EDIÇÃO 62 » ESPECIAIS

O Maior espetáculo do poker brasileiro


Diego Scorvo
O Master Minds nasceu com um propósito: mudar o conceito dos eventos de poker. Com muita autoridade, pela segunda vez a meta foi cumprida.

No Espaço M, em São Paulo, 223 jogadores, interatividade única com o público e um ídolo do futebol mundial nos feltros.

No camarote, uma figura ilustre estava à espera do início do torneio: o ex-jogador Ronaldo “Fenômeno” Nazário. Quando o craque desceu para a aérea do torneio, muitos ainda não acreditavam no que viam. O herói da conquista do pentacampeonato, ali, pronto para participar do evento.

Conhecido por ter uma presença de aérea única, o Fenômeno aceitou o convite de abrir o evento, e, ao lado do jornalista da Rede Globo, Bruno Laurence, ele disse em alto e bom som: “Shuffle up and deal”. Com o aval de Ronaldo, começava ali um evento que mais uma vez mudaria a visão do poker brasileiro.

Mantendo a excelente estrutura da primeira edição, não foi surpresa a presença de grandes feras do poker nacional. Em cada mesa, meia dúzia de profissionais gabaritados. Jogadores que não entregariam as suas fichas de maneira fácil.

No Dia 1A, 115 competidores foram ao pano. Após o final do oitavo nível de blinds, 54 deles ainda continuavam com fichas. Quem puxava a fila, era o presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), Igor “Federal” Trafane, com 167.200 fichas.

A ação começou cedo no Dia 1B. Nos feltros, 108 jogadores. Entre os inscritos, o goleiro do Corinthians, Júlio Cesar. Ao final do dia, quem ensacou mais fichas foi Luizinho Ferreira, 103.200.

Para o Dia 2, os jogadores se prepararam para uma verdadeira maratona. A ação só seria interrompida quando o 25ª colocado, o indesejado bolha, fosse eliminado.

Um dos primeiros sobreviventes a cair foi o campeão olímpico de vôlei Rodrigão. Mostrando um jogo consistente, o gigante foi vítima de um adversário cruel, o baralho. Por duas vezes, o meio de rede da seleção brasileira teve seu par de ases quebrado.

Já perto do estouro da bolha, alguns fortes candidatos ao título se despediram do torneio. “Federal”, Fernando Araújo, Felipe Mojave, Vini Marques, Caio Brites, Lauriê Tournier, Rafael Marques e Pedro “PadilhaSP” foram alguns deles.

Quando restavam somente vinte e cinco jogadores no pano, a tensão já inundava o Espaço M. Quem tratou de acalmar os ânimos foi o carioca Bob Fraga. Depois de acertar um flush, ele eliminou Camila Kons na bolha do torneio.
Sem atraso, às 20 horas, o Dia 3 do MasterMinds 2 teve início – e num piscar de olhos, o field já havia perdido dois competidores. Na primeira mão do dia, Eduardo Marra e Luiz Machado foram eliminados na mesa da TV por Igor Souto.


Com o field reduzido a nove jogadores, a direção do torneio decidiu colocar todos na mesma mesa – e ali começou um show de poker. Com um lindo blefe, Marco Aurélio “Salsicha” conseguiu ganhar um grande pote contra Adriano Mauá, e, de quebra assumiu a liderança do torneio. Mas Adriano não ficou abatido e acabou sendo o algoz do bolha da mesa final: Eduardo Parra, paulista que, em 2010, conseguiu terminar na 32ª colocação do Main Event da World Series of Poker, o melhor resultado de um brasileiro no evento.

Com os finalistas definidos, agora era a hora de conversar com Vitão, apresentador da TV Poker Pro, tirar o dia de folga na terça, porque, na quarta, o Teatro União Cultural, palco da grande decisão, iria tremer.


MESA-FINAL

Com as fichas no pano, Rafael Watanabe ficou muito short logo no início da decisão. Sua queda era questão de tempo. Bem, não foi. Demonstrando calma, paciência e muita técnica, ele roubou o blind diversas vezes e também conseguiu dobradas decisivas.

Quando restavam apenas quatro competidores, sua eliminação parecia inevitável. Mesmo muito short, Watanabe mostrou que não foi ao Teatro União Cultural para ser um coadjuvante. Ele queria ser o protagonista. Sobrou para os favoritos da torcida. Bob Fraga e Marco Aurélio “Salsicha” acabaram terminando o evento na terceira e quarta colocação, respectivamente.

No heads up, Watanabe e Adriano Mauá (aquele mesmo que protagonizou o heads up épico contra Christian Kruel na etapa do Rio de Janeiro do BSOP 2010). A perseverança contra a experiência. Mas o excelente momento de Rafael Watanabe falou mais alto. Em poucos minutos, jogador de Osasco venceu o duelo e, de forma incrível, ficou com o título da segunda edição do MasterMinds.

No mês de novembro, o MasterMinds, pela primeira vez, vai sair da cidade de São Paulo. A nova casa agora será a Cidade Maravilhosa, palco da final da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. E se alguém duvida da capacidade de superação do evento, é melhor se preparar, André Akkari já disse que o espetáculo no Rio de Janeiro será ainda maior.



RESULTADO FINAL:
1. Rafael Watanabe – R$ 65.500 + Aéreo e hospedagem para o PCA (sem buy-in)
2. Adriano Mauá – R$ 41.000 + 03 pacotes para a BSOP
3. Bob Fraga – R$ 27.000 + 02 pacotes para a BSOP
4. Marco Aurélio “Salsicha” – R$ 19.000 + TV 3D 42”
5. Humberto “Kim” – R$ 9.500 + iPhone 4S desbloqueado
6. Marcelo “Marques” – R$ 7.000 + Fone de ouvido Beats
7. Nicolau Villa-Lobos – R$ 5.800 + Óculos Ray-Ban
8. Carlos “Carbingo” – R$ 5.150 + Óculos Ray-Ban


EVENTOS PARALELOS


BIG SHOT – 6-MAX (21 JOGADORES)
1º Gustavo “PiuLimeira” – R$ 15.920
2º Caio Pessagno – R$ 9.370
3º Eduardo Sequela – R$ 5.480

POT LIMIT OMAHA (55 JOGADORES)
1º Bruno Laurence – R$ 5.140

TURBO (32 JOGADORES)
1º Lucas “DiabloBrazil” Arnold – R$ 3.040



CURIOSIDADES
- No stand da River, Caio Pessagno mostrou que não é bom só no poker. Ele derrotou todos os adversários que o desafiaram no Pro Evolution Soccer 2012, jogo de futebol para Playstation 3

- No Dia 1A, a primeira formação da mesa da TV tinha Ronaldo Fenômeno e mais três ou quatro amadores, o curioso é que o primeiro eliminado da feature table foi um profissional bastante conhecido: Thiago Decano

- Dos jogadores que entraram ITM na primeira edição do Master Minds, Bob Fraga foi o único a repetir o feito no Master Minds 2. Ele chegou à mesa final nos dois eventos




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