Se pudéssemos resumir o ano de 2008 para o poker brasileiro em uma só palavra, diríamos: Conquistas!
Os últimos 12 meses foram históricos para o país. Afinal, obtivemos excelentes resultados, tanto online quanto nas mesas ao redor do globo.
Além disso, fomos palco de grandes eventos, alguns com premiações bastante altas e organização pra lá de profissional – o LAPT do Rio, que marcou a primeira passagem de um circuito internacional por terras brasileiras, é o melhor exemplo disso.
Vimos ainda o brasileiro mais bem colocado em um Main Event da WSOP, com o 55º lugar de Rafael Caiaffa.
E como ponto alto desse ano inesquecível, o bracelete de Alexandre Gomes, que eternizaria seu nome na galeria dos Campeões Mundiais com a vitória no evento #48 da Série Mundial.
Neste especial, relembraremos os principais fatos que marcaram o Poker nacional no ano de 2008. Divirtam-se.
Janeiro
Depois de um 2007 marcado pela mesa final de Leandro Brasa e pela chegada da Card Player ao Brasil, o ano de 2008 começou com muitas expectativas positivas para a comunidade do poker nacional. Para fomentar a prática desportiva do Texas Hold’em no país, foi anunciado o lançamento da versão brasileira de nossa corrida: o prêmio de Jogador do Ano da Revista Card Player Brasil.
No campo dos torneios, a Confederação Brasileira de Texas Hold´em agitou o tradicional bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, com o seu primeiro evento oficial. O conhecido jogador “Vovo_Leo”, após um rápido heads-up contra Pedro Largacha, ficaria com o troféu de primeiro colocado.
Fevereiro
No início de fevereiro, o PokerStars alegrou o país ao anunciar da inclusão do Rio de Janeiro como uma das cidades-sede de seu circuito latino-americano – o LAPT. Em sua primeira temporada, a turnê do Stars passou ainda pela Costa Rica e pelo Uruguai.
Foi também em fevereiro que o Rio de Janeiro, pela segunda vez, sediou um grande torneio: o Rio Poker Fest obteve mais de 500 jogadores inscritos e uma premiação superior a 500K! O paulista Rogério “Pistola” Whitaker levou a primeira colocação na disputa.
Março
Enquanto a Copag, uma das mais tradicionais fabricantes de baralhos do mundo, celebrava seu centenário, Felipe Mojave cravava, na Itália, o melhor resultado de um brasileiro em uma etapa do tradicional EPT – European Poker Tour. O 13º lugar de Mojave em San Remo marcou o início do que seria um ano de recordes e grandes conquistas para o poker brasileiro.
Abril
Naquele mês foi realizado o EPT “Grand Final” em Monte Carlo. Glen Chorny recebeu a maior premiação paga até então na Europa para um jogador de poker – US$ 3.1 milhões. O Brasil teria dois jogadores na zona de premiação: Felipe Mojave, com seu segundo ITM consecutivo em EPTs, e Giovanni “Tr3cool”, que ficou na 66ª posição.
No evento Second Chance de Monte Carlo, o curitibano Luiz Filipe “mestrefilipe” Andrade alcançou o 3° lugar em uma disputa com buy-in de 2 mil euros e field acima de 160 jogadores, incluindo alguns dos maiores ídolos do poker mundial. O paranaense mostrou que, não por acaso, seu nome vinha no topo do ranking da corrida de Jogador do Ano da Card Player Brasil.
Maio
O Brasil recebeu a primeira etapa do LAPT nos primeiros dias desse mês. Foram 314 jogadores inscritos, sendo 151 brasileiros – dentre os quais, vários grandes nomes do poker nacional. A disputa durou três dias e contou com a participação de inúmeras estrelas do PokerStars Team Pro, como Gavin Griffin, Humberto Brenes e a lenda Chris Moneymaker. A mesa final do evento acabou contando apenas com um jogador tupiniquim, o carioca Eduardo Henriques, que ficou com a quinta colocação. O campeão foi Julien Nuijten, holandês de apenas 19 anos de idade que voou baixo pelas mesas do Brasil.
No poker online, pela primeira vez tivemos 2 brazucas, “Tapatapa” e “Kima”, em uma mesa final do Sunday Million – o torneio milionário do PokerStars, realizado aos domingos. Para completar o agitado mês, outro jogador brasileiro apareceu novamente em evidência no cenário internacional: Thiago “Thedecano” Nishijima chegou à mesa final do WPT de Barcelona e conseguiu um inédito 3° lugar.
Junho
Após os excelentes resultados no EPT e no WPT, a expectativa quanto ao desempenho dos brasileiros na WSOP, maior série de torneios do mundo, não poderia ser melhor. E o dia 29 de junho entrou para a história do nosso feltro: após enfrentar um field de 2.317 jogadores e disputar uma mesa final que chamou atenção do planeta pela torcida agitada e pelo barulho extraordinário provocado pelos brasileiros nos salões do Hotel Rio, o profissional de poker Alexandre Gomes, de 25 anos, faria a comunidade brasileira do poker explodir em gritos de “A-há, U-hú! O Bracelete é nosso!”.
Era o primeiro bracelete de um jogador brasileiro na Word Series of Poker. Foi no evento #48, e “Allingomes” jogou grande parte da FT com uma bandeira do Brasil nas costas – momento inesquecível para o nosso Texas Hold’em! Parabéns, Alê, você escreveu seu nome na história do poker mundial com essa espetacular conquista!
Julho
Depois de sobreviver a seis dias de Main Event, o mineiro Rafael Caiaffa emergiu como o brasileiro mais bem colocado da história no Main Event da WSOP. O 55º lugar em um field de 6.844 jogadores foi realmente memorável. Depois de 30 dias em Vegas, Rafael contou à Card Player Brasil como testou seus limites físico, técnico e psicológico na Série Mundial.
Em julho, o ranking da Card Player Brasil sofreu uma importante alteração. Um jovem jogador de Belo Horizonte, com uma série de bons resultados, tomou para si a liderança do ranking: Caio Pimenta, com sua impressionante regularidade, colocou seu nome entre os prováveis favoritos ao título de jogador da temporada.
Agosto
Esse foi o mês das grandes contratações, de vermos brasileiros nos maiores times do mundo. O Full Tilt anunciou que três dos mais importantes nomes do poker nacional passariam a fazer parte de sua equipe de elite: Christian Kruel, Raul Oliveira e Leandro Brasa Pimentel. Já o PokerStars anunciou Maridu como sua nova patrocinada, e Alê Gomes se juntava a André Akkari como membro do estelar PokerStars Team Pro. Esses seis, somados aos dois jogadores do Best Poker Team, Rafael Caiaffa e Leo Bello, formariam o chamado “Big 8”, o seleto grupo de brasileiros patrocinados.
Na última etapa da primeira temporada do LAPT, em Punta del Este, Uruguai, Alê Gomes disputou seu primeiro torneio como jogador do PS Team Pro, conseguindo um belo 4° lugar. A mesa final do evento contou com nada menos do que três brasileiros: PC Ribeiro, Cidão Chreem e o próprio Alexandre. O título do evento ficou com o espanhol José Miguel Espinar, que venceria o experiente costa-riquenho Alex Brenes em um heads-up com mais de 5 horas de duração.
Setembro
Esquentava a briga pelo título de melhor jogador do ano. O mineiro Caio Pimenta e o paranaense “mestrefilipe” brigavam cabeça a cabeça pela liderança do ranking da Card Player Brasil.
Nos últimos dias do mês de setembro, Curitiba mostrou sua força e colocou 130 inscritos em uma etapa do BSOP. Além disso, os torneios regionais pegavam fogo com a aproximação da reta final.
Dando a volta por cima em sua carreira, um dos pioneiros do poker no país, Christian Kruel, fez bonito no Evento #20 da WCOOP – World Cup of Online Poker do PokerStars. Em um torneio com buy-in de US$1.000, ele chegou à mesa final, caindo na quarta colocação e faturando mais de $200K.
Outubro
O Poker chegou ao mais importante veículo de comunicação do Brasil, a Rede Globo de televisão. Leo Bello foi um dos entrevistados do Programa do Jô.
Nesse mesmo mês, nosso primeiro finalista em eventos da World Series, Leandro “Brasa”, após enfrentar um field de quase dois mil jogadores, fez o heads-up do $1.000.000 Garantido do Full Tilt, contra o fenômeno mineiro Caio Pimenta. Brasa saiu como o grande campeão do torneio, e Caio, com mais esse expressivo resultado, abriu vantagem e ampliou a distância em relação aos outros competidores na disputa pelo título de Jogador do Ano.
Um dia especial para as mulheres do poker nacional aconteceu em outubro: pela primeira vez uma mulher venceu uma etapa do BSOP, a 9ª da temporada 2008, realizada em Belo Horizonte. Gabriela Belizário ficou com a primeira colocação na parada mineira do circuito promovido pela Nutzz Eventos. Parabéns, Gabi!
Obviamente, não poderíamos deixar de lembrar que esse foi também o mês em que a matriz americana da revista Card Player completou 20 anos de idade – outro marco histórico para o poker.
Novembro
Foi o mês em que Las Vegas presenciou a primeira mesa final “atrasada” da WSOP, realizada mais de três meses após a definição dos finalistas. Com isso, a televisão pôde mostrar como os finalistas chegaram à FT, criando uma intimidade entre os jogadores e o público. Para os participantes, essa pausa representou tempo para estudar os adversários e negociar novos patrocínios.
No Brasil, o IV Nordeste Poker Fest agitou Fortaleza com 300K Garantidos, ratificando a importância e o crescimento do Texas Hold’em em toda a região norte/nordeste.
No sul do continente o Conrad promoveu, em Punta del Este, seu “Torneio Milionário”. O evento acabou atraindo um bom numero de jogadores brasileiros, e mais uma vez o destaque ficou por conta de Christian Kruel, que novamente chegou longe e cravou uma bela terceira colocação.
Dezembro
No mês de encerramento da temporada, as ligas regionais começaram a conhecer seus campeões. O título de campeão do BSOP foi para Floripa: Cláudio Baptista conquistou a temporada 2008, após um ano marcado pela regularidade. Parabéns, Cláudio!
No poker online, o Brasil cravou três resultados impressionantes. Finalmente vencemos o Sunday Million, façanha de “opis-sp”, jogador paulista de micro-limits. Puxamos também o Wednesday 250K GTD do PokerStars, com “Mestre_Filipe”. Para completar, Caio Pimenta praticamente selou seu nome como o jogador do ano da Revista Card Player Brasil após faturar o Grand Tournament da rede Ongame.
E pouco antes do natal, a Card Player Brasil presenteou seus leitores com o primeiro Podcast de Poker em língua portuguesa. Com isso, os jogadores brazucas agora podem ouvir entrevistas, dicas, comentários e análises de mãos direto no seu mp3 player, em português.
Assim fechamos 2008, um ano inesquecível para o poker nacional em todos os aspectos. E que venha 2009!