Linda, carismática e com um currículo de respeito no poker. Milena Magrini é uma das novas promessas do poker nacional, e chamou ainda mais atenção do Brasil após a 8ª colocação no Main Event da 1ª etapa do BSOP 2014.
Atleta do poker há oito anos, ela começou a jogar profissionalmente em 2013. Hoje, na nossa seção Mulheres no Feltro, a paulistana, residente em Bauru, fala sobre sua rotina, emoções e conquistas no poker.
Khatlen Guse: Milena, você tem o apoio da família em relação à sua dedicação integral ao poker? Como eles encaram sua profissão?
Milena Magrini: Minha família me apoia muito. Eles mandam mensagem, assistem e torcem sempre. Graças a Deus!
KG: Você é integrante do CCK (Conversa Com A Kombi) – Poker Team, time capitaneado pelo Andrei “PorcoEspinho” Mosman. Vocês têm coaching regularmente? Como você faz para evoluir seu jogo?
MM: Sim, temos coaching toda semana, além dos acompanhamentos diários que eu acho importantíssimo para evolução.
KG: Seu volume de jogo online é grande. Fale um pouco sobre isso. Você possui torneios preferidos no online?
MM: O online é o meu ganha-pão, e é preciso colocar volume. Jogo para o CCK, no Betmotion, sala em que jogo e que me patrocina. Gosto de todos os torneios de lá.
KG: Ainda sobre o online, como é a sua preparação e rotina para encarar horas a fio de grind?
MM: Acho importante fazer um exercício físico antes de começar a grindar. Isso me deixa preparada para aguentar as horas na frente do computador. Faço isso todos os dias: acordo, vou para a academia e depois começo a batalha (risos).
KG: E para os torneios live, há alguma preparação ou mania?
MM: Antes dos torneios lives, eu só procuro dormir muito bem. Afinal, normalmente, são 10 horas de jogo por dia. E minha única superstição é entrar com o pé direito no local do evento.
KG: Quando foi a sua primeira conquista, a primeira emoção, aquela que mais lhe marcou, o momento que a fez perceber que jogar poker seria tua futura profissão?
MM: Na verdade, eu percebi que era isso que eu queria fazer quando sentei pela primeira vez em uma mesa de poker, aqui em Bauru mesmo, há oito anos. Lembro que me apaixonei ali. Mas a minha primeira conquista foi em um torneio em Ribeirão Preto, bem no começo. A emoção de cravar aquele torneio foi demais. Para mim, aquele dia foi como se estivesse ganhando um BSOP.
KG: Sobre torneios ao vivo, quais os seus preferidos e que têm melhor estrutura?
MM: Gosto muito da estrutura do BSOP, CPH e Master Minds. São também os torneios que mais gosto de jogar.
KG: Você conquistou a 8ª colocação no Main Event da 1ª Etapa do BSOP – São Paulo, que teve 900 inscritos na edição. Fale como foi mais essa conquista na sua carreira.
MM: Foi demais. Chegar a uma FT do BSOP é indescritível. São quatro dias, jogando 10 horas, com um field de 900 jogadores. É uma maratona apaixonante, e estar na FT foi a maior emoção que já senti! É onde todos querem estar — e eu estava lá. Foi demais!
KG: Um torneio ao vivo, que demanda vários dias, exige um grande preparo psicológico do atleta. Por exemplo, ter que lidar com a bad beat que você sofreu de A-K versus 7♦6♦ na mesa final. O que você faz para superar esses momentos e seguir equilibrada no jogo?
MM: Realmente é importante controlar o famoso "tilt". Eu procuro levantar, lavar o rosto, respirar fundo, me concentrar e pensar nas próximas mãos. Bola para frente.
KG: Ainda sobre o BSOP. Foi grande a mobilização sobre a sua participação. Homens e mulheres torcendo muito para que mais uma mulher conquistasse um BSOP, ainda mais em uma etapa tão importante e disputada como a de São Paulo. Sua imagem empolgou e inspirou mulheres amadoras e profissionais, enfim, toda a classe feminina no poker. Qual a sua percepção sobre isso?
MM: Eu fiquei muito feliz com as mensagens que recebi durante todo o torneio. Saber que estou incentivando as mulheres a saírem de casa e irem para um torneio de poker me deixa extremamente satisfeita. Recebi mensagens de mulheres que não conheço e de todo canto do Brasil, me parabenizando, dizendo que jogam também e que sentiam muita vontade de estar ali. Então venham, mulherada. Vocês vão se apaixonar cada vez mais. Somos capazes de jogar com os homens de igual para igual, sim!
KG: Em quais torneios ao vivo veremos a Milena Magrini neste ano?
MM: Pretendo participar de todas as etapas do BSOP neste ano. Quanto aos regionais, sempre participo do RPT, torneio do meu amigo Bruno, em Ribeirão Preto, onde jogo desde que comecei.
Para encerrar, vamos ao “Bate bola”:
Nick e sala que mais joga: “mimagrini”, no Betmotion.
Atividade física: Faço academia todos os dias.
Ídolo: Daniel Negreanu.
O que lhe faz recarregar as energias: Uma boa noite de sono. Não tem melhor remédio.
Livro que estás lendo: Onde Está Teresa?, de Zibia Gasparetto.
Time de futebol: O melhor do mundo, Corinthians.
Perfume: 212 VIP.
Comida favorita: Japonesa e o bom e velho arroz, feijão e bife.
PRINCIPAIS RESULTADOS AO VIVO NA CARREIRA:
8ª colocada no BSOP-SP (2014)
Mesa-finalista no Campeonato Mineiro (2013)
Mesa-finalista do BSOP-SP Ladies (2013)
Campeã do ranking do circuito regional (2011)
3ª colocada no torneio do Black River (2012)
Campeã do Poker Challenge (2011)
Generalista autoproclamada, a cofundadora do Barbarella Poker é uma típica gaúcha que adora falar muito sobre tudo...o que realmente interessa. Isso inclui poker, economia, moda e, claro, o esquema tático do Internacional.