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Caio Pimenta Jogador do Ano CardPlayerBrasil


Amúlio Murta

Com apenas 18 anos, Caio Pimenta apresentou um desempenho fenomenal durante todo o ano de 2008. Foram cerca de 90 mesas finais nos maiores sites de poker da internet, com destaque para o vice-campeonato no Torneio do Milhão Garantido do Full Tilt (em que disputou o HU final contra Leandro Brasa) e a vitória no Super Tuesday do Poker Stars.

Resultados assim fizeram com que Caio disparasse na liderança do Ranking da Card Player Brasil. Com esse desempenho espetacular, o prodígio mineiro somou mais de 100 mil pontos na corrida e fechou o ano com mais do que o dobro da pontuação do segundo colocado.

Despontando como um dos maiores talentos do feltro nacional, esse garoto sonha alto e pretende ir ainda mais longe: sua meta para 2009 é estar entre os 5 melhores jogadores de poker online do mundo.

Recém-contratado pelo Full Tilt, ele conquistou o título de Jogador do Ano da Card Player Brasil e levou para casa o maior prêmio já oferecido por um ranking nacional: um pacote completo para disputar o Torneio Milionário do Conrad Punta Del Este no final do ano.

Conversamos com ele nos bastidores do LAPT – Viña del Mar. Conheça agora um pouco mais do Jogador do Ano da Revista Card Player Brasil.

Amúlio Murta: Caio, essa é uma pergunta recorrente nas entrevistas com jogadores, mas que todo mundo quer saber: como era a sua vida antes de descobrir o Texas Hold’em, e como se deu essa descoberta?

Caio Pimenta: Eu nasci em Leopoldina, na região da zona da mata de Minas Gerais. Foi lá que morei durante os primeiros anos da minha vida, até mudar para Belo Horizonte, quando tinha mais ou menos três anos. Minha vida era normal, como a de todo garoto: ia à escola, jogava bola, etc.

No começo, a minha paixão era o vôlei. Eu queria me tornar jogador profissional. Jogava como atacante, mas eu não era alto o bastante e não consegui me firmar neste esporte.

Fui muito bom aluno até a oitava série. Quando passei para o 1° ano, comecei a dar uma “catrupiada” (risos)... Coincidência ou não, foi quando eu comecei a jogar poker.  Nem é muito bonito falar, mas passei a matar aula para jogar e tudo mais. Aí meu rendimento acabou caindo.

Meu início no poker foi graças ao Cristiano “Espuma”, um grande amigo de BH. Tudo começou quando ele chegou à minha casa um dia, contando que estava jogando poker pela internet e vivendo disso. Eu logo me interessei e quis descobrir como era possível alguém viver jogando baralho. Pouco tempo depois fui até a casa dele, e ele me mostrou uns livros e me emprestou o do Harrington no Hold’em, o da Raise Editora.

Além disso, Cristiano me mostrou os sites para jogar e alguns para estudar e aprender, como o Clube do Poker. Em resumo, me ensinou o caminho das pedras – o que todos passam quando começam a jogar. Então comecei a buscar todo tipo de informação possível sobre o assunto, e em pouco tempo depois já estava jogando.

AM: É verdade a história de que você vendeu toda a sua coleção de livros do Harry Potter para começar a jogar?

CP: O pessoal não acredita nessa história dos livros, mas não é lorota. Eu não tinha dinheiro nenhum. Isso é pura verdade. Ainda me lembro que, na prática, eu tinha 30 reais. E isso era todo o dinheiro que eu tinha. A solução foi juntar minha coleção de livros do Harry Potter e vender. Com a venda, arrecadei mais 100 reais que, somando com os 30, deu pra comprar 50 dólares. Foi o único depósito que fiz.

AM: O que você começou jogando?

CP: Eu comecei com Sit-and-Go de $3 no Party Poker. Fiquei um bom tempo jogando em duas mesas ao mesmo tempo, até sentir que estava muito melhor do que o pessoal que jogava nesse nível. Fui aumentando o número de mesas e continuei jogando até conseguir levantar uma grana, uns mil dólares.

Quando meu bankroll atingiu o primeiro $1K, migrei para o SNG de $3 dólares do Poker Stars. Gostei tanto que passei a jogar só lá. Aos poucos fui subindo de nível no PS, e quando cheguei aos SNG de $27, já tinha um BR de $10K . Foi quando perdi a motivação para estudar e acabei deixando a escola. Eu estava na metade do 2° ano.

AM: Nessa fase surge o primeiro problema. Como foi a aceitação dessa decisão na sua casa? Isso deve ter provocado um grande choque na sua família.

CP: Murta, foi cruel. Minha mãe sempre me falou que a única coisa que ela queria que eu fizesse era estudar. Aí – imagine só – eu chego em casa e digo para ela que iria largar a escola, na metade do segundo ano, para jogar baralho. Dizer que eu não iria completar nem o ensino médio foi difícil. No começo foi realmente terrível, uma guerra mesmo.

Minha mãe não tem curso superior, então ela tinha projetado isso para a gente (eu e minha irmã). Isso era prioridade absoluta na minha casa. Acho que foi muito difícil para ela entender minha decisão.

Não só para ela, mas para todos da família de um modo geral. Tem uma coisa engraçada dessa época, que não me esqueço. Uma vez o meu avô me disse: – “Jogo nunca deu futuro pra ninguém. Não vai ser para você que vai dar” (risos). Todo mundo achava que eu estava louco. Não era só na família: amigos, colegas, foi uma fase complicada. A coisa só começou a mudar realmente com os resultados.

Nessa época eu estava começando a jogar Multi-Table Tournament. Coincidentemente, pouco tempo após minha decisão, consegui minha primeira forrada. Foi um torneio em que puxei $10K no PS – aí a coisa mudou.  Hoje em dia, para você ter uma idéia, todos na minha casa estão praticando o Texas Hold’em.

AM: É praticamente impossível construir um bom BR jogando SNG em apenas uma mesa por vez. Você já começou jogando em duas. Como foi sua adaptação para jogar muitas mesas ao mesmo tempo e quantas mesas simultâneas você joga atualmente?

CP: O Cristiano jogava quatro mesas. Então, quando ele me ensinou, disse que eu deveria começar fazendo isso para já ir me acostumando aos poucos. Só que, até me adaptar, comecei jogando duas, e foi tudo muito rápido para mim. Em dez dias eu já estava jogando em quatro mesas, e em um mês jogava em oito. Tive muita facilidade para me adaptar e conseguir a velocidade de raciocínio necessária para o jogo em várias mesas ao mesmo tempo. Atualmente, jogo entre 12 e 14 mesas simultâneas.

AM: Como se deu a mudança de SNG para MTT?

CP: Na verdade, essa é a mudança que eu acho que todo jogador de SNG quer fazer. Em minha opinião, todo jogador de Sit-and-Go quer se tornar um jogador de multi-table tournament. Mas é complicado. Não é garantido que você conseguirá fechar no positivo todo mês. Você tende a ganhar muito mais mesas de SNG do que MTTs.

Eu sempre quis jogar MTT, e o que fiz para ir me acostumando foi disputar SNGs, mas sempre abrindo um ou dois multi-table tournaments mais baratos, na faixa dos $5, no cantinho da tela. Isso até o dia em que eu consegui ganhar um deles. Na semana seguinte ganhei novamente. Com isso comecei a pensar em migrar, só que ainda continuei jogando SNG, porque não tinha coragem de mudar radicalmente. Foi assim até eu vencer o torneio que me deu $10K de prêmio – o $50K garantido do Poker Stars. Então não teve mais jeito: migrei para os MTTs

AM: Nesse período você já se aventurava também nas mesas live?

CP: Neste período, live, eu jogava apenas cash game. Logo que consegui montar um BR razoável, fiz um saque e separei uma parte só pra isso. A questão é que nunca fui um grande ganhador no cash live. Eu ganhava, mas era pouco. Na verdade eu praticamente empatava. A minha variação em mesas de cash era muito grande, então acabei largando o cash live.

AM: Por que não tentava torneios live?

CP: É muito difícil encontrar um torneio live com uma boa estrutura para se jogar em BH. Por isso, eu quase não tinha experiência neste tipo de evento. Meu primeiro torneio live, com estrutura jogável, foi o Rio Poker Fest, no começo do ano passado.

Lá eu conheci muitos jogadores e fiz muitas amizades, como o “MestreFilipe”, que hoje é um grande amigo e que também foi o meu maior concorrente no ano, na disputa pelo ranking da Card Player Brasil.

AM: No início você não jogava dentro do seu bankroll. Isso não lhe preocupava ou você simplesmente desconhecia esse tipo gerenciamento?

CP: No começo eu tive sorte mesmo. Não tem como você jogar um torneio de $3 com $50 dólares na conta. Nesse momento a sorte acabou me favorecendo, pois, se eu perdesse, fatalmente não estaria aqui.
No período em que migrei para os MTTs, isso começou a pegar. Mesmo tendo aumentado o meu BR, quando eu ficava uma semana sem ganhar isso já me abalava, financeira e emocionalmente. Foi nessa época que comecei a me policiar. Se eu tivesse um BR de $5K, só jogaria torneios de 50 dólares – não jogaria de $100 de jeito nenhum. Isso me ajudou.

AM: No início de 2008, em entrevista a Card Player Brasil, o jogador Gabriel Almeida citou o seu nome como uma provável revelação do ano. Conte-nos um pouco sobre sua amizade com essa outra fera do poker. Falando nisso, vocês fizeram, inclusive, o HU de um torneio esse ano, não é mesmo?

CP: No final de 2007 eu conheci o Gabriel, e ele acabou se tornando meu melhor amigo em BH. A gente costumava jogar algumas sessions juntos, o que contribuiu para a evolução do meu jogo.

Quanto ao torneio, bem, na verdade eu estava jogando com a conta da minha mãe... Então, oficialmente, foi ela quem fez o heads-up. (risos)

Mas a gente jogou e joga muitos HU de 20 dólares, para treinar. Inclusive essa disputa anda empatada. Precisamos marcar uma partida para desempatar isso. Como joga o Gabriel! (risos)

AM: No começo do ano passado, os bons resultados obtidos pelo Gabriel acabaram influenciando seu jogo e vocês tiveram que dar um tempo nas sessions. Como foi isso?

CP: Na época, ele estava em uma fase fantástica. Venceu vários torneios live, saiu na Card Player Brasil, o que gerou uma pressão sobre mim. Isso me afetou de uma forma que eu acabei perdendo confiança. Meus resultados não apareciam. Foi quando perdi quase metade do meu bankroll, que na época era de $12K.

Foi quando decidi voltar a jogar SNG até levantar a minha conta para 10K. Enquanto não chegasse neste patamar, não jogaria MTT. Nesse instante, decidimos não jogar mais juntos por um tempo, justamente por causa dessa questão de autoconfiança. Foi então, a partir de Abril de 2008, que as coisas começaram a dar certo: comecei a ganhar regularidade e foi um ano só de alegrias.

AM: Como é ser o Jogador do Ano da CardPlayer Brasil?

CP: É muito bom ter seu nome reconhecido. Na verdade, sempre fui muito sonhador. Sou assim desde pequeno. Tudo o que eu faço, quero fazer muito bem. Foi assim com o vôlei e é assim com o poker.
Eu não jogo poker só para ganhar dinheiro. Jogo porque quero ser o melhor jogador de poker do mundo. Não sei quando, não sei como. Mas esse é meu sonho, essa é a minha meta. Foi por isso que comecei a me dedicar a essa história de ranking. Eu pensei: “Se quero ser o melhor, tenho que começar a aparecer”. Então o primeiro passo foi me tornar o Jogador do Ano da Card Player Brasil. Acabei conquistando esse objetivo e estou muito feliz com isso.

AM: Você terminou o ano como líder de vários rankings nacionais. Quais os prêmios você recebeu?

CP: Na verdade, só recebi o prêmio oferecido por vocês. Fiquei muito satisfeito porque senti meu esforço reconhecido. Graças ao título de Jogador do Ano de 2008, irei disputar um dos eventos mais importantes da América Latina – o Torneio Milionário do Conrad, e ainda serei capa da CardPlayer Brasil. Isso me deixa muito contente. (risos)

AM: Quais são as suas metas para 2009?

CP: Eu sei que é meio ambicioso, mas para 2009 eu quero estar entre os cinco melhores jogadores de poker online do mundo. Para isso, quero dominar o ranking da Pocket Fives, o mais conceituado do mundo. Claro que, para isso, está incluído lutar pelo bi-campeonato no ranking da Card Player Brasil.

AM: É uma meta ambiciosa. O que você pretende jogar para alcançar este objetivo?

CP: Hoje eu jogo tudo o que está disponível na internet, de 20 dólares a 10 mil. Não digo que, se existisse um torneio de $10K na internet todos os dias eu iria jogar, mas, sempre que tiver um evento gigante com esse buy-in, como a WCOOP, eu vou estar lá.

AM: Qual é o seu torneio favorito e, dentre todas as vitórias que você conquistou no ano, qual foi a mais marcante?

CP: Meus torneios favoritos são o $50+5 6-max  do PokerStars e o Big Double do Full Tilt. Tem ainda o Sunday 500, também do Stars, que é um torneio que eu gosto muito.

Já o mais marcante, que eu chorei de verdade quando ganhei, foi o Super Tuesday do PS. Quando comecei a praticar o Texas Hold’em, meu sonho era poder jogar esse torneio. Eu não podia porque 1K de buy-in era praticamente impossível. Então, quando consegui, o terceiro Super Tuesday que joguei, eu cravei. Os maiores jogadores online do planeta estão ali. O field é duríssimo, então, quando ganhei, foi uma satisfação imensa. Não foi o que me deu o maior prêmio, mas foi o que me deu a maior alegria com certeza.

AM: O Poker é um jogo em constante mutação. Você ainda estuda e analisa a evolução de seu jogo?

CP: Sim, sempre. Nesse aspecto eu tenho muita sorte de ser amigo do Gabriel, que me ajuda muito. Ele é extremamente técnico. Conhece muito do lado matemático do jogo, a forma de se analisar as jogadas pelo lado do EV, por exemplo. Com isso, ele não me deixa errar, pois sou mais impulsivo. Sempre que conversamos, ele me atualiza sobre esse lado e isso contribui muito na evolução do meu jogo.

AM: Por que você não possui tantos resultados expressivos em torneios live?

CP: Na verdade, jogo muito poucos torneios live. Eu gosto muito de jogar ao vivo, de interagir com as pessoas. Só que, no Brasil, se você parar para analisar os números, não vale a pena.  Se você joga um torneio de três dias, tem despesas de viagem, hospedagem, e como a premiação garantida costuma ser baixa, a coisa acaba não dando o retorno que eu tenho no poker online.

AM: Você pretende se dedicar aos torneios ao vivo? Você acha complicado a mudança do online para o live?

Nesse ano eu tenho o projeto de me dedicar mais aos torneios live. Eles possuem uma visibilidade muito maior, e com o novo patrocínio, pretendo jogar muitos eventos ao vivo.

Sobre a adaptação, eu acho que é bem mais fácil migrar do online para o live. Eu considero o nível dos jogadores da internet mais elevado. Além disso, jogando online, você precisa tomar decisões muito rápidas. Já no live é possível analisar melhor, antes de decidir qual jogada fazer. Isso é uma vantagem para quem joga online.

AM: Quais as características fundamentais necessárias para se tornar um grande jogador online?

CP: Eu acho essencial que a pessoa tenha uma boa autocrítica. É preciso entender que as pessoas, de um modo geral, tendem a analisar se alguém jogou bem ou mal pelos resultados. E eu penso que não é por aí. Para isso, é necessário uma boa autocrítica, a fim de diferenciar quando se jogou bem e quando se jogou mal. No longo prazo, uma boa jogada será sempre uma boa jogada, independente do resultado momentâneo.

Outro aspecto fundamental para se tornar um grande jogador é a agressividade. Acho que não existe outro caminho para o Texas Hold’em atual. O jogador precisa ser muito genial para adotar uma postura tight e conseguir sair vencedor no poker online atual.

Além disso, é necessária muita disciplina. Para conseguir colher os resultados no futuro, é preciso saber enfrentar os momentos difíceis, passar pelos períodos de bad run e se manter disciplinado.

Eu queria salientar que é muito difícil ser um jogador profissional de poker. Eu, que estou em um momento bom, já considero complicado, imagina quando vier uma fase ruim. Dessa forma, o autocontrole é fundamental.

Finalizando, e falando principalmente no meu caso, acho que para se tornar um grande jogador é preciso sonhar. É preciso se impor metas e acreditar naquilo para poder evoluir. Acho que se uma pessoa não sonha, não impõe metas ambiciosas para si, ela não sai do lugar e não se diferencia da maioria.

AM: Há cerca de um ano você era um garoto, com pouco dinheiro e ainda sem rumo definido na vida. Em pouco tempo, você é o jogador do ano no país, com dinheiro e fama. Como fica a cabeça de alguém tão jovem, passando por uma mudança tão profunda?

CP: Nossa, minha vida mudou completamente! Eu era um menino de 17 anos que, quando estava com muito dinheiro, tinha 50 reais no bolso. Para falar a verdade, quando eu tinha 50 reais me sentia “realmente forrado”.  Então é difícil descrever o tanto que minha vida mudou. Essa mudança até me dá um pouco de medo às vezes. Hoje em dia, posso fazer coisas que a grande maioria das pessoas da minha idade desejam fazer um dia. Por sorte, tenho o apoio da minha família, em especial de minha mãe, que me ajuda a investir meu dinheiro e me dá uma estrutura para que eu consiga manter tudo sobre controle.

AM: Como funciona a sua rotina?

CP: Atualmente eu não tenho uma rotina estabelecida. Tem dias que eu não jogo e tem semanas que eu jogo todos os dias. Eu pretendo criar uma rotina para esse ano. Quero jogar cinco dias por semana: aos sábados e domingos, e das segundas às quartas-feiras, das 15:00h às 3:00h da manhã.

Quero entrar em uma academia e cuidar um pouco de mim. Estou um pouco acima do peso e me sinto incomodado com isso, então quero colocar isso em prática. Para isso, preciso estabelecer uma rotina.

AM: Com os resultados, você começa a ficar conhecido. Você já sente um maior respeito das pessoas nas mesas por onde você joga?

CP: Sim, as pessoas acabam respeitando um pouco mais. Tem uma coisa engraçada: sempre que vejo um olhar de espanto ou alguém que me fala que eu fiz uma jogada bizarra, sinto que meu jogo tá bom. Eu considero isso sinal de respeito. Se ninguém nunca falou isso com você, pode ter certeza que seu jogo ainda não evoluiu o suficiente. (risos)

AM: Você detecta falhas no seu jogo?

CP: Detecto, mas procuro corrigir rápido. Além disto, sempre procuro lembrar e me policiar pra não cometer mais este erro e tentar evoluir. Minha maior falha atualmente, e que eu ainda estou tentando melhorar, e agir rápido demais. Acho que eu poderia avaliar melhor determinada situação antes de tomar a decisão.

AM: Sua história é inspiradora. Que mensagem você deixa para os garotos de 18 anos que, assim como você, estão fazendo suas primeiras apostas no poker online, sonhando um dia em se tornar o Jogador do Ano da Card Player Brasil?

CP: Eu seria um grande babaca se viesse aqui agora e falasse para os caras desistirem e não acreditarem nos seus sonhos. O que eu tenho pra dizer é que, por mais que possa parecer, a vida de um jogador profissional não é fácil.

Tem o lado bom, que é o fato de conquistar independência financeira e reconhecimento, que é uma coisa fantástica. O lado ruim é a perder a vida social, a compulsividade, o distanciamento dos amigos e a ausência de uma rotina programada – fase pela qual todo jogador iniciante acaba passando.

Porém, o que eu digo para quem quer se tornar profissional, é que o caminho não é fácil. Mas se você acredita no seu sonho e este é o seu verdadeiro desejo, vai fundo. Dedique-se, estude e enfrente a situação como um trabalho.

AM: Caio, Vou deixar este espaço aberto para você usá-lo como preferir. Fique à vontade.

CP: Eu queria agradecer a todos que me apoiaram, especialmente ao Cristiano Espuma, que foi a pessoa que me colocou neste caminho. À minha mãe e minha família, pelo apoio e pelo respeito às minhas decisões.

Tenho muito a agradecer também ao Gabriel Almeida, que me ajudou bastante no upgrade do meu jogo. Ao Full Tilt, que está apostando em mim. Ao “Seo” Giovanni e a Dona Irani, que são meus segundos pais em São Paulo, e à Card Player Brasil, que me deu a oportunidade de ser o primeiro Jogador do Ano.

AM:
Obrigado, Caio, e parabéns pela brilhante conquista!




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