EDIÇÃO 38 » FIQUE POR DENTRO

Dominando a mesa final: Matt Matros Leva um Grande Título e um Merecido Bracelete da World Series


Craig Tapscott

Matt Matros é um jogador de Nova York, colunista da Card Player e coach de poker. Ele foi orador de sua turma no colegial, e adquiriu um Bacharelado em matemática pela Universidade de Yale. Além disso, ele tem um Mestrado do Sarah Lawrence College. Em 2004, foi o terceiro colocado do $25.000 World Poker Tour Championship, ganhando $706.903, e conta com mais de $1,5 milhões ganhos em torneios. Ele recentemente conquistou seu primeiro bracelete da World Series of Poker, em limit hold’em, e também já alcançou várias mesas finais em eventos grandes de no-limit hold’em e pot-limit Omaha. Ele pode ser encontrado no CardRunners.com, onde produz vídeos de treinamento como instrutor. Ele também é autor do livro The Making of a Poker Player.

Evento Evento No. 12, limit hold’em, da World Series of Poker 2010
Jogadores no Evento 625
Buy-in $1.500
Primeiro Prêmio $189.870
Colocação Primeiro


Mão No. 1
Stacks Matt Matros – 500.000    Terrence Chan – 1.000.000    Adrian Dresel-Velasquez – 400.000
Blinds 8.000-15.000
Limites 15.000-30.000
Jogadores Restantes 8

Conceitos Chave: Avaliação de mão; lidar com cartas perigosas no turn e no river
Terrence Chan dá raise de 30.000 do UTG. Matt Matros volta reraise de 45.000 do começo da mesa com 9 9.

Matt Matros: Em limit hold’em, esta é uma mão limítrofe contra alguém que deu raise do começo da mesa, mas Terrence tem jogado de maneira bastante apropriada, muito agressiva, tentando acumular fichas suficientes para ganhar o torneio. Então eu achei que meus noves tinham um bom valor contra o range dele. Mas aí Adrian Dresel-Velasquez para pra pensar imediatamente depois de mim. Minha leitura é de que ele não está fingindo, e tem que tomar uma decisão legítima, enfrentando três bets.

Craig Tapscott: Então, qual seria o range de mãos dele nesta situação?

MM: Acho que ele tem algo como J-J, Q-Q, ou A-K.

CT: Você pode compartilhar algumas das estratégias e alguns ranges de mãos pré-flop de limit hold’em, em comparação ao que a maioria dos jogadores conhece como uma estratégia apropriada de no-limit hold’em?

MM: Bem, mãos especulativas como suited connectors e ases fracos suited têm menos valor em limit hold’em, principalmente em posição inicial. As implied odds são maiores em no-limit, então às vezes 6-5 suited pode ser jogado do UTG. Não vale a pena fazer isso em limit. Dar steal em geral também não tem tanto valor em limit. É fácil demais para o oponente dar call.

Dresel-Velasquez volta reraise de 60.000 do meio da mesa. Chan dá call. Matros dá call.
Flop: 10 9 7 (pote: 203.000)

MM: Obviamente, é um flop lindo para a minha mão.

Chan dá check. Matros dá check. Dresel-Velasquez aposta 15.000. Chan dá raise de 30.000.

CT: Com o que Chan está dando raise aqui?

MM: O raise dele me leva a acreditar que ele provavelmente tem um overpair, ou possivelmente até uma das outras trincas, embora possa ser só uma queda forte, ou A-10 ou 8-8.

Matros volta reraise de 45.000. Dresel-Velasquez dá fold.

MM: Adrian dá fold no que mais tarde disse ser (plausivelmente) um par de damas. Este é um fold bem forte da parte dele, já que há uma real possibilidade de que ele tenha a melhor mão. Eu poderia ter par de valetes, ou talvez até mesmo par de oitos.

Chan dá call.
Turn: J (pote: 308.000)

CT: Esta não é uma carta muito boa.

MM: Não. Esta não é uma boa carta, já que 8-8 e J-J acabaram de acertar a mão, mas ainda estou suficientemente à frente do range de Terrence para que, quando ele pedir mesa, eu tenha que apostar.
Chan dá check. Matros aposta 30.000. Chan dá raise de 60.000.

CT: E agora?

MM: Bem, agora não gosto tanto da minha mão. Eu ainda tenho que pagar, pois posso ter 10 outs. Posso até mesmo ter a melhor mão, se Terrence tiver algo como Q-Q ou J-10, ou uma trinca de setes, ou A K.

Matros dá call.
River: K (pote: 428.000)

CT: O bordo estava ficando cada vez pior para a sua mão.

MM: Eu sei. Não derroto mais nem Q-Q.

Chan aposta 30.000. Matros dá call. Chan mostra J J e vence o pote de 488.000.

MM: Eu dou call, torcendo por 7-7 ou o A K. Não era para ser, uma vez que Terrence mostra sua mão – uma trinca no turn. Eu estava me recuperando antes desta mão, e perder o pote de trinca-contra-trinca definitivamente me mandou de volta ao princípio por um tempo.

Mão No. 2
Stacks Matt Matros – 700.000    Terrence Chan – 1.200.000    Georgios Kapalas – 500.000
Blinds 15.000-30.000
Limites 30,.000-60.000
Jogadores Restantes 4

Conceitos Chave: Extrair valor; equilíbrio de range
Georgios Kapalas dá raise de 60.000 do cutoff.

MM: Olho para baixo e vejo A 7. Embora esta não seja uma mão tão forte, é boa para voltar reraise do button contra um jogador forte e agressivo no cutoff, e Georgios certamente é ambas as coisas.

CT: Por favor, explique por que A-7 é uma mão boa para dar reraise neste spot contra este tipo de oponente.

MM: Georgios é agressivo o suficiente para que A-7 offsuit esteja mais ou menos empatada contra o range dele aqui. Isto não é uma crítica a ele, já que A-7 offsuit também poderia ficar no zero a zero contra meu range no cutoff. Com os blinds na mesa também a serem vencidos, e tendo posição sobre Georgios, este é um bom spot para dar 3-bet. O outro fator é que você não quer que um jogador forte comece a intimidá-lo. Quando estou no button, não gosto de desistir tão fácil.

Matros volta reraise de 90.000 do button. Terrence Chan dá outro reraise para 120.000 do big blind. Kapalas dá fold.

MM: Georgios, surpreendentemente, dá fold, o que quer dizer que ele deveria ter a parte mais fraca de seu range para abrir o pote.

Matros dá call.
Flop: 7 7 3 (pote: 315.000)

CT: Você é muito sortudo.

MM: Eu sei. Quase não consegui acreditar na minha sorte, e agora só estou tentando descobrir como colocar o máximo de apostas no pote.

Chan aposta 30.000. Matros dá call.

CT: Chan poderia ter ficado desconfiado de seu call aqui?

MM: Eu pagaria neste flop com odds de 11,5-para-1 com muitas mãos, então parece muito natural para mim dar call aqui sem fazer Terrence suspeitar que tenho um monstro.

Turn: J (pote: 375.000)
Chan dá check. Matros aposta 60.000. Chan dá raise de 120.000.

CT: O que você suspeita que ele tenha neste ponto?

MM: É bem provável que ele tenha um par decente na mão, e até possível que ele tenha acertado um full house com valetes no turn. Nesse caso, perderei muito mais fichas.

Matros volta reraise de 180.000. Chan dá call.
River: 6 (pote: 735.000)
Chan dá check.

CT: Não tem como o river ter ajudado Chan, certo?

MM: Não. Para mim, é uma carta em branco. Baseado na ação pré-flop, é basicamente impossível que Terrence tenha 5-4, e analisando na ação no turn, é muito pouco provável que ele tenha 6-6.
Matros aposta 60.000. Chan dá call, e depois dá muck quando Matros mostra sua mão. Matros vence o pote de 855.000.

MM: Terrence pagou com o que depois disse ser A-A. Eu acredito nele. Que bad beat para Terrence, e que sorte minha. Aproximadamente 30% das fichas do torneio estavam no centro da mesa, e puxar este pote me deu a liderança pela primeira vez. Foi o momento decisivo da mesa final, e a partir daí, acho que joguei bem o suficiente para ganhar. E tive a sorte de ganhar mesmo!




NESTA EDIÇÃO



A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123
LEIA TAMBÉM!×