EDIÇÃO 66 » COLUNA NACIONAL

Os bicho-papões do poker

Pares de mãos baixos


Diógenes Malaquias

Nesta edição, vou falar um pouco sobre um assunto que causa dores de cabeças a muitos jogadores: os pares de mãos baixos.

Quando recebemos um par pequeno (2-2, 3-3, 4-4, 5-5 e 6-6), os principais fatores a serem analisados são posição e tamanho do stack.

Se os stacks estão curtos (30 Big Blinds ou menos), jogar seu par pequeno, do início da mesa, na maioria das vezes é um erro. A razão entre os stacks e o tamanho do pote será pequena, então, mãos que acertam um simples top pair tem mais valor do que as que buscam jogos mais fortes. Top pairs com bons kickers são feitos mais vezes e são suficientes para pequenos stacks irem all-in.

Um equívoco comum que jogadores agressivos cometem é tentar isolar os limpers com 6-6 ou pior, quando a fold equity, pré-flop, é baixa ou nula. No flop, eles terão um par menor que as cartas do bordo 88% das vezes – quase nove vezes as cada dez jogadas. Assim, o valor a ser extraído será pequeno e as decisões serão muito mais difíceis.



Também não devemos ficar pagando raises pré-flop quando os stacks estão abaixo dos 20 Big Blinds, já que a porcentagem das vezes que acertaremos um jogo forte não é grande, se compararmos com a porcentagem do stack investido para ver o flop.  Se a mesa estiver agressiva, a situação fica ainda pior, já que existe a possibilidade de alguém aplicar um reraise depois de você pagar o primeiro aumento.

Mesmo com um stack grande, não recomendo abrir raise das três primeiras posições (UTG, UTG+1 e MP), em uma mesa de nove pessoas, caso haja jogadores bons e agressivos em posição. Contra esses tipos de oponentes é preciso evitar jogar fora de posição, principalmente em potes com 3-Bet.

Das posições finais (HJ, CO, BTN), com um stack maior que 20 Big Blinds, aumentar com esse tipo de mão é, normalmente, a melhor jogada. Com menos, e já com o ante, podemos abrir de all-in, maximizando nossa fold equity e evitando que outros jogadores joguem mãos que tenham equidade contra nosso par. Só recomendo o limp quando já temos outros jogadores de limp na mão e que, provavelmente, não darão fold para nosso raise. Quase todas as outras ações com pares baixos serão fold ou raise.



Já quando enfrentando uma 3-Bet, pré-flop, devemos dar fold. Em situações que o agressor é muito tight e que colocará muitas fichas no pote depois do flop, podemos pagar para acertar uma trinca. Por outro lado, caso o oponente seja muito agressivo, o all-in é uma boa opção, já que teremos uma fold equity considerável.

Vejam alguns exemplos:

EXEMPLO 1
UTG+1 (34 BBs) entra de limp, 04 jogadores dão fold, CO entra de limp (40 BBs), você tem 28 Big Blinds, está no BTN e tem 3-3.
Se a fold equity do nosso raise for baixa, optamos também pelo limp, para jogar um pote em posição e com uma mão com boas implied odds.

EXEMPLO 2
02 jogadores dão fold, você tem 5-5 e 22 Big Blinds em MP+1.
Exceto quando a nossa fold equity seja alta, a melhor opção é o fold.

EXEMPLO 3
06 jogadores dão fold, você está no BTN, com 17 Big Blinds, segurando 2-2.
Nesse cenário, o all-in é uma boa opção.




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