EDIÇÃO 5 » COMENTÁRIOS E PERSONALIDADES

UTG... E agora?


Rafael Caiaffa

A complexidade do Texas Holdem é uma das coisas que mais me motiva a estudar, praticar e melhorar meu estilo. Depois de dois anos jogando, uma das maiores dificuldades que tenho é agir no Under The Gun (UTG) nas fases avançadas dos torneios. Para quem não sabe, essa é a posição do primeiro jogador a falar, assim que recebe as cartas, depois dos blinds.

Por estar mal posicionado em relação aos demais adversários, o UTG sempre tem uma difícil decisão para tomar, já que, após a sua ação, mais oito ou nove adversários ainda falarão. Dessa forma, ele deve selecionar bem as cartas com as quais jogará.

Para os iniciantes, recomendo jogar nessa posição apenas com mãos do “Grupo 1” (AA, KK, QQ, JJ, AK). Mas aí você me pergunta: “Vou foldar AQ, TT?” A resposta é sim! Essas mãos não são boas para se jogar em UTG, considerando que você continuará mal posicionado pós-flop. Claro que isso não é uma regra e nem quer dizer que seja a decisão correta, mas esse é meu conselho.

A partir do momento que você se disciplinar a jogar no UTG apenas com mãos fortes, (que é o mais recomendado) a tendência é entrar sempre dando um raise – mas há quem defenda que essa é a melhor posição para entrar de limp com mãos premium, como AA. Depois do seu limp vários jogadores poderão apostar, dando-lhe a chance de empurrar um reraise quando a ação voltar para você (Hugo Mora fala sobre essa jogada em um de seus artigos para a CardPlayer Brasil).

Resolvi falar sobre isso nessa edição por ter contrariado meu próprio conselho em uma fase avançada de um importante torneio multi-table que joguei na internet. Era uma competição de altíssimo nível, com buy-in de U$108 e 700 inscritos. Já estava na zona de premiação, restando 40 jogadores.

Eu tinha 52k em fichas, average 40k e os blinds 1500-3000. Recebi 99 no UTG e dei um raise de 10k. Um jogador no meio da mesa voltou all-in de 35k. Torci para que ele tivesse AK ou AQ, que me daria cerca de 50% de vencer a mão, e por isso paguei mais 25k. Para minha infelicidade, ele tinha 10-10 e me deixou short stack. Fui eliminado logo depois.

Já tinham se passado mais de 4 horas de jogo e eu vinha fazendo um grande torneio. Joguei tudo fora com minha decisão errada. Se eu seguisse o conselho acima, teria dado fold e poderia ter ido bem mais longe nessa disputa. Mas o que fazer com par de noves? Fold, limp, raise ou all-in? E depois que tomei all-in, o que fazer? Envie um email para rcaiaffa@yahoo.com.br com sua opinião. Vou analisar algumas respostas e divulgar algumas delas na próxima edição.


Mulheres na mesa
Não dá pra passar batido: a cada dia, mais mulheres participam dos torneios no Brasil e, diga-se de passagem, estão fazendo bonito! Eu, particularmente, não gosto de jogar contra mulheres. Elas se mostram frias e calculistas e parece que jogam sem ter nada a perder. No ultimo torneio em BH, bateram seu recorde de participação: seis no total. Ainda é pouco – se levarmos em conta os 130 jogadores inscritos – mas já é um grande passo. Falando em mulheres na mesa de poker, gostaria de parabenizar Cíntia Escobar. Em poucas semanas fez diversas mesas finais em torneios de altíssimo nível: Nordeste Poker Fest e Brasil Poker Fest e Main Event do Omega.

Ranking Mineiro
Na ultima edição eu havia comentado que o campeão mineiro de 2007 vai ganhar uma vaga para o Main Event do WSOP 2008. Justamente por isso não participei do Brasil Poker Fest, em São Paulo, já que as datas se coincidiam. Mas valeu a pena. Depois de sofrer bastante, cheguei à minha sétima mesa final em nove etapas e abri um pouco mais de vantagem. Pena que eu cheguei short stack e não pude evitar minha queda na 9ª colocação. Mas vamos lá, falta pouco.

Texas Holdem é Esporte
Aproveito o espaço para deixar claro que estou à disposição da campanha Texas Hold´em é Esporte! Saiba mais no site www.aakkari.com.br




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