O amor está no ar! E nesse clima de romance que cerca o mês de junho, o mês dos namorados, conversamos com quatro casais conhecidos do poker nacional. É comum vê-los torcendo e vibrando pelo outro em algum torneio ou reta online. Geralmente, participam dos mesmos torneios ao vivo e acabam mesclando a vida amorosa com a vida profissional – o que para eles é um privilegio.
Agora, vamos saber suas histórias de companheirismo, união, alegrias e também as dicas destes casais que provam que é possível, sim, ter sorte no poker e no amor.
ALESSANDRA BRAGA E SÉRGIO BRAGA (SÃO PAULO)
Casados há 13 anos, o poker foi uma consequência na vida do casal mais famoso do poker brasileiro. "O poker entrou na minha vida através do Sérgio. Eu queria torcer para ele, mas não sabia como", conta Alê. "Então, ele começou a me ensinar. O interesse aumentou com o tempo, e o poker só somou à nossa união", finaliza.
O casal, que já morou em Las Vegas em 2008, é experiente nos circuitos ao vivo e coleciona mesas finais em eventos internacionais e nacionais. Neste ano, os dois viveram uma situação inusitada, jogaram lado a lado no LAPT de São Paulo. Alê diz que prefere jogar em mesas diferentes, mas por causa dos outros jogadores, não por medo de eliminar o marido – o que já aconteceu antes. "Em um torneio do Conrad, eu tinha K-K, e ela, A-A. Como quase nunca largo K-K pré-flop, acabei eliminado pela Alê. Mas foi bom porque ninguém pode reclamar de collusion (risos)", conta Sérgio.
Ao falar de Sérgio, Alê é só elogios: "A disciplina dele, como atleta, e sua generosidade, como pessoa, são fascinantes". Ele também é só elogios à companheira: "A motivação e a intuição que a Alê tem quando joga são impressionantes. Fora das mesas, é a pessoa mais carinhosa que conheço".
Os dois já estão em Vegas, juntos com a legião brasileira que tentará trazer um bracelete para o Brasil.
LARISSA METRAN E EVANDRO VITOY (Goiás)
"O poker foi responsável pela nossa união", respondem quase em uníssono. Realmente, a aproximação entre os dois goianos – que, entre outros resultados, possuem, juntos, cinco mesas finais de BSOP – começou pelo jogo de cartas. Os dois ainda eram iniciantes quando se conheceram, em 2008. Entre uma reunião e outra para jogar, o namoro. A partir dali, a evolução, como ser humano e jogador, foi conjunta.
Desentendimentos? Só quando o assunto é poker: "O que mais me irrita é quando acabo de cair de um torneio e ele vem falar, na mesma hora, que a jogada foi horrível. Já tivemos até algumas discussões por causa disso (risos)", conta Larissa.
Pilares do Steal Team, um dos principais times do Brasil – e que eles ajudaram a fundar –, é normal que este esporte seja inerente ao cotidiano do casal: "O poker sempre é motivo de longas conversas. Às vezes, temos que nos policiar para que o assunto não seja sempre esse", revela o casal.
Os cinco anos juntos dão propriedade para falar sobre as principais qualidades do outro. " A Larissa é uma competidora nata. Ela sempre busca a vitória a qualquer custo, e se cobra muito quando as coisas não dão certo. Isso faz com que ela esteja sempre evoluindo e alcançando novas conquistas. Apesar desse espírito guerreiro, ela consegue ser essa pessoa tão meiga e carinhosa pela qual sou apaixonado", conta Evandro.
"O Evandro tem a dose certa de agressividade e paciência. Sabe mesclar bem isso no jogo dele, o que é uma grande virtude. Como pessoa, ele é um supercompanheiro, com um coração enorme. Assim como no poker, ele é muito paciente e encara os problemas de frente sem perder a cabeça em momento algum", diz Larissa.
Recentemente, Larissa foi anunciada como embaixadora do Full Tilt Poker, mais um marco na carreira do casal.
LAURIÊ TOURNIER E RAFAEL MORAES (Santa Catarina e São Paulo)
Oriundos do xadrez, Lauriê e Rafael se conheceram em um torneio da modalidade em Caxias do Sul. A mudança de esporte, provavelmente, foi melhor do que o esperado. Ao longo dos anos, já ganharam mais de 2.5 milhões de dólares apenas no poker online, números que os credencia com um legítimo casal de grinders.
O poker não foi o responsável pela união, mas contribui para o que pudessem passar todo o tempo juntos. "Praticamente 80% do nosso dia é poker. É complicado separar. Não me imagino com uma namorada que não saiba jogar", conta Rafael, que entre suas diversas conquistas estão o título do 163+R, do Full Tilt, e a Triple Crown do Pocker Fives, site que organiza o principal ranking de poker online do mundo.
Para Lauriê, que já venceu o 109+R do PokerStars e é dona do melhor resultado de uma brasileira no Ladies Event da WSOP (12º lugar, em 2012), conviver com um dos melhores jogadores do Brasil não tem preço. "Aprendo todos os dias com o Rafa, e creio que de alguma forma devo contribuir para a evolução dele também. Rolam uns puxões de orelha de vez em quando, e é difícil sempre conseguir separar ele em dois, o coach do namorado", diz Lauriê.
Juntos há três anos, eles prometem continuar a fazer estragos nos feltros. Se depender um do outro, suporte não vai faltar. "O apoio que ela me dá para o meu crescimento pessoal e profissional é imensurável", conta Rafael. "Ele é muito parceiro e amigo. Sempre topa qualquer coisa. Com ele não tem tempo ruim", finaliza Lauriê.
RENATA TEIXEIRA E FELIPE "PHIL" (São Paulo)
Quando Renata e Felipe se casaram, em 2008, nenhum dos dois jogava poker. A paixão começou depois de assistirem um programa na TV. Hoje, os dois são figurinhas carimbadas nos principais torneios ao vivo do Brasil, principalmente de São Paulo.
Segundo Felipe, Renata tem uma capacidade ímpar de tomar decisões nas mesas. "Independente de qualquer fator externo que possa prejudicar alguém, ela sempre faz o que, no momento, parece ser o correto", conta ele, que neste ano foi convidado para fazer parte do time de instrutores da InteliPoker, a escola de poker do PokerStars.
Já Renata, que tem no currículo o título da 7ª etapa do COP-2012, realizado pela Odds Brasil, e do primeiro Ladies Event da história BSOP, salienta o controle emocional de seu marido: "O Felipe é muito sério, está sempre estudando e tentando evoluir. Não importa o que aconteça, ele não se abala facilmente".
Pela forma como entraram no mundo do poker, o casal acha importante separar o esporte mental da vida pessoal, e deixa a dica para àqueles que ainda não estão acostumados a lidar com a situação: "É preciso discernimento quando se trabalha e se convive com seu companheiro. Misturar as relações afetivas e profissionais pode ser um ponto de grande estresse e desentendimento, mas com sabedoria o convívio será muito harmonioso".