26 de maio - Sábado dia 3 do torneio:
11:15 – Ao acordar tomei uma ducha rápida e peguei a estrada rumo ao Mantra. Pelo segundo dia seguido não tomei café da manhã, dessa vez troquei a refeição por uma conversa no Skype com os meus familiares. Eu sempre falo muito com o meu pai, ele não é jogador, mas por ter muita experiência com as relações humanas, me aconselha bastante. Assim como minha namorada e o restante dos meus familiares.
12:00 – Já nos feltros eu começo o dia em uma mesa mais dura, porém o meu foco estava ainda maior, e eu tinha uma estratégia definida. Já no primeiro nível de blinds eu ganhei 70.000 fichas, o que me deixou mais tranquilo e otimista.
15:00 – No almoço comi apenas um lanche: sanduíche com rufles.
15:15 – No recomeço do torneio eu recebo uma surpresa, estou na mesa da TV. Geralmente essa situação exige maior cuidado, já que alguns adversários tem a tendência de adotarem uma estratégia diferente. Sempre é bom ter mais foco e experiência nessas situações.
19:00 – No break de uma hora do jantar eu fui correndo para o hotel tomar aquela ducha. A tensão estava tomando conta de mim, eu precisava repor as minhas energias. Já renovado, voltei para o Mantra e jantei por lá mesmo. Meu prato foi: arroz, massa, carne, salada e um refrigerante.
20:00 – Volto para a mesa da TV, e a tensão está ainda maior. Estamos perto do estouro da bolha da mesa final. Nesse momento eu tinha a sensação de que o meu sonho poderia ser realizado.
23:00 – Acaba o dia 3, e a mesa final está formada. Saí do Mantra muito cansado, fui direto para o hotel e tomei mais um banho. Deitei para relaxar e belisquei um snack que tinha no quarto. Falei com a minha família, minha namorada e também os meus amigos via Skype. Só recebi elogios e muito apoio por parte de todos.
Na hora de deitar bateu aquela uma insônia, afinal, não é fácil dormir após conseguir chegar a segunda mesa final de um evento da grandeza do LAPT. O sono só apareceu por volta das quatro da manhã.
27 de maio – Domingo dia da final do torneio:
11:30 – Acordei e tomei aquela ducha rápida. Entrei no Skype para falar com a família e parti em direção ao Mantra direto para o almoço. Comi dessa vez: massa, carne, arroz, salada de alface e tomate e bebi um refrigerante.
13:00 – Começa o LAPT e temos de participar dos preparativos da mesa final, fotos e apresentação da carreira de cada competidor.
Quando entrei na decisão não estava me sentindo pressionado, e sim muito motivado. Não deixei a pressão tomar conta, mas claro, sabia que teria que enfrentar algum flip, o bom é que fui de 450K a 800K quase sem showdown; bem no início posso dizer que fui agressivo, e depois puxei a marcha.
Os breaks aconteciam de duas em duas horas, e eu não comia nada, só bebia água.
Quando chegou o heads up, eu pensei, “Bah Meu Deus!”. Fazer um HU com o Angel Guillen, jogador que eu considero um dos melhores, um cara muito forte e que tem um jogo muito a minha frente. Sem falar que ele já ganhou bracelete da World Series Of Poker (WSOP) e tem vários títulos importantes na carreira. Nesse momento eu sabia que seria muito difícil derrotá-lo, e eu teria que buscar o melhor do meu jogo. E felizmente consegui vencê-lo.
21:00 – Após cravar o LAPT eu estava cansado, mas muito feliz também. Concedi algumas entrevistas e fiz a festa.
Havia feito o checkout e não poderia voltar para o hotel. Preferi me hospedar no Conrad e só ir para Porto Alegre no dia seguinte. Jantei com meus amigos e só fui dormir às 6 horas da manhã. Adrenalina estava a mil.
28 de maio – Segundo dia do retorno:
11:30 – Acordamos e logo pegamos a estrada. Destino: lar doce lar. Eu estava muito feliz com a conquista e com o troféu em minhas mãos.
Deixo como conselho aos leitores da CardPlayer Brasil a perseverança, o estudo, a seriedade e principalmente o respeito aos adversários, sempre mantendo a humildade, porém com a confiança nas alturas.