Existem pessoas que demoraram meses para aprender a jogar poker, já Daniel Teixeira de Lima demorou alguns dias para dominar o jogo, aprender todas as regras e a dar cartas. Foram nos cash games de Belo Horizonte que “nasceu” o dealer “Gatão”, um dos croupiers mais talentosos do Brasil, e por que não, do mundo?
Nessa semana marcada pelo Dia do Trabalhador, nós conversamos com o Gatão. Conheça um pouco mais sobre a carreira dele:
CPBR: Qual foi o seu primeiro contato com o poker?
Gatão: Em Belo Horizonte, eu descobri o poker através de um amigo. Quando ele se tornou jogador profissional, passei a acompanhá-lo nos cash games. Após observar atentamente o jogo por duas semanas, já me senti confortável para ir até a mesa e dar as cartas. Desde o início eu percebi que a profissão de dealer era promissora, isso em 2008.
CPBR: Como você aperfeiçoou a sua técnica?
Gatão: Eu busquei assistir vídeos na internet, que eram escassos na época. Em seguida, viajei para adquirir experiência e em pouco tempo já estava rodando o circuito, inclusive no BSOP.
CPBR: Como você chegou ao BSOP?
Gatão: Um amigo meu recebeu um email de convocação de dealer para o evento. Ele me encaminhou a mensagem e viajei até São Paulo. Lá eu fiz a avaliação e fui selecionado. Desde então estou presente em todas as etapas.
CPBR: Quais foram os melhores jogadores que você já deu carta?
Gatão: Já dei carta para excelentes jogadores, entre os brasileiros eu destaco Caio Pimenta, Christian Kruel, Alexandre Oliveira e André Akkari. Já os estrangeiros vale ressaltar Daniel Negrenu, Leo Fernandez e Bertrand “ElkY” Grospelier.
CPBR: Você acha que a profissão de dealer te ajuda como jogador?
Gatão: Em parte sim, nós temos habilidade e noção de jogo, mas a dinâmica é completamente diferente, a nossa visão na mesa é outra. Nosso foco é a regra e não técnica.
CPBR: E você joga com muita frequência?
Gatão: Não, quando jogo é por diversão, mas isso raramente acontece. Pretendo fazer um coach de sit and go’s por três meses, quem sabe assim eu jogue um pouco mais
"Gatão" foi um dos dealers do LAPT São Paulo
CPBR: Como você encara algumas declarações que dizem que os dealers do Brasil estão entre os melhores do mundo?
Gatão: Com muita naturalidade, uma vez que é verdade. Já rodei os países próximos ao Brasil e os dealers por lá tem talento, mas para jogos de cassino, não para o poker.
CPBR: Você já sofreu preconceito por ser dealer?
Gatão: Não, as pessoas perceberam que uma profissão que sustenta um homem profissional por cinco anos só pode ser séria.
"Gatão" e a equipe de dealers do Gramado Open
Especialista em esportes desconhecidos, encontrou no poker um porto seguro. Converse com ele cinco minutos, e ele vai citar umas cinquenta pessoas. Vinte delas não existem, dez você não conhece e o resto ele falou o nome errado.