O Brasil está mudando a olhos vistos. Independentemente de como eu ou você, leitor, encare a política assistencialista empregada no país nos últimos anos, o fato é que sim, o Nordeste do país está deixando de ser visto como antro de miséria e assumindo aos poucos contornos de “nova corrida do ouro”. Seu inegável potencial turístico, sobretudo no litoral, aliado ao aclamado conceito de “poker como experiência”, faz da região um candidato natural a receber grandes eventos.
Assim como em vários outros lugares do país, em Maceió, um grupo de amigos que organizava uma mesa de poker semanal resolveu levar isso adiante. Nascia assim a Federação Alagoana de Texas Hold’em. Mais do que a pedra fundamental para a criação do Play Poker Alagoas, principal torneio independente do Norte-Nordeste, a federação vem se tornando uma bandeira, cujo objetivo é colocar a região Nordeste de forma estruturada no cenário do poker nacional.
À frente da FATH e do PPA está o empresário André Cavalcanti. “Paulista de nascimento e nordestino por convicção”, como ele mesmo costuma dizer, André tem se destacado como uma das lideranças do poker na região. Há quatro anos, quando ajudou a criar a federação alagoana, talvez ele não imaginasse o tamanho da responsabilidade que puxava para si. “O poker em Maceió era o menos desenvolvido do Brasil, mas tinha espaço para crescer. Comprei esta briga”, afirma. Hoje, além de organizar o Poker Play Alagoas, a federação alagoana tem sido responsável por oferecer uma espécie de assessoramento a outros estados do Nordeste, no sentido de promover uma estruturação parecida.
“Com a FATH, pessoas que antes só jogavam online passaram a participar de torneios live”, explica André, justificando a importância do PPA. “Isso tem sido muito gratificante. O torneio atraiu jogadores de todo o Nordeste, muitos dos quais nunca tinham tido a oportunidade de participar de eventos com estrutura profissional”. Segundo ele, a federação alagoana tem sido um caso de sucesso que motiva outros estados da região a se organizar.
André ressalta que, a despeito de o movimento do poker no Nordeste ainda estar no início, o fato de as capitais serem relativamente próximas viabiliza a realização de eventos e a participação maciça de jogadores. De acordo com ele, essa é um das razões pelas quais o Poker Play Alagoas tem se destacado no cenário nordestino. “O poker é um negócio, precisa de apoio oficial, patrocínios etc. O PPA funciona bem nesse sentido, é uma vitrine do potencial da região. Temos um litoral que despensa comentários e boa estrutura hoteleira. É só uma questão de tempo para o poker se firmar de vez no Nordeste”, conclui André. A impressão que se tem é que, no que depender da empolgação dos nordestinos para participar de eventos live, é provável que esse tempo dure ainda menos do que o esperado. ♠
3º Play Poker Alagoas
A terceira edição do Play Poker Alagoas, principal evento independente de poker do Norte-Nordeste, foi realizado em Maceió, no começo de abril. Vindos de toda a região Nordeste, os 151 jogadores que compuseram o field disputaram uma premiação garantida de 50 mil reais.
Com apoio da Secretaria de Esportes e Lazer de Maceió, o torneio teve sua estrutura montada no Hotel Ritz Lagoa da Anta. A direção ficou por conta de Fabio Maia.
O grande campeão foi definido após dezesseis horas de disputa. O heads-up decisivo foi entre o alagoano Rafael Toledo e pernambucano Manuel Vilaça, que acabou se sagrando campeão do 3º. Play Poker Alagoas.
Confira os finalistas:
1º. Manuel Carlos Lopes Vilaça (Recife – PE) – R$ 13.000,00
2º. Rafael Vilela Toledo (Maceió – AL) – R$ 8.500,00
3º. André Berardo Carneiro da Cunha (Recife – PE) – R$ 5.250,00
4º. Tarcizo Mendes Correa (Aracajú – SE) – R$ 4.125,00
5º. Paulo Sampaio (Aracajú – SE) – R$ 3.550,00
6º. Marcelo Beltrão (Maceió – AL) – R$ 3.000,00
7º. Renato Lins (Belo Horizonte – MG) – R$ 2.500,00
8º. Marcelo Andreatto Nogueira (Maceió – AL) – R$ 2.050,00
9º. Julio Cesar Costa Santos (João Pessoa – PB) – R$ 1.400,00
10º. Emanuel Aguiar (Aracajú – SE) – R$ 1.125,00
