Sair de Rio Negrinho foi difícil. Escolher uma cidade onde fazer meu trabalho foi fácil: Curitiba.
Lá, certamente se joga um excelente poker. Bom seria alguns pegassem um ônibus até a capital paranaense e tivessem uma aula de como gerir um clube, com Geraldo Campelo e o Rodrigo Poli (duas pessoas do melhor fino trato que pode se encontrar): gastariam seu tempo e seu dinheiro muito bem.
Além disso, o “Batman” Geraldo, da Liga Curitibana de Texas Hold’em e colega de CardPlayer Brasil, organiza torneios de quinta a segunda. O “gordinho” Poli, da APOKER, abre sua casa às quartas, quintas, sextas e alguns sábados. Ambos trabalham em perfeita harmonia e não se atrapalham (sonho, nem?) – isso mesmo, não se atrapalham, e têm o bom censo de adequar a agenda de eventos para não dividir. Outra coisa muito inteligente é a quantidade de satélites para os eventos de buy-in mais pesado. Opções têm a vontade, com buy-in para todos os bolsos: destaque para o torneio das sextas-feiras da APOKER e para a maravilha que é a “Maratona da Liga Curitibana”.
Esta cidade já produziu muitos grandes jogadores e acaba de exportar um craque. Na cabeça, com certeza, Alexandre Gomes – mas peraí, companheiro, tem muita gente boa de raise: Cristiano “Akasa” Fernandes, atual Campeão sul-brasileiro; Luis Filipe, o “MestreFilipe”, que é o Ronaldo do Poker (até no volume da cintura os dois são semelhantes); Newton Valério, ganhador do último BSOP em Curitiba e craque do online; sem esquecer do “Santiga” e do “Seiji”.
E a lista continua com Fabiano Negrelli, jogador TOP Brasil, pena que joga pouco. Com certeza, ele é o jogador que mais influiu no desempenho do Alê: são parceiros de truco faz anos e, por falta de adversários para jogo caro, tiveram que cair na estrada, se aventurando até pelo interior de São Paulo – não tinha para ninguém.
João Paraná, Carlos Lauton, Idacir, Dr. Rogério, que é juiz e quis mandar me prender por eu ter pago uma bet grande pré-flop. Bateu 6♠4♦22 e ele meteu ficha com 10♦10. Dei volta nele, e ele insta-all-in para a minha alegria. Eu tinha 53 off (jogo isso).
A fila continua, e capítulo especial merece José Maria Ruiz, o “Zezão”, que com certeza está entre os melhores do país em mixed games. Antigo amigo e grande adversário nas mesas live ou online.
Curitiba tem a grande vantagem de apresentar torneios de R$30+R, o que continuamente forma novos jogadores. Como se não bastasse, essa cidade de 1.7 milhões de habitantes ainda oferece uma grade cultural e gastronômica melhor do que muitas metrópoles do mundo.
Dificilmente algum curitibano não está entre os finalistas em grandes torneios. Esperamos agora a internacionalização desses players, e achamos que tem mais Alexandres por aqui – é uma questão de tempo para alguém se destacar.
Afinal, boa organização e jogadores de nível (pessoas muito amáveis, diga-se de passagem), somados aos naturais atrativos da cidade, fazem de Curitiba uma excelente opção para morar e jogar poker competitivamente.
Apenas o cash é assustador: a galera não larga uma grota e, mesmo sendo 1-2, o barato é no-limit – pelo quê, pra ver flop, é obrigado orar bastante e meter mínimo 70 pilas no pote. “Como a gente sabe, poker não é sorte, é jogo de probabilidades. Então as chances matemáticas falam mais alto sempre. Os maníacos podem me puxar uns potes, mais eu pego eles na curva na maioria das vezes”, me confidenciava um nobre jogador, enquanto embarcava na sua BMW para ir buscar a nova namorada, que estava gravando um programa de auditório como bailarina de palco.
Tem mais: da lista aí de cima, quem sabe, pode sair o Campeão 2008 do Circuito Brasileiro de HORSE, também morador da linda Curitiba – estou grudado no infeliz do Robigol e aposto 1k por fora que chego na frente dele.
Para mais informações sobre torneios em Curitiba, acesse: www.apoker.com.br e www.ligacuritibana.com.br