O mês de agosto e setembro foram os mais movimentados desde que iniciei no mundo do poker. Por isso ocorreram alguns desencontros que me impediram de estar na edição n. 2, mas aqui estamos para mostrar o que acontece pelo sul do Brasil. Espero conseguir falar nesta coluna sobre todos os desafios encontrados.
Começarei pelo BSOP, realizado no final de julho aqui em Curitiba. O evento, realizado na Apoker, consagrou a dedicação do Rodrigo (que eu já havia mencionado na coluna anterior) e sua esposa Andressa. O resultado: 117 competidores no torneio, o que só vem comprovar seu sucesso. Eu havia decidido que não pagaria entrada direta; optei por tentar os satélites e conquistei minha vaga gastando apenas R$ 100,00.
A decisão de entrar mais loose no evento principal foi um erro que me custou o torneio. A mesa com bons jogadores paranaenses, como Alberto Bruel, Zezão e Sérgio Brun, e também o paulista André Pagnillo, dificultou minha estratégia. Ganhava 2 a 3 mil fichas e em seguida as perdia, sem conseguir avançar, até que os blinds subiram para um valor em que os all-ins começaram a ser inevitáveis. Já no evento secundário, voltei à minha velha forma tight-agressive e tive lucro, não só por mim. O Luiz Filipe melhorou ainda mais meus ganhos, pois decidimos jogar o evento secundário depois de algumas boas sessões no Bestpoker.com, e entramos no torneio “cavalados” (ou seja, dividimos entre nós uma parte do prêmio conseguido – é comum os competidores fazerem isso para maximizar suas possibilidades de ganhos). Isto é permitido no poker, mas é preciso manter uma conduta ética, para não cometerem o chamado collusion (conluio). Em resumo, nós dois chegamos à mesa final jogando o bom poker.
Na primeira semana de agosto surgiu a oportunidade que estava esperando há um bom tempo: embarcar ao Conrad Resort e Casino, no Uruguai. Fomos em um grupo aqui do sul, organizado pelo Luis Geraldo, e a decisão de participar foi tomada no dia anterior à viagem (pois não havia vaga no avião). Uma viagem muito bonita, diga-se de passagem. Quanto ao evento em si, imaginava que o nível do torneio da quinta-feira fosse mais alto. A estrutura de blinds extremamente agressiva não permitia que você se recuperasse na competição. Ao entrar em mãos prejudiciais não há como ponderar jogadas. Minha eliminação serve de exemplo: com QQ eu abri um raise de 4 vezes o blind em utg +1 (stack 2500 fichas, blinds 100/200, 15 minutos) e recebi um all-in do dealer, jogador loose. Poderia até ter dado fold se os blinds fossem mais tranqüilos e tivesse um bom stack. No entanto, se eu fizesse isso depois ter dado raise, seria difícil que outra mão me salvasse daqueles blinds assassinos e do excesso de loosers na mesa. O outro jogador infelizmente tinha AA e dei adeus ao torneio. A boa notícia é que dois de Curitiba chegaram à mesa final desse torneio: Paulo Marcon Jr., meu irmão, e Luis Geraldo Campelo, o brasileiro mais bem colocado.
Quanto aos outros jogos, apesar de o primeiro dia de cash game não ter sido bom, devo dizer que fiquei contente com meus resultados (trouxe até uma ficha de 100 dólares como lembrança). Pena que fui o único do grupo que voltou com dinheiro no bolso.
Na segunda semana de agosto vários eventos aconteceram, entre eles o torneio de equipes em Florianópolis. Contudo, resolvi prestigiar aquele que foi o 1º torneio de poker de Paranaguá, organizado por Everton Felizardo e Rafael Coelho. Além de o evento ter sido muito bom, fui muito bem recebido pelo pessoal, o que faz com que tenhamos cada vez mais satisfação em trabalhar em prol deste esporte que tanto amamos. Fiquei mais feliz ainda por chegar à mesa final, confirmando a expectativa dos competidores que estavam lá.
Falando em felicidade, as maiores alegrias que tive neste mês foi ver a equipe “Federação Paranaense – Havana”, liderada por Luis Filipe e Leandro Amarula, ser campeã do torneio de equipes; e o novo site da federação pronto e preparado para esta nova fase do poker brasileiro. Não deixem de conferir, pois lá estará o lançamento da temporada do Circuito sul-brasileiro e Circuito Paranaense 2007-08. Por fim, na terceira semana de agosto, aconteceram dois eventos que empolgaram bastante: a comemoração da conquista do torneio por equipes no Havana, em Curitiba, e a viagem no final de semana para Campos do Jordão, para jogar o 150k do Bpfest – muito bem organizado. Fiquei contente por ter outros dois colunistas da CardPlayer na minha mesa: Leo Bello e o “profissaré” Vicenzo, que pagou all-in com 9-6off, dominado por K6s, e acabou fazendo uma seqüência com o nove e me tirou da competição. Além das figuras já carimbadas do poker nacional, como Robigol, Breda, Carlos Lauton e o Eduardo Noal – mesa perfeita. Embora não tenha conseguido mesa final, tanto num torneio como no outro, aquela semana na Internet foi a melhor que tive nos últimos meses, o que me deixou tranqüilo para viajar e poder curtir os amigos e a belíssima viagem a campos do Jordão. Parabenizo o paranaense, e único do sul, na mesa final do bpfest: o amigo Carlos Lauton, que já vinha se destacando nos torneios em Curitiba e agora se projeta como um dos grandes no poker nacional. No mês de setembro, mais agitação... O Floripa Open de Poker lotou o Hotel Majestic, 320 pessoas... Fiz mais uma viagem ao Uruguai e foi uma verdadeira aventura. Eu e o Luiz Filipe, entre um vôo perdido e outro, forramos.