EDIÇÃO 23 » COMENTÁRIOS E PERSONALIDADES

O Que Foi Aquilo?

Etapa Curitiba BSOP


Daniel Tevez Cantera

O único circuito nacional de poker já vinha ameaçando quebrar recordes. Mas os 479 jogadores foi uma surpresa grande demais. Já no meio da semana, Leandro Brasa nos disse que a capital paranaense seria um divisor de águas na história do BSOP. “Após a etapa de Curitiba, podemos dizer com orgulho que estamos em níveis de estrutura e organização próximos aos apresentados nos grandes torneios internacionais”, afirmou Brasa. E foi mesmo. O local e a estrutura nos lembrou muito o LAPT do Rio de Janeiro ou o próprio Rio Poker Fest. Torneios que achamos teriam alcançado o limite da perfeição.

O BSOP de Curitiba derrubou uma grande quantidade de tabus. O primeiro é que não existem grande problemas para se organizar eventos para 500 pessoas, desde que os organizadores entendam disso – os manos da Nutzz já atingiram a perfeição nesse quesito. Outra coisa linda de ver é como ninguém reclamou de o buy-in ser na bufunfa... Nada de créditos online, cheque ou verdes... É no real mesmo, irmão... E todos pingaram direitinho.

A presença dos pesos-pesados BestPoker e Full tilt, com Guga e Guto, e Federal, mostraram que os  patrocinadores estão dispostos a investir o que for possível, porque o BSOP é hoje a parada certa. Como se não bastasse, teve o Second Chance com 174 jogadores – recorde absoluto. E ainda disso acrescentaram um torneio-teste de Omaha. A estrutura de blinds até que se segurou, se pensarmos que o regulamento do BSOP foi criado numa base de 200 jogadores e que tinha quase 500. A quantidade de fichas na FT era de quase sete milhões e duzentas mil.

Tito Feltrin foi um justo ganhador do BSOP, porque joga muito. E Santa Catarina mostrou que é a nova força do poker nacional: não se esqueçam que o catarinense Cláudio Baptista é o atual Campeão do BSOP.

A respeito do Vavá, um espaço à parte. Jogo com ele aqui em Curitiba, e se vocês acham que ele não joga, estão todos malucos... Lá em Camboriú ele chegou bonito, e fez a mesma coisa no 100K de Floripa, sem esquecer do 500K do Zahle, onde não chegou porque protagonizou um pote com tantas fichas no primeiro dia, que essa quantidade permitiria entrar em sétimo na mesa final. Para quem não lembra da história, Vavá, com par de oitos na mão, e com um flop A-K-8, vê um mano com dois pares (AK) e o Carlinhos trincado com par de azeitonas: ou seja, mão de engate, e acredito que se não tivesse acontecido isso, ele poderia chegar lá no Zahle bem colocado.

Ele “estrelou” e foi por baixo varias vezes sim, mas para os ortodoxos entenderem, não existe chance de se ganhar um torneio sem entrar numa mão por baixo no minímo três vezes, ou perder uma absurda quantidade de fichas estando bem por cima – perguntem ao Tito Feltrin que, quando restavam 25 jogadores, perdeu muitas fichas de AA x QQ.

Vavá certamente tem estrela, mas o que empurrou de fichas com feiúra na mão, somente a galera da cobertura percebeu. Aliás, aquele 44 que o Mamute postou eu também postaria, e faço questão de dizer que as coberturas são para isso: informar! Se alguém assiste lá e avisa ao jogador que estão passando a mão na bunda dele, azar.

Para esclarecer: Armando completou no SB em mão de folds, e Vavá aumentou no seu BB. Armandito meteu a casa, Vavá pensou e largou seu JJ. Mamute viu que Armando tinha 44 e colocou na cobertura. Alguém percebeu isso e ligou para o Vavá, avisando que estava na frente... A partir desse momento, Vavá caçou o Armando durante toda a mesa final, até eliminá-lo.

Joga muito também o João Vitor, de Manaus. E lá vai mais uma coisa boa deste BSOP: o pessoal de Manaus desceu até o Sul, e levou o vice do Second Chance e o terceiro no BSOP.

A presença do excelente Murta, da CardPlayer Brasil, vai contar com mais competência o acontecido. Porém, não existe assunto melhor a ser tratado nesta coluna, do que esse gol de placa para o poker brasileiro.

Pena que o frio não permitiu colocar mais “capilé” pra vocês verem... Viva o verão, com perninhas e barriginhas de fora! Agora é Las Vegas! Vamo que Todavia!




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