Os leitores mais antenados já sabiam disso desde o começo do ano, quando coloquei a notícia nos meus blogs. Mas a confirmação oficial veio mesmo só agora no final de abril: o poker foi aceito pela IMSA (International Mind Games Association), sendo reconhecido na categoria de “esportes da mente”! E já vai até participar dos jogos mundiais promovidos pela entidade, que acontecem paralelamente as Olimpíadas de 2012, em Londres.
Ótimo, mas e agora? O que vai mudar?
Bom, agora teremos a aceleração do processo de aceitação do jogo pela sociedade. Se o crescimento do poker já vinha acontecendo a passos largos, com a mídia impressa e as televisões se interessando cada vez mais, com a chancela de esporte isso vai se tornar realidade ainda mais rapidamente. E finalmente aquela sua tia velhinha também vai parar de pegar no seu pé quando você estiver jogando seu home game com os amigos!
Mas fica uma dúvida: qual será o papel da Confederação daqui para frente? A CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em) teve importância fundamental na aceitação do poker como esporte. Essa era a principal bandeira desde sua fundação, e ela batalhou muito por essa conquista. Mas agora que o objetivo foi atingido, qual vai ser o papel da entidade que foi criada para regulamentar o poker no Brasil?
Por enquanto, o caminho da CBTH foi trilhado de maneira “tranquila”. Digo isso porque o objetivo era comum a todos os jogadores brasileiros, que sabiam que a principal causa era mesmo acabar de vez com a carga preconceituosa que pairava sobre o poker. Daqui por diante vai ser um pouco mais complicado... Vão surgir interesses diversos e muitas “prioridades”. E a Confederação vai começar a sofrer do mesmo mal que atinge as outras entidades esportivas do país, que é lidar com as diferenças. Vai ser impossível agradar a todos, as críticas vão aparecer... E nesse conflito de interesses, existem apenas dois caminhos que podem ser trilhados: o bom ou o ruim.
Fico aqui na torcida para que a CBTH não vire a CBF ou o COB... Esse é o caminho ruim, onde os chefões tomam decisões arbitrárias e controversas, e têm uma conduta moral sempre polêmica e suspeita. Espero que os dirigentes do poker brasileiro sigam o caminho oposto, aquele da democracia, sempre com os ouvidos abertos para escutar a voz dos jogadores que eles representam! Acho que o nosso papel (o meu como jornalista e o seu como praticante) é simples, mas muito importante: nessa nova etapa, temos que dar nosso voto de confiança a entidade que ajudou o poker a alcançar o status de modalidade desportiva. Mas também devemos começar a “complicar” a vida da CBTH, dando sugestões e tendo ideias para o desenvolvimento do poker no Brasil. Portanto, faça a sua parte desde já!