Em quase sete anos de história, a Brazilian Series of Poker se tornou a maior série de poker da América Latina e referência mundial em organização de torneios. Na etapa de Sauípe, dealers, diretores e a organização, no geral, novamente não decepcionaram, mas o local do evento, a tão badalada Costa do Suípe, ficou muito aquém da história e da grandeza do BSOP.
A principal reclamação dos jogadores foi em relação à alimentação. Segundo os próprios jogadores, a comida, ofertada pelo sistema “all inclusive”, era nitidamente de baixa qualidade. “A hora do jantar foi apelidada de ‘a brincadeira da roda-roda’. Todos davam três voltas em torno do buffet olhando as opções, sem coragem de enfrentar nenhuma”, disse pelo facebook o jogador Moacyr Farah, que sempre está presentes nas etapas do brasileiros.
A indignação com os serviços prestados pelo complexo não ficou só entre jogadores. Devanir Campos, o DC, Diretor do BSOP, divulgou uma nota, em seu nome e da organização. Segundo DC, os advogados da Nutz já estão analisando quais as medidas legais serão tomadas contra o resort. “Eu estive, pessoalmente, na visita técnica e conheci tudo antes do evento. Realmente, nos venderam uma coisa completamente diferente e infinitamente melhor do que entregaram”, disse DC.
Problemas à parte com o local, a etapa de Sauípe confirmou o bom momento do BSOP. Novamente, a prize pool ultrapassou com folga a casa de meio milhão de reais. Foram 443 entradas no total, 200 no Dia 1A e 243 no Dia 1B.
Para o Dia 2, o baiano Gustavo Valença era quem puxava a fila com 134 big blinds. Nomes fortes do poker brasileiro também avançaram entre os 138 classificados. Destaque para Christian Kruel que, depois de dois anos, voltou a disputar uma etapa – e mostrou estar afiado ao avançar entre os 20 primeiros colocados com 88 BBs.
Como de costume, o momento mais tenso do Dia 2 foi o estouro da bolha. Com apenas três antes, Dudu foi all-in do início da mesa com A♠Q♥ e viu três jogadores dando call. Todos deram check no flop A♠2♥J♦, e deixaram um agonizante Dudu esperançoso de sobreviver por mais algumas mãos. O turn foi um 10♦, o river, um 8♦. Desta vez, Léo Fachin apostou, os dois oponentes deram fold e ele mostrou A♦10♥, dois pares. Todos os jogadores estavam no dinheiro.
No Dia 3, vinte e sete jogadores ainda seguiam na briga pelo título. Representando a velha guarda do poker estavam Sanyo “MoneyEvil” e Christian Kruel. Com poucas fichas, eles não duraram muitas mãos. Sanyo caiu na 26ª colocação. CK, duas posições depois. Ambos embolsaram R$ 5.300.
A mesa final foi formada um pouco mais tarde. Com menos de 10 BBs, Com K♣J♣, Adrovan Rodrigues empurrou all-in depois do raise de Larry Lopes, que tinha A♦J♦. O bordo foi A♠K♠3♣10♣5♦, eliminando Adrovan na 10ª colocação.
Com os nove jogadores a postos, Larry era quem tinha o maior stack (83 BBs), mas o protagonista da noite seria um short-stack. O carioca Leonardo Vilela entrara com pouco mais de 10 BBs para a decisão. Depois de conseguir vencer um coin-flip e dobrar as suas fichas, Vilela jogou de maneira consciente. Evitando as situações de riscos, ele deixou o “serviço sujo” para seus adversários. Até restarem apenas três jogadores, o jogador do Rio de Janeiro ainda não havia eliminado ninguém.
A primeira vítima de Vilela foi Amauri. Os dois tinham praticamente o mesmo número de fichas, cerca de 20 BBs, quando se envolveram em uma guerra de blinds. Amauri se sentiu bem quando todas as fichas foram para a mesa e viu que seu adversário estava dominado. Seu A♥Q♣ se manteve à frente do K♣Q♦ de Vilela no flop 9♣2♠5♦, mas um Rei no turn colocou um ponto final no torneio do gaúcho.
No heads up, Marco Gonzalez tinha uma pequena vantagem, mas, logo no início da disputa, Vilela acertou um flush runner contra Marco, que tinha seguido no flop. Os dois foram all-in no river, o que deixou Marco com apenas 10 BBs. Na mão seguinte, Marco foi colocado em all-in por Vilela, que tinha 6-7. Com 8-9, o paulistano pagou e viu o bordo trazer um par de Setes para Vilela, que comemorou o título e o primeiro prêmio de quase R$ 200.000.
RESULTADO FINAL:
1. Leonardo Vilela (Rio de Janeiro) – R$ 186.850
2. Marco Gonzalez (São Paulo) – R$ 115.800
3. Amauri Grutka (Rio Grande do Sul) – R$ 82.650
4. Fernando Lorenzo (Bahia) – R$ 63.850
5. Larry Lopes (Rio Grande do Sul) – R$ 47.900
6. Joel Oliveira (Bahia) – R$ 35.900
7. Daniel de Freitas Júnior (São Paulo) – R$ 27.150
8. Gustavo Gomes (Minas Gerais) – R$ 19.200
9. Juan Teixeira da Cruz (Salvador - BA) – R$ 14.350
FICHA TÉCNICA
3ª Etapa da Brazilian Series of Poker
Local: Hotel Sauípe Class (Costa do Sauípe – BA)
Data: 11 a 15 de abril
Buy-in: R$ 2.200
Entradas: 443
Prize Pool: R$ 828.410
EVENTOS PARALELOS
POT-LIMIT OMAHA
1. Fernando “Grow”
2. Emerson Alves
3. Neilton Batista
HIGH ROLLERS
1. Ariel “Bahia”
2. Badaoui Youssef
3. Fernando “Grow”
6-MAX
1. Ignacio Esperon
2. Felipe Salgado
3. Zaiden Neto
LAST CHANCE
1. Wilson Júnior
2. José Batista
3. Marcos Palermo
BSOP 2013 – RANKING GERAL
Depois de três etapas, ninguém ainda conseguiu disparar na liderança do ranking BSOP. Com o excelente desempenho no torneio de Omaha e no High Rollers, Fernando “Grow”, de São Paulo, assumiu a liderança. Ele já é o terceiro jogador a ocupar a posição na temporada 2013. O curioso é que “Grow” ainda não conseguiu entrar In The Money nos eventos principais e, até a etapa do Sauípe, ele não figurava entre os 10 primeiros colocados. Mas ainda é cedo para qualquer prognóstico, já que a distância entre os primeiros colocados é de apenas um ITM.
1. Fernando “Grow” – 1.175 (NOVO)
2. Luiz Carlos dos Santos – 1150 (↓1)
3. Daniel de Freitas – 1150 (NOVO)
4. Zaiden Neto – 1095 (NOVO)
5. Pedro Correa – 1000 (↓3)
6. André Sá – 930 (↓3)
7. Joel de Oliveira – 890 (NOVO)
8. Pedro Padilha – 850 (↓4)
9. Leonardo Vilela – 850 (NOVO)
10. Marco Gonzalez – 850 (NOVO)
Campeão: Bracelete, pacote para jogar o Main Event do PCA 2014, um carro 0 km avaliado em R$ 50.000 e buy-in para o Main Event de todas as etapas do BSOP 2014.
Vice-campeão: 04 buy-ins para o Main Event do BSOP 2014.
3° Lugar: 02 buy-ins para o Main Event do BSOP 2014.