EDIÇÃO 37 » FIQUE POR DENTRO

Overview - LAPT FLORIPA

Um aperitivo para a cobertura completa da próxima edição


Sérgio Prado

A expectativa era enorme. Há dois anos, o Brasil havia sediado o primeiro torneio da história do Latin American Poker Tour no Rio de Janeiro, mas havia ficado fora da última temporada. Depois de muita luta nos bastidores, finalmente Florianópolis foi confirmada como sede para a terceira temporada, trazendo o nosso país de volta para o circuito internacional.

O torneio foi um verdadeiro sucesso de público, com 356 jogadores inscritos. E mesmo com um buy-in elevado (para os nossos padrões), aproximadamente dois terços do field era composto por brasileiros, provando mais uma vez que o poker cresceu muito por essas terras. Com tantos compatriotas lá no Costão do Santinho ficava difícil destacar personagens. Mas eu fiquei emocionado com duas histórias que presenciei...

Igor Federal estava do meu lado na hora da entrevista coletiva que deu início ao evento, e ficou emocionado por ter sido citado várias vezes pelos organizadores. O presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em não participou da organização do evento, mas foi muito bacana ver seu nome sendo reconhecido lá em Florianópolis. E todos puderam perceber que o trabalho que a CBTH desenvolveu nos últimos anos, desde a sua fundação em 2008, pavimentou o caminho para que um torneio do porte do Latin American Poker Tour chegasse novamente ao Brasil.

Há algumas edições, escrevi sobre os caminhos que a organização do poker poderia tomar aqui no nosso país, pois fico realmente preocupado. Fiquei feliz em saber que o nosso jogo ainda mantém um espírito de cooperação que se sobrepõe a qualquer tipo de interesse que não seja coletivo, ao contrário de alguns outros esportes no Brasil. Bom trabalho, presidente!

Rodrigo Scartezini tem 27 anos e joga poker há quatro meses. Começou a se dedicar ao esporte para desviar sua atenção de um câncer que foi diagnosticado no começo desse ano.

Rodrigo me disse que o poker virou uma espécie de terapia que lhe ajuda a lidar com a nova realidade. E, juntamente com o tratamento quimioterápico, ele está fazendo uma espécie de tratamento terapêutico com o jogo, que o ajuda a colocar a cabeça para pensar em outras coisas. Ele usa o raciocínio para estimular o pensamento positivo.

Ele acabou não vencendo a disputa – terminou na sétima colocação e recebeu um bom dinheiro –, mas o sorriso no rosto depois da eliminação não era por causa do prêmio... Ele sorria porque teve sucesso no jogo que ainda está aprendendo a dominar, porque se divertiu muito nos quatro dias de torneio, porque teve momentos para levar para sempre...

E eu sorri também. Recebi uma lição de vida como há tempos não via.

Parabéns, Rodrigo, por sua força de vontade e sua determinação. Garanto que você adquiriu o respeito de todos que conheceram sua história. E também  tem a minha torcida para que a sua recuperação seja rápida e total.




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