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Card Player Pro: Reraise Pré-flop nos Blinds


Justin Rollo

Eu sou um profissional de torneios multi-table e ofereço vídeos de treinamento exclusivos para o Card Player Pro, desenvolvido pela PokerSavvy Plus. Como leitor da Card Player, você terá acesso a clipes dessas mãos e de muitas outras. Minhas colunas irão oferecer análises profundas sobre enredos interessantes de torneios. Além das colunas, você pode assistir a vídeos em CardPlayer.com, para uma melhor experiência de aprendizado.

Nesta coluna, discutirei um importante problema que acredito que muitos jogadores de torneio abordam de modo incorreto: dar reraise pré-flop nos blinds.

Quando você volta reraise pré-flop estando em posição (qualquer uma que não os blinds), há quatro aspectos a seu favor. Você tomou a dianteira na mão, pode induzir um fold, consegue definir a gama de possíveis mãos de seus oponentes e estará em uma boa posição pós-flop. Devido a essas vantagens que conseguiu ao ser agressivo, seus oponentes têm pouquíssimas razões para continuar se não tiverem uma mão muito boa. Essa é a razão por que o sucesso em torneios de poker baseia-se quase que inteiramente na agressividade seletiva.
Contudo, essa teoria se complica quando voltamos reraise de um dos blinds depois da ação de alguém. Ao fazer isso, você perde a mais importante das quatro vantagens que ganharia com esse raise: ter boa posição pós-flop.


Nessa mão, eu era o small blind e me deparei com um aumento do jogador que estava na posição UTG+1, segurando A-K. Essa, como a maioria das mãos sem par e de naipes diferentes, ganha mais força quando se vê todas as cinco cartas. Essencialmente, o que você deve fazer com todas as mãos de reraise (não apenas A-K) é tentar ganhar o pote pré-flop para evitar jogar fora de posição ou definir as mãos possíveis de seu oponente tão bem a ponto de jogar lucrativamente pós-flop. Em uma situação assim, dar call não ajudaria a definir a gama de mãos do inimigo. Além disso, aumentando apenas três vezes o valor do raise inicial dele, eu não afugentaria mãos suficientes, que irão pagar e jogar em posição pós-flop.

Quando chegou minha vez de falar, o pote estava em 880 e eu tinha que colocar 100 referentes ao meu small blind. Uma aposta inicial de apenas 580 daria a meu oponente uma boa razão para pagar. Ele teria pot odds de mais de 2-1 e posição pós-flop — bom o suficiente para muitas mãos continuarem na disputa de forma lucrativa. Assim sendo, a solução mais simples para combater esse problema é aumentar mais agressivamente dos blinds.

Em geral, será preciso deixar seus oponentes com odds menores do que 2-1 pré-flop, para fazer com que as ações deles não sejam lucrativas no longo prazo. Então, eu aumentei para 1.970, deixando meu oponente com a desconfortável opção de pagar minha aposta com odds um pouco piores do que 2-1. A outra grande vantagem de aumentar um pouco mais dos blinds é poder diminuir consideravelmente o número de adversários (em todos os torneios, exceto nos deep stacks). Isso permite a você recuperar um pouco da vantagem que se perde ao jogar fora de posição depois do flop. Nesse exemplo, meu oponente simplesmente pagou meu reraise. Nesse momento, eu pude concluir com certa confiança que o range dele era J-J ou melhor, e A-K. Limitando as possíveis mãos de meu adversário, pude jogar de acordo com essa informação e minimizar as potenciais perdas com as quais me deparei.

Um reraise mais forte quando se está nos blinds é uma lição importante a ser aprendida quando se joga diferentes modalidades de poker. Se você joga com stacks suficientemente grandes, raises padrão podem ser uma sentença de morte contra bons jogadores, que irão constantemente aproveitar as odds e a posição para jogar um poker lucrativo contra você.

Para ver Justin Rollo comentando sobre estratégias e sobre essa mão, visite CardPlayer Pro, o mais completo site de treinamento de poker, em www.CardPlayer.com/link/jurollo2 (em breve em português).




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