Era tarde na minha sessão. Joe, um bom jogador local de Las Vegas, entrou de limp em uma mesa tight de limit hold’em de $30-$60. A mesa rodou em fold até mim no cutoff, e eu tinha J♣ 9♣. Muito embora eu respeitasse o jogo de Joe e soubesse que ele tinha uma mão superior a minha, esse é o tipo de situação em que eu gosto de ver o flop.
Joe entende bem posição e, como todos os jogadores inteligentes, joga poucas mãos. A gama dele quando entrava de limp em vez de raise era maior, o que lhe dava uma previsão fraca sobre minha mão. Minha vantagem de posição superava algumas das vantagens de seleção de mãos que ele tinha sobre mim: além do mais, os blinds adicionariam valor a minha aposta. Joguei $30, esperando me colocar em uma situação em que acertaria o flop ou jogaria melhor que Joe mais tarde na mão.
Um dos riscos que se corre quando tenta entrar assim é que alguém pode aumentar depois de você. Obviamente, quanto menos jogadores ainda têm para falar e menor a propensão de aumentarem, maiores riscos você pode correr. Nesse caso, o risco parecia razoável, pois o button era um jogador sólido e os blinds não eram muito loose. Assim, ainda havia mãos com as quais eles poderiam dar raise.
Droga! Jim, um sólido jogador local, aumentou do button. Eu sabia que ele tinha uma ótima mão. Ambos os blinds largaram. Joe e eu pagamos. Essa não era a situação na qual eu queria estar — um pote com raise, com três jogadores, com a pior mão e uma mão ótima imediatamente depois de mim!
Mas não é nada que um bom flop não cure, e acertei o flop em cheio: 10♣ 8♦ 7♠. Eu tinha flopado o nut straight. Joe pediu mesa, assim como eu, querendo fazer um check-raise em Jim. Mas Joe passou na minha frente: quando Jim apostou, Joe deu check-raise.
Pensei na melhor maneira de jogar minha mão. Coloquei a gama de Joe em um blefe, 8-8, 7-7 ou alguma carta com um 10 e outra do mesmo naipe. Achei que ele teria aumentado pré-flop com 10-10, então, presumindo que minha leitura estivesse correta, ele era favorito em 2-1- para ter um 10 até uma trinca (12 combinações de dez com cartas mais altas do mesmo naipe e seis combinações de 8-8 e 7-7). Eu também precisava incluir os blefes na equação. Jim poderia ter um overpair, 10-10, 9-9, 8-8 ou qualquer mão como A-K ou A-Q. Se ele tivesse A-K ou A-Q, eu não queria assustá-lo, mas dar a ele a oportunidade de conseguir uma carta e colocar mais dinheiro no pote com um draw que não ganharia. Se eu apenas pagasse, Jim poderia voltar reraise com um overpair e eu conseguiria três bets sem mostrar força aos meus oponentes, o que me daria a oportunidade de criar mais ação nas streets posteriores. Querendo conseguir ação extra de Jim e disfarçar minha mão, eu paguei. Jim pensou, e pagou. Eu não sabia se ele tinha overcards ou um overpair. Sabia que ele estava atento ao bordo conexo.
O turn foi o 4♦, uma carta inútil para as mãos de meus oponentes, a não ser que um deles tivesse um draw de ouros. Joe tomou a iniciativa. Eu pensei que, se aumentasse, ele poderia largar um 10 e provavelmente pagaria apenas com uma trinca. Devido à maneira como a mão se desenvolveria caso eu aumentasse — apenas pagando no flop e aumentando no turn — Joe veria que eu estava bem forte. Jim ainda parecia interessado na mão. Agora, achei que ele provavelmente tivesse um overpair, talvez um que não fosse ganhar e que largasse diante de um raise. Decidi apenas pagar, achando que Jim apostaria e possivelmente acertaria Joe no river se não virasse um par no bordo. Se surgisse no river uma carta que Joe soubesse que não poderia me dar dois pares, eu provavelmente apenas pagaria, pois Joe voltaria reraise, e com Jim pagando depois, o valor seria o mesmo.