A World Series Of Poker pode ser dividida em duas fases distintas: o Main Event e o que chamamos carinhosamente de "resto". Então, vou aproveitar que escrevo esta coluna justamente no dia em que os eventos preliminares se encerram e tecer minhas considerações e destaques da primeira parte da WSOP 2010.
A participação brasileira teve como ponto alto o terceiro lugar do Thiago "TheDecano" Nishijima no Evento 45. A torcida era por mais um bracelete verde e amarelo, mas é sempre bom chegar a uma mesa final. E melhor ainda quando os grandes resultados vêm para quem merece, que é o caso do Decano. Neste ano, o único bracelete latino foi do mexicano Luis Velador, aliás, seu segundo título na World Series.
Que Phil Ivey não é o sujeito mais simpático do universo, todo mundo sabe... Mas depois do oitavo bracelete, tenho que admitir: atualmente ele é o maior jogador de poker do mundo. Ponto. A força do cara é tão grande que ofuscou o brilho das duas espetaculares conquistas de Frank Cassela, que levou merecidamente o título de "Jogador do Ano" da WSOP.
A mídia especializada estava denominando 2010 como o "Ano da Mulher", graças às conquistas de Annie Duke, Liv Boeree e Vanessa Selbst no começo do ano. Mas os resultados da WSOP mostraram que esse foi o "Ano da Redenção", graças às primeiras conquistas de nomes conhecidos no circuito, como Michael Mizrachi e Gavin Smith. Além deles, dois ex-finalistas de Main Event (Eric Buchman e Scott Montgomery) levaram o primeiro bracelete da carreira e mostraram que vieram mesmo para ficar.
Depois de três conquistas importantes em um período de um ano, sendo dois braceletes da WSOP e um título do WPT, Daniel Alaei realmente passa a ser um dos melhores jogadores de torneio do mundo. Já Tom "durrr" Dwan bateu na trave na busca por seu primeiro bracelete. E as economias do fenômeno do online não foram arrasadas, pois as perdas dos grandes jogadores de high stakes, que aceitaram suas prop-bets, seriam gigantescas. Os boatos falam de algo em torno dos doze milhões de dólares!
A grande vergonha ficou mesmo com o papelão que alguns marmanjos fizeram “invadindo” o evento feminino fantasiados de mulher. Se é correto ou não organizar eventos exclusivamente femininos, não vem ao caso. Mas enquanto eles existirem, devem ser exclusivos das mulheres. E acho que cabe a elas o papel de protestar ou promover o Ladies Event. Os homens devem ficar de fora dessa briga!