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The Book Is On The Table - Poker na Prática: Conceitos Críticos


Redação
Poker na Prática é uma das leituras mais modernas que você irá encontrar sobre cash games. Em nove anos de carreiras, Dusty “leatherass” Schmidt já lucrou mais de US$ 5 milhões jogando cash games online no PokerStars, o que o credencia a falar sobre o assunto com propriedade. Paul “Giant-Buddha” Hoppe, coautor, é um especialista em limit hold’em, que completa com rigor matemático as análises de Dusty. Neste livro você aprenderá a aplicar na prática conceito cruciais e fundamentais do poker, como: tamanho de apostas, transformar mãos de valor em blefe, explorar o range de mãos dos oponentes, utilizar overbets etc. Aqui está reunido o conteúdo de sete apostilas em sete capítulos, em que os principais conceitos do poker serão analisados através exemplos práticos. Tanto para o jogador ao vivo quanto da internet, Poker na Prática é leitura obrigatória.
 
ESPERE PARA VER... INDUZA BLEFES DE DIVERSAS STREETS
 
MÃO Nº 26 (P. 91)
 
 
$5/$10 No-Limit Hold’em – 5 jogadores
 
Stacks: HJ tem $1.000, Dusty tem $1.427.
 
Leituras: HJ abre o pote com 20% das mãos nessa posição, aposta de forma agressiva e é capaz de ler mãos.
 
Pré-flop: Dusty está no cutoff com KT
 
HJ dá raise para $30, Dusty dá call, 3 folds.
 
Flop: 582 ($75 - 2 jogadores)
 
HJ aposta $48,66, Dusty paga.
 
Turn: 3 ($172,32 - 2 jogadores)
 
HJ aposta $113,54, Dusty paga.
 
River: 3 ($399,40 - 2 jogadores)
HJ aposta $264,93, Dusty dá raise all-in para $1.234,80, HJ dá fold.
 
Resultado: Dusty ganha sem um showdown.
 
O blefe Mississippi é o ato supremo de esperar para ver. Você pode usá-lo para induzir blefes em diversas streets com bordos descoordenados, ou como uma forma de permitir que o oponente faça três apostas pelo valor antes de lhe dar as más notícias. Não importa que as más notícias sejam mentira, se forem contadas de forma convincente. Veja o caso dos jornalistas de TV.
 
Enquanto uma gama de 100% teria muitas combinações de straight draws no bordo, no contexto do hijack abrindo o pote contra um call do cutoff, o flop poderia não ser muito mais descoordenado. Não há flush draws presentes, e nenhum jogador tem muitas cartas pequenas nas suas gamas para ficar com um straight draw.
 
Embora o hijack não faça continuation bet em 100% dos flops, esse é o tipo de flop no qual ele provavelmente disparará uma aposta com toda a sua gama. Também provavelmente apostará em mais cartas do turn.
 
Deixando de lado a equidade de fold implícita gerada por um call, a mão de Dusty tem certa equidade por si só. Ele pode acertar um rei ou dez e se sair bem contra a gama do hijack. Ele também pode conseguir um draw de espadas. Tudo isso é um pequeno e agradável bônus. O segredo da jogada ainda é o fato de que Dusty pode frequentemente pagar no flop e no turn, e ganhar o pote com um all-in no river. Embora o call no flop seja menor do que 5 big blinds, Dusty mentalmente comprometeu o seu stack nessa jogada.
O 3 no turn é uma ótima carta para continuar o blefe Mississippi. Ela não acerta a gama do hijack, mas é exatamente o tipo de carta com a qual ele faria mais um blefe. Dusty paga novamente, dessa vez com ainda menos chances de melhorar.
 
Se Dusty pudesse pegar o baralho e tirar qualquer carta que quisesse, ele poderia ter escolhido o 3. Embora haja várias cartas boas para o river, essa é uma das melhores. Quando Dusty dá raise, é fácil para o hijack colocá-lo com uma trinca acertada no flop, ou um straight de ás a cinco completado no turn. Não há draws que não se completaram na gama de nenhum dos dois jogadores, então, o único blefe que Dusty pode estar tentando é um blefe completo.
 
Examinando a gama pré-flop do hijack aqui, vemos que ele completará um full house nesse bordo aproximadamente 5% das vezes. Mesmo que toda a sua gama de aposta no river seja de pares de dez a ases, full house/quadras, e ás-quatro, overpairs vão compor pelo menos 63% da sua gama. Isso facilmente justifica um all-in no river. O verdadeiro custo do blefe Mississippi, no entanto, é de $970 e a recompensa, aproximadamente, $500 — o dinheiro que entrou no pote pré-flop, mais o que o hijack colocou no pote. Isso demandaria uma taxa de sucesso próxima a 66%.
 
A equidade de showdown adquirida no flop pela mão de Dusty (caso ela melhore) facilmente compensa a diferença aqui.
 
Mas, essa gama de apostas no river é a pior das hipóteses. Se o hijack disparasse com 100% das suas mãos nesse river, ele daria fold com 90% da sua gama diante de um raise. O blefe Mississippi seria qualificado como uma fonte de EV nesse caso. A verdade provavelmente se encontra entre os dois extremos; o hijack desistirá de alguns dos seus blefes, e continuará com outros. Ele provavelmente apostará e então dará fold com mais ou menos 80% da sua gama nesse river, fazendo com que a situação seja ideal para induzir blefes em diversas streets.
 
Conclusão: Quando o seu oponente for agressivo e capaz de ler mãos, considere fazer o blefe Mississippi caso o bordo não tenha figuras. É preciso ter coragem e comprometimento, mas os resultados podem ser tantos satisfatórios quanto lucrativos.
 
 
TÍTULO: Poker na Prática, Conceitos Críticos (Poker in Practice, Critical Concepts)
 
AUTORES: Dusty Schmidt e Paul Christopher Hoppe
 
NÚMERO DE PÁGINAS: 178
 
PREÇO: R$ 64,90
 
DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com
 



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