EDIÇÃO 26 » FIQUE POR DENTRO

Dominando a Mesa Final: Eric Baldwin Ataca Sem Medo Rumo a um Cobiçado Bracelete de Ouro


Craig Tapscott e Eric Baldwin

Eric “basebaldy” Baldwin é um jogador de poker profissional de 26 anos de idade de Beaver Dam, Wisconsin. Ele recentemente se mudou para Henderson, Nevada, e segue o circuito de torneios, especializando-se em MTTs de no-limit hold’em. Ele já ganhou mais de $1 milhão em torneios online. Depois de ter vencido o evento nº 34 da World Series of Poker, faturando $521.932, Baldwin ficou na terceira colocação no evento nº 45 ($10,000 pot-limit hold’em world championship), ganhando $259.534,.


Conceitos Chave: Empurrar um grande estoque contra outro grande estoque; compreender as tendências de um oponente.

Craig Tapscott: Explique o que estava acontecendo antes dessa mão, agora que restam apenas 13 jogadores.

Eric Baldwin: Na mão anterior houve muita ação e os jogadores ainda estão reagindo a isso. Em geral, essa é uma boa oportunidade para tentar roubar blinds e antes, já que os jogadores não estão preparados para a mão seguinte e frequentemente vão deixar passar uma excelente chance de reaumentar ou pagar em posição.

Baldwin aumenta para 52.000 de UTG com 87. Bradbury paga do big blind.
Flop: J 7 3 (pote: 135.000)
Bradbury toma a iniciativa e coloca 75.000.

EB: Eu tinha visto Steven fazer isso antes fora de posição com grandes pares. Eu estava bastante confiante que ele tinha um par de valetes. No passado, eu teria largado aqui, concluindo que ele tem um top pair e eu tenho apenas middle pair e cinco outs. Portanto, tenho odds de 3-1 para o call e chances de 8-1 de virar a melhor mão.

CT: O que você acha que está se passando pela mente de Bradbury?

EB: Primeiro, acho que Steven estava feliz por ter acertado um top pair e estava apostando para saber onde estava pisando e para levar o pote caso tivesse a melhor mão. Segundo, eu tinha um grande estoque na mesa e poderia machucar de verdade o estoque de Steven. Sendo um jogador tight que consegue sentir o cheiro da mesa final de um evento da World Series of Poker, ele vai querer evitar confrontos comigo. Terceiro, aumentei de posição inicial. Para um jogador tight, isso pesa muito. Posso ser capaz de convencê-lo de que tenho um overpair e fazer com que ele largue a melhor mão.

Baldwin aumenta para 158.000.

CT: Você mapeia cada possibilidade hipotética antes de agir?

EB: Bem, antes de aumentar, eu planejei o turn. Se uma overcard ou uma carta de ouros batesse no turn e Steven não parecesse gostar, eu daria o segundo tiro, que provavelmente induziria um raise. Se eu conseguisse um 7 ou um 8, analisaria se seria possível ou não conseguir duas streets pelo valor de Steven.

CT: Eu geralmente não vejo tanto planejamento prévio para situações possíveis por parte dos jogadores.

EB: Um erro comum que os jogadores cometem depois de fazer esse raise é ficar lá inerte na esperança de o oponente desistir. Isso não traz benefício nenhum e, na verdade, causa danos. Se Steven desistir, a mão acaba e não há por que se preparar. Caso ele aumente, você deve sair da mão: mais uma vez, não há por que se preparar. Em vez disso, você deve se preparar para um call, de modo a se sentir e parecer mais confiante quando o turn vier e seu oponente pedir mesa.
Bradbury dá fold. Baldwin ganha o pote de 210.000.


Conceitos Chave: Jogar a situação; fold equity; sempre ter um plano para cada street.

O button dá fold. Taylor aumenta para 180.000 do small blind. Baldwin paga do big blind com A 5.

CT: Eu gosto de como você analisa racionalmente cada opção. Explique para nós.

EB: (Rindo) OK.

Fold: James vinha aumentando do small blind com frequência, e com três jogadores, acho que larga um ás, mesmo um ruim, é incorreto.

Raise: Se eu decidir aumentar com a intenção de dar fold diante de um empurrão, terei perdido todo o valor da minha mão. Nessa situação, jogadores bons e agressivos jamais dão apenas call no meu reraise quando fora de posição, a não ser que estejam fazendo slowplay com uma mão monstro. Se eu reaumentar e ele desistir, posso muito bem fazer essa jogada com 5-2 offsuit.

Call: Eu tenho o que pode muito bem ser a melhor mão e tenho posição. A mão também será traiçoeira caso eu flope um ás, pois a maioria dos jogadores esperaria um aumento de uma mão ace-high aqui.

CT: Então...

Baldwin paga.
Flop: 9 9 2 (pote: 375.000)

EB: Esse flop é muito seco e a maioria dos bons jogadores vai dar uma continuation bet aqui, supondo que minha mão não se beneficiou com esse flop e achando que vão levar um bom pote.
Taylor aposta 235.000.

CT: Vamos fazer mais uma vez.

EB: Tudo bem.

Fold: Eu realmente espero uma continuation bet nessa situação. Tenho ace high, que ainda tem boas chances de ser a melhor mão. Se for para eu dar fold aqui, então por que paguei pré-flop senão para tentar flopar um monstro com uma mão ruim?

Raise: All-in não é o ideal. Eu estaria arriscando cerca de 2.000.000 para ganhar um pote de 600.000, que não é uma boa razão custo/benefício pós-flop sem um draw excelente. Seria preciso que James desistisse a grande maioria das vezes para tornar essa situação em uma boa oportunidade de dar raise all-in. Eu ainda posso ter a melhor mão e precisaria apenas afastar um pequeno número de mãos melhores do pote (um blefe bem sucedido). Dar um raise padrão de cerca de 600.000 é ainda pior, pois eu precisaria deixar espaço para que James pudesse voltar all-in com equidade de fold, talvez com uma mão que ele teria descartado caso eu fosse all-in.

Call: Pagando, verei o que James vai fazer no turn, o que me dá mais informações antes de eu precisar comprometer mais fichas ao pote. Também verei a carta do turn, que pode melhorar minha mão, tornando-a vencedora. Além disso, se eu pagar, o tamanho do pote em relação aos tamanhos dos estoques remanescentes será perfeito para um raise all-in com equidade de fold no turn.

Baldwin paga.
Turn: 4 (pote: 845.000)
Taylor aposta 425.000.

CT: Qual é sua leitura dessa aposta?

EB: A aposta de James não me parece muito forte aqui, por várias razões. Muitos jogadores fingiriam fraqueza aqui com um 9, sem acreditar que conseguiriam valor em todas as streets, o que aumentaria as chances de um call no river. E o valor da aposta de pouco mais de metade do pote não faz crer que ele esteja tentando tirar valor de mim. Parece mais que ele ficaria feliz em acabar a mão aqui.

CT: O que significa...

EB: Significa que eu acho que há boas chances de que James não quer jogar valendo todas as suas fichas. Ele pode segurar um 9. Ele precisa temer que eu estivesse fazendo slowplay no flop e que agora estou acelerando porque surgiu um draw de copas. Além disso, tenho quase certeza de que tenho quatro outs, talvez sete se minha leitura estiver errada.

Baldwin vai all-in. Taylor desiste. Baldwin ganha o pote de 1.270.000.

EB: Depois dos dez minutos mais longos da minha vida, James desistiu do que ele jura terem sido duas damas. Eu ganhei um pote muito bom, a liderança em fichas e embalei numa mesa final muito difícil.




NESTA EDIÇÃO



A CardPlayer Brasil™ é um produto da Raise Editora. © 2007-2024. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.

Lançada em Julho de 2007, a Card Player Brasil reúne o melhor conteúdo das edições Americana e Européia. Matérias exclusivas sobre o poker no Brasil e na América Latina, time de colunistas nacionais composto pelos jogadores mais renomados do Brasil. A revista é voltada para pessoas conectadas às mais modernas tendências mundiais de comportamento e consumo.


contato@cardplayer.com.br
31 3225-2123
LEIA TAMBÉM!×