EDIÇÃO 55 » ESPECIAIS

BSOP São Paulo

Mesmo diante da polêmica em torno das novas regras tributárias, etapa de abertura do campeonato brasileiro de poker mantém o tradicional brilho e distribui quase um milhão de reais no evento principal


Marcelo Souza
Como na última etapa do ano passado, o hotel Holiday Inn Anhembi foi o palco do BSOP São Paulo. Depois de vários profissionais terem declarado publicamente que não jogariam o torneio por causa da nova legislação sobre recebimento de prêmios, a expectativa era de que o field fosse menor do que de costume para os padrões da capital paulista. E realmente foi. Ainda assim, 248 jogadores compareceram ao primeiro dia da parada mais tradicional da série. Casos de Tito Feltrin, Alex Rivero e Gabriel Otranto.

No sábado, Dia 1B, nomes como André Akkari, Felipe Mojave e o casal Alessandra e Sérgio Braga estavam entre os 309 inscritos. Com um field total de 558 jogadores e uma prize pool de quase 850 mil reais, os temores sobre um possível fracasso do torneio logo caíram por terra.

Com 67 classificados na sexta e 90 no sábado, 157 jogadores seguiram na busca pelo título. Puxando a fila, Larissa Metran (128 big blinds) e Emerson Baroni (102 big blinds). E, em razão da nova estrutura, com mais níveis de blinds e um stack inicial 25% maior, o domingo terminou com treze sobreviventes em vez dos tradicionais nove.

Contrariando as expectativas, a mesa final foi formada rapidamente na segunda-feira. Depois de duas eliminações, Marcelo Jensen e Emerson Baroni também não demoraram a cair, sendo eliminados praticamente ao mesmo tempo. Menos de uma hora depois, os finalistas estavam definidos. Entre eles, Larissa Metran, em sua terceira mesa final da série, e Rafael Caiaffa, buscando o feito inédito de conquistar duas etapas do BSOP.

MESA FINAL
Imprevisível e estranha. Assim seria a primeira mesa final do ano. Logo no início da disputa, Rafael Caiaffa acertou um full house contra Jhon Rua e Alex Kim. Jhon me disse, depois, que tinha par de reis e ficou bastante aliviado ao ver as cartas de Caiaffa. O paulistano Kim não teve tanta sorte. Com uma trinca, ele não deu créditos ao all-in do mineiro no river e viu seu gigantesco stack ser reduzido a apenas um punhado de big blinds. Sem conseguir se recuperar do golpe, ele acabou sendo o primeiro eliminado.
A próxima eliminação veio num verdadeiro cooler. Em uma guerra de blinds, Victor Dermendjian não acreditou quando o oponente pagou seu all-in e mostrou K-K. Segurando Q-Q, ele apenas lamentou a eliminação.

Mais um cooler. Desta vez, o protagonista da situação inescapável foi Paulo Novaes, que viu seu A-Q bater de frente com o par de ases do amazonense Odaly. Resultado? Mais um jogador da casa eliminado.
As próximas eliminações foram dolorosas. A profissional do Steal Team, Larissa Metran, entrou short-stacked na mesa final, mas chegou a dobrar. Infelizmente, para a goiana, o próximo all-in em que se envolveu foi contra Jhon Rua. E aquela era a noite do colombiano. Com A-Q, ela viu dois cincos aparecerem no flop, dando uma trinca para A-5 de seu adversário.

Mas o baralho não parou de aprontar. Buscando o inédito bicampeonato do BSOP, Rafael Caiaffa colocou todo seu stack no pano contra Rodrigo “Alemão”. Ambos apresentaram A-Q, mas três cartas de ouro no boro deram o flush e o pote para Rodrigo. Fim da linha para o mineiro. E com a eliminação de Odaly para Jhon, restavam apenas três competidores, e muita água para rolar.
A partir dali, confesso que poucas vezes presenciei tantas bizarrices no poker – do baralho, não dos jogadores. Um show de bad beats e coin flips ganhos de um lado e de outro fizeram com que o torneio se prolongasse madrugada adentro. Finalmente, depois da eliminação de Rodrigo “Alemão” na terceira colocação, estava formado o heads-up.

O duelo final não foi muito diferente da batalha a três. Confesso que perdi as contas lá pelo quinto all-in/call. Flop, turn e river faziam mãos favoritas se tornarem lixos, e stacks de três big blinds se multiplicarem exponencialmente. No fim, depois do heads-up com mais “all-ins” da história do BSOP, Jhon Rua, de maneira dramática, conquistou o título.

Com AK contra 1010 de Vitor Torres, ele já lamentava mais uma indefinição com o bordo mostrando JQ6Q. Então, um J apareceu no river, e demorou alguns segundos até que ele percebesse que o par do seu adversário havia “sumido”. Fim do duelo. E, a exemplo do ano passado, quando Marcelo Jensen cravou a etapa do Rio Janeiro, o primeiro troféu do ano do BSOP ficaria em mãos gringas.

Resultado Final:

1. Jhon Rua (Colômbia) - R$ 185.800
2. Vitor Torres (SP) - R$ 114.500
3. Rodrigo "Alemão" (SP) R$ 81.000
4. Odaly dos Santos (AM) - R$ 59.700
5. Rafael Caiaffa (MG) - R$ 45.000
6. Larissa Metran (GO) - R$ 32.700
7. Paulo Novaes (SP) - R$ 24.550
8. Victor Dermendjian (SP) - R$ 19.450
9. Alex Kim  (SP) – R$ 14.700


Eventos Paralelos

Pot-Limit Omaha – 81 jogadores
1.    Paulo César Figueiredo (PA)
2.    Tony (AM)
3.    Caio Mendes (GO)

Second Chance – 112 jogadores
1.    Abílio Monteiro (GO)
2.    Hiran Bass (AL)
3.    Antônio Isidro (SP)

High Roller – 34 jogadores
1.    Alberto Santana (AM)
2.    Signei Bandiera (MS)
3.    César Macedônia (SP)

Last Chance – 96 jogadores
1.    Roberto Motta (SP)
2.    Rafael “Flocos87” Rodrigues (SP)
3.    Marcos (SP)

Ficha Técnica
1ª Etapa do Brazilian Series of Poker
Data: 26 a 30 de janeiro
Local: Hotel Holiday Inn Anhembi (São Paulo – SP)
Buy-in: R$ 1.800
Field: 558 jogadores
Prize Pool: R$ 848.160



NESTA EDIÇÃO



A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123
LEIA TAMBÉM!×