EDIÇÃO 6 » COMENTÁRIOS E PERSONALIDADES

Objetivo cumprido: Rumo ao mundial de Poker!


Rafael Caiaffa

Como eu havia dito na edição n. 4, o Campeão Mineiro de 2007 ganharia um pacote para disputar o Main Event do WSOP 2008, com tudo pago. Após dez etapas e muita regularidade, entrei na mesa dos campeões muito perto de conquistar o título. Estava 230 pontos à frente do segundo colocado (Olímpio Couto) e, entre os dez finalistas que estavam na disputa, bastava um sexto lugar para que garantisse o troféu de campeão.

Com essa vantagem numérica, todos sabiam que eu ia jogar “ultra tight”. Seria fácil se aproveitar dessa situação e me roubarem os potes. Por isso, queria estar 100% concentrado para saber quem realmente estava usando essa estratégia contra mim. Com a leitura correta da mesa eu poderia jogar com mais segurança e confiança.

Porém, logo no início do torneio, uma leitura errada e uma jogada ousada quase jogou fora o meu sonho. Tudo que eu havia planejado para aquela mesa dos campeões quase foi embora no segundo nível de blinds. Ratinho (para quem não conhece, pode acreditar: um dos jogadores mais loose do mundo! Dificilmente larga uma mão. Famoso por ter sorte e eliminar muitos adversários nos torneios, sempre com mãos marginais) estava jogando quase todas as mãos, e já havia mostrado dois blefes. Quando eu era big blind, ele entrou dando um raise baixo. Eu tinha AK suited e dei call. O flop veio K-3-2 rainbow. Pedi mesa e Ratinho apostou. Novamente dei call. No turn veio um J. Eu dei mesa e ele apostou o dobro que tinha no pote. Tinha a certeza que ele estava blefando em cima de mim e por isso voltei all-in. Ele pagou rapidamente e me mostrou K3 off – dois pares no flop! Mas, no river, um J “mágico” também me deixou com dois pares e com kicker de Ás. Dobrei minhas fichas, eliminei um adversário, e a partir daquele momento foi só administrar o jogo, sem me envolver em mais confusões.

Sei que joguei completamente errado, que fiz uma leitura horrorosa da jogada e que por pura sorte venci essa mão. Mas, cá entre nós: Nem sempre a gente acerta! Talvez por isso eu tenha vibrado tanto quando bateu um Valete e eliminei o Ratinho, fazendo ele “experimentar do próprio veneno”.

Todo mundo bate na tecla (inclusive eu) de que o Poker é um jogo de habilidade, e que no longo prazo os melhores vão vencer. Mas uma sorte como essa (azar para alguns) faz com que seja um jogo tão emocionante. Agora é conseguir o visto para os EUA e fazer bonito na Série Mundial!




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