Tenho percebido que uma das tarefas mais difíceis para um jogador de poker é administrar, com segurança, seu bankroll. Para quem não está habituado ao termo, bankroll (ou BR) é a quantidade de dinheiro disponível que o jogador possui para jogar.
Comumente, vejo jogadores entrando em mesas de cash game com todo seu dinheiro. Isso é um erro terrível, pois ninguém está livre de uma tremenda bad beat, que pode acontecer exatamente quando todo seu dinheiro está na mesa. Nesse momento vem aquela sensação de arrependimento, de prometemos para nós mesmos que não vamos mais entrar numa mesa com todo o dinheiro.
Essa questão do bankroll é muito mais importante do que a maioria das pessoas imagina. Todos nós sabemos que os cassinos nunca perdem, certo? Mas será que todos sabemos por quê? Talvez não. Existem duas premissas que norteiam sua atuação:
I – Todos os jogos oferecidos pelos cassinos têm a matemática e a estatística a seu favor, ou seja, a probabilidade de a casa levar a melhor sempre é maior. Por exemplo, na roleta existem 37 números, de 0 a 36. Se você fizer uma aposta seca em qualquer dos números, ganhará 36 vezes o valor apostado. Agora suponha que haja uma aposta em cada um dos 37 números: o cassino recebe 37 apostas e paga 36...
II – Teoricamente, o bankroll do cassino é infinito, dessa forma seu dinheiro não acaba. Qual a conseqüência disso? Ele pode sofre um sem-número de bad beats e ainda assim tem caixa disponível para continuar jogando contra você. Vejamos, mais uma vez na roleta: você faz uma única aposta de $10 no número 32, e a bolinha cai exatamente nele. Você ganha $360. Imagine que isso aconteça mais quatro vezes seguidas... Você estará agora com $1.800,00. Convenhamos, para o cassino foi uma bela bad beat! Entretanto, você continua jogando e, empolgado, eleva sua aposta para $100,00 no número 32. O que irá acontecer? Em pouco tempo você terá perdido todo seu dinheiro...
Utilizando esses conceitos para auxiliar na administração do bankroll de um jogador de poker, analogicamente podemos dizer que um bom jogador sempre busca ter a matemática e a estatística ao seu lado, e neste quesito estão em pé de igualdade com os cassinos. Também se pode inferir que a grande diferença entre ambos está no bankroll, que, como vimos, é infinito para os cassinos, mas não para nós. Por isso, saber administrá-lo se torna tão ou mais importante do que ter um bom nível de jogo.
A experiência mais interessante que conheço sobre administração de bankroll foi realizada pelo famosíssimo jogador americano Chris “Jesus” Ferguson. Ele se propôs a sair do zero e chegar a $10.000,00 em uma sala online, e como ele mesmo disse, “essa experiência não foi por dinheiro, mas sim para mostrar o que um bom gerenciamento de bankroll pode fazer”. De fato, $10.000,00 para ele não é grande coisa.
Ferguson iniciou em freerolls e pouco tempo depois já estava com alguns dólares na conta, passando a disputar mesas que exigiam algum buy-in. Porém, ele adotou algumas regras e as seguiu com muita disciplina. Veja as principais recomendações dele:
I – Nunca entre em um cash game ou sit-and-go cujo buy-in seja maior que 5% do seu bankroll. Exceção feita aos limites mais baixos limites: permite-se entrar em qualquer jogo com um buy-in de $2.50 ou menos.
II – Não entre em multi-tables que custem mais de 2% seu bankroll. Porém, é permitida entrada em qualquer MTT com buy-in de $1.
III – Se, a qualquer momento, durante uma sessão de cash de NL ou PL, o dinheiro que estiver na mesa representar mais de 10% do seu bankroll, deixe a mesa antes que os blinds cheguem até você.
Isso significará que, às vezes, é preciso descer de nível. Pode ser um pouco frustrante no começo, mas você nunca se sentirá pressionado para obter resultados a qualquer preço e, com isso, poderá desenvolver todo seu potencial, até estar apto a subir novamente.
Ferguson recomenda também que, em caso de “tilt”, dê um tempo e analise melhor o que tem dado errado.
Tirar lições de experiências como essa são imprescindíveis para quem deseja ter sucesso nas mesas de poker. Se um jogador deste padrão vivencia uma situação dessas, nada mais nos resta a não ser seguir suas orientações!
CURITIBANOS CONTINUAM ARREBENTANDO
Alexandre Gomes brilha no PCA das Bahamas
Alexandre Gomes obteve mais um extraordinário resultado ao conquistar o 4º lugar no PCA das Bahamas, com buy-in de $10.000,00. Os maiores nomes do poker mundial estavam presentes, e Alê conseguiu impor seu jogo e se manter sempre entre os primeiros. Sua eliminação ocorreu numa mão incrível, na qual ele tinha AA, seu oponente tinha KJ e o flop veio com J-J-J. Esse resultado comprova novamente que sua contratação pelo Poker Stars não se deu somente pelo resultado da WSOP. Alexandre joga demais e com certeza trará resultados ainda melhores para o poker nacional.
Parabéns, Alê, você é um monstro!
LUIZ “MESTREFILIPE” VOLTA COM TODA A FORÇA E VENCE O “MONTHLY TOURNAMENT LEADER BOARD DO POKER STARS” EM DEZEMBRO
Depois de alguns meses de descanso, Luiz Filipe voltou com toda a corda no mês de dezembro. Ele cravou o Wednesday 250K garantido do Poker Stars, superando um field de 873 jogadores. “Mestrefilipe” conseguiu ainda um 4º lugar no 100K de quinta-feira e venceu também o 55+R, contra um field de 603 jogadores. Esses foram apenas alguns dos resultados que o ajudaram a conquistar o “Monthly Tournament Leader Board” do Poker Stars.
Realmente, ele é um “fenômeno”. Parabéns, Mestre!
LEANDRO “AMARULA” FAZ BONITO NO LAPT DO CHILE
Dando sequência à série de belos resultados que vêm sendo obtidos pelos jogadores de Curitiba, Leandro Balotin “Amarula” representou muito bem a nossa cidade no LAPT do Chile. Em Viña Del Mar, diante de um field de 216 jogadores, “Amarula” conseguiu uma honrosa 4ª colocação. Ele vem conquistando excelentes resultados online e com certeza esse foi apenas o primeiro de muitos que ainda virão no circuito Live.
Parabéns, Amarula, continue forrando!