Neste artigo, vou me permitir falar um pouco da minha vida pessoal e de alguns recentes acontecimentos. Espero que vocês entendam e apreciem.
Atualmente o poker é tudo na minha vida. Passo o dia todo com ele na cabeça, seja preocupado com a organização e o andamento da Liga Curitibana e da Federação Paranaense, seja jogando nos poucos momentos livres que tenho. Mas tudo isso com muito prazer e satisfação. É muito gratificante ver o crescimento vertiginoso da Liga, acompanhando o movimento que vem acontecendo no mundo todo.
Tenho muito a agradecer a essa atividade, ganhei muitos novos ami¬gos, conheci pessoas fascinantes e inteligentíssimas. Hoje sou uma pessoa muito mais realizada do que três anos atrás, quando ainda atuava na Construção Civil. É cansativo passar noites em claro, mas garanto que vale a pena.
Porém, o maior agradecimento que devo ao “Poker” foi ter consegui¬do, através dele, proporcionar ao meu pai, o inesquecível Geraldão, os momentos mais felizes vividos por ele no final de sua vida.
Foram inúmeras as noites nas quais reunimos a família para dis¬putar alguns sit-and-go, tanto em Curitiba como em Caiobá, durante o verão. Era contagiante ver sua alegria com a casa cheia de filhos, netos e um bisneto. Como seu nível de jogo não era dos melhores, criamos uma regra inusitada: só era permitido ao Geraldão fazer rebuy, que por goza¬ção ele chamava de “bye-bye”.
Também graças ao poker, minha família e eu pudemos, nos últimos dois últimos, comemorar o seu aniversário e o de casamento com minha mãe, a Vó Têre, em Punta Del Este, no Conrad. O Geraldão adorava um Casino, e estava mais feliz do que “pinto no lixo”. Ele completou 85 anos no último dia 15 de maio, e 61 anos de casado com minha mãe. Apesar da idade, estava muito bem fisicamente e totalmente lúcido. Não demonstrava de forma nenhuma a idade que tinha.
Só quem teve o privilégio de conhecê-lo sabe a pessoa contagiante que ele era: uma cultura invejável, que passava da Física Quântica à Filosofia numa facilidade incrível. Suas características mais marcantes eram o humor, a alegria de viver e a perseverança quando as coisas não estavam tão bem. Era impressionante a facilidade com que cativava pessoas das mais diversas idades – sua imensa cultura ajudava muito nisso, pois tinha assunto para todo tipo de conversa. Como bem falou meu sobrinho Ricardo, na homenagem feita a ele no velório, “ele se foi cedo porque da maneira que curtia a vida, mesmo se vivesse 200 anos, ainda assim não seria o suficiente”.
A eterna lembrança que terei dele é de um “lutador”, uma pessoa que nunca se entregou, mesmo frente às maiores dificuldades – e neste ponto sempre contou com o irrestrito apoio de minha mãe. Quando sofreu o AVC que o vitimou, lutou bravamente durante 20 dias. Porém, não foi pos¬sível resistir, e ele nos deixou no dia 03 de julho.
A saudade vai ser grande, mas nossa maravilhosa família saberá amenizá-la com as felizes e alegres lembranças que você deixou! Descanse em paz, Geraldão! (Agradeço a todos que, de alguma forma, manifestaram seu apoio a mim e à minha família). ♠