Sinceridade, tranquilidade e experiência: três palavras que definem bem Raul Oliveira. Verdadeiro “desbravador” do Texas Hold’em no Brasil, ele já quebrava a cabeça para entender a sutileza do jogo quando a visão que tínhamos do poker ainda era a de ambientes undergrounds, com aqueles sujeitos fumando charutos e segurando cinco cartas em meio à fumaça e pilhas de fichas e maços de dinheiro. Raul vivenciou o que, para muitos de nós, não passa de história: o surgimento dos principais sites, o “Efeito Moneymaker” e o despertar do poker no Brasil. Oriundo dos cash-games, ele também alcançou o sucesso nos torneios. Junto com Christian Kruel, ele também foi o primeiro do País a integrar o time de profissionais do antigo Full Tilt Poker. Hoje, Raul ainda joga esporadicamente no PokerStars com o nick “Carteio”.
Confira um trecho da entrevista que ele concedeu à Card Player em 2010:
Quando foi que você e o CK descobriram o poker online?
Eu assisti a um filme, o “Rounders – Cartas na Mesa”, então a gente foi para o site de gamão em que sempre jogávamos, e lá perguntamos no chat se alguém conhecia o tal do Texas Hold’em. Ficamos perturbando mesmo, perguntando toda hora, até que um cara falou: “Conheço. Tem um site que você pode entrar”. Era o Paradise Poker, o maior da época, com 2.000 jogadores. A gente começou a jogar lá, e ficamos sabendo que existia o PokerStars, que tinha 800 jogadores online e, mais tarde, ficamos sabendo do Party Poker, m que havia 500. O Full Tilt nem sonhava em existir ainda – seria lançado em 2004. Então esse era o cenário: somando todos os sites, o total de usuários online não passava de 3.000. Isso por volta de 2001, quando a gente começou no jogo.
Sua formação é praticamente autodidata. Quando você começou, quase não havia material, e tudo era meio na base do instinto. Quais são as qualidades que você enxerga em si mesmo que lhe permitiram alcançar tamanho sucesso no poker?
Eu Tenho um raciocínio lógico muito bom para o jogo. Talvez isso venha um pouco daquela história do dom, tem gente que entende qualquer jogo em meia hora e tem gente que leva uma vida e não consegue aprender bem. E também aprendi rapidamente que toda jogada tem que ter um motivo. Quando você entende isso de verdade, começa a pensar o jogo, e aí começa a aprender. O cara dá um raise de três vezes o big blind, mas não sabe o porquê daquilo. Dá um call, mas não sabe por qual motivo. O grande jogador tem motivo para todas as jogadas que executa. Isso me fez ver a complexidade do jogo.
Ganhos na carreira:
Cerca de R$ 1.500.000
Principais Resultados:
40º no WPT Five-Star World Poker Classic (Abril/2006) – US$ 73.230
1º no Sunday Rebuys do PokerStars (Setembro/2007) – US$ 67.760
3º no The Bigger 162 do PokerStars (Dezembro/2012) – US$ 21.843
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