disse, espero que tal iniciativa não fique limitada apenas à Unicamp. No mundo, há várias faculdades que colocam o poker como uma disciplina optativa, inclusive o MIT — e acredito que a tendência seja de outras faculdades oferecerem esse rico conteúdo que nosso esporte tem para que alunos possam estudar.
 



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