Parada obrigatória para turistas vindos dos quatro cantos do mundo, Foz do Iguaçu é famosa pelo espetáculo natural das cataratas. Agora, a cidade aproveita todo seu potencial turístico para abrigar também uma etapa do BSOP.
A expectativa era grande. Não só pela estreia da cidade no circuito, mas também porque era nessa etapa que aconteceria uma cena que, de tão absurda, poderia se tornar antológica. Para quem não se lembra, na etapa anterior, em São Paulo, aconteceu o chamado “Duelo do Ano”. Foi uma disputa entre dois times de três de jogadores, na qual os membros da equipe perdedora jogariam o torneio de Foz fantasiados de caixa eletrônico. Pois bem, o time formado por Sketch, Will Arruda e Caio Brites venceu o de Eduardo Sequela, Marco Chacal e Paul César “PC”. Pena que o cumprimento da aposta acabou não acontecendo, e a pitoresca cena acabou sendo adiada por tempo indeterminado.
No Dia 1A, dentre os 175 jogadores incritos, apenas Marco “Chacal” Cheida entrou em campo. Vestindo sua tradicional camisa do “Poker de Rua”, ele foi um dos 41 jogadores que conseguiu avançar para o Dia 2. A essa altura, o líder com 100 big blinds era Fernando Grow, que acabaria chegando a mesa final.
Superada a decepção pela ausência dos “caixas eletrônicos” no field, o Dia 1B teve 193 participantes. Depois de 13 níveis jogados, apenas 49 jogadores continuavam na briga. Entre os sobreviventes, Eduardo Sequela. Quem puxava a fila era Diego Antunes, com 265.000 fichas.
Dentre os 82 jogadores que avançaram para o Dia 2, 36 deles receberiam pelo menos 4 mil reais. O grande campeão da etapa embolsaria R$ 128.000. A partir daí, as horas correram frouxas a bolha do torneio estourasse. Short-stacked, o jogador de Florianopólis, Wilson Darella, colocou todas as fichas no centro da mesa com par de dez. Dois adversários pagaram, e quando o flop trouxe K
♠J
♠8
♦, Varella sabia que estaria em situação complicada. O showdown serviu apenas para confirmar a eliminação do catarinense: um dos adversários tinha J
♥Q
♣ e acabou puxando o pote.
Com o estouro da bolha, o jogo tornou-se muito mais agressivo, é claro. A mesa final foi formada depois que Nelson Alfonso tentou passar um blefe em Luciano “Ligeiro”, que tinha top pair. E não é que um suposto “caixa eletrônico” estava entre os finalistas? Eduardo Sequela, mesmo sem fantasia, acabou chegando à mesa final.
9º Eduardo Sequela (R$ 9.300,00)
Rafael Caiaffa aumenta do UTG, Sequela paga do big blind e os dois vêm o flop com A
♠Q
♥9
♥. Sequela pede mesa, Caiaffa aposta. Sequela volta all-in toma call. O mineiro apresenta A
♥Q
♠ contra A
♦9
♦ de Sequela. O river é irrelevante, e Eduardo Sequela é o primeiro jogador a deixar a mesa final.
8º Roberto “Tito” Maltese (R$ 13.000,00)
Com menos de três big blinds e segurando K
♥9
♣, o paraguaio Roberto “Tito” vai para o tudo ou nada contra Luciano “Ligeiro”, que tem Q
♣Q
♦. O flop traz um Nove para Tito, mas turn e river mantêm a vantagem de Luciano. Fim de jogo para o paraguaio.
7º Renan Ribas (R$ 17.800,00)
Depois de perder para dois outs de Fernando Grow, Renan Ribas fica muito short. Depois de um raise de Carlos Mavca, ele vai all-in com do big blind com 8
♦10
♠. Mavca dá call com A
♦K
♥, acerta dois pares e elimina Ribas.
6º Carlos Mavca (R$ 23.200,00)
Mavca, agora short-stacked, vai all-in com A
♣7
♣. Rafael Caiaffa paga com A
♦9
♠, e o bordo traz quatro cartas de ouro, dando o nuts para o mineiro, que faz sua segunda vítima na mesa final.
5º Luciano “Ligeiro” (R$ 34.400,00)
Com menos de 10 big blinds, Luciano coloca todas as suas fichas no centro da mesa com Q
♦9
♦. Diego Antunes paga com par de setes e acerta sua trinca logo no flop, eliminando o paulista em 5º lugar.
4º Diego Antunes (R$ 46.500,00)
Rafael Caiaffa aumenta do small blind, e Diego Antunes responde com um reraise forte. Com mais fichas, Caiaffa vai all-in e toma call. O mineiro apresenta 10
♥10
♣, e Diego, A
♠K
♥. A carta mais alta do bordo é um J
♦, e Diego Antunes acaba saindo do torneio.
3º André Destak (R$ 58.500,00)
André Destak empurra all-in depois do raise de Fernando Grow. Segurando J
♠Q
♥, André se encontra em uma situação ruim perante o A
♠J
♣ de Grow. O bordo não melhora a situação para André, e Grow avança para o heads-up decisivo.
2º Fernando Grow (R$ 81.600,00)
Caiaffa aumenta com J
♥8
♥. Short-stacked, Grow vai all-in com A
♦9
♦, mas vê o adversário acertar dois pares. Grow termina como vice-campeão do torneio.
1º Rafael Caiaffa (R$ 128.000,00)
Quando a mesa final foi formada, Rafael Caiaffa tinha o segundo menor stack, e precisaria correr atrás dos líderes Luciano “Ligeiro” e Renan Ribas. Mas o mineiro conseguiu reverter a situação e acabou eliminando três adversários até chegar ao heads-up com uma vantagem de 2-1 contra Fernando Grow.
Se, em São Paulo, Felipe Nunes e Yuri Martins mostraram a força da nova geração do poker, em Foz do Iguaçu, Rafael Caiaffa mostrou que a velha guarda ainda tem muita lenha para queimar, e conquistou de maneira brilhante a 6ª Etapa do BSOP.
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Ficha Técnica
6ª Etapa do Brazilian Series of Poker
Local: Recanto Park Hotel (Foz do Iguaçu)
Data: 15 a 19 de setembro
Buy-in: R$ 1.800
Inscritos: 368 jogadores
Prize Pool: R$ 559.360
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