Fala, pessoal. Tudo bem com vocês? Estou escrevendo agora com dois dias de atraso sobre como foi o meu Dia 2 do Start Up do BSOP Millions (a primeira parte você pode ler AQUI). Infelizmente, tive uma infecção gastrointestinal que não somente atrasou o conteúdo aqui, mas também me deixou fora de combate no BSOP, pelo menos até segunda-feira, 20. O plano era jogar um satélite do Main Event e o Big Stack Turbo com R$ 300 mil garantidos. Bom, mas agora vamos ao que interessa.
Após o final do Dia 1 do Start Up (que terminou por volta das 3h30), a caminho do hotel encontrei meus amigos Pedro Caio, o "pcayo", um dos donos do Simba Poker Team, Otto Rollim e Victor Andreoletti, jogadores do time que fizeram heads-up no 10 milhões da Suprema - mais tarde, o Victor ainda chegaria à mesa final do Start Up. Ficamos conversando até o sol dar as caras, discutimos mãos, falamos da vida, filhos, casamento… um momento muito bom para relaxar. Voltando para o hotel, aproveitei para tomar café da manhã e acabei indo dormir em torno das 8:30. Acordei às 12:30, tomei um banho, uma água e fui para o torneio.
Dormir pouco nunca é o ideal para jogar torneios ao vivo, mas existem exceções. Pelo menos nesse caso, valeu a pena. Consegui tomar o café da manhã e o papo foi bem legal, relaxante. Outro ponto é que o Dia 2, principalmente de um torneio em que a estrutura é bem apertada, a adrenalina não vai deixar o sono bater (pelo menos no meu caso). São decisões importantes a toda hora e o risco de cair a qualquer momento.
O torneio começou às 14h, na minha mesa, havia três jogadores com stacks menores. Os blinds estavam 4.000/8.000 com BB ante, eu tinha 192.000. Havia um jogador com 23 mil, outro com pouco menos de 100 mil, um argentino com mais de 400 mil e o restante estava mais ou menos na mesma faixa de stack.
O primeiro bounty da mesa veio com a eliminação do competidor com 23.000 fichas, que foi eliminado por uma jogadora regular de Sorocaba, Andressa Lincoln. O short foi all-in do UTG com QTo, ela fez uma 3-bet do CO com KTo, ninguém pagou e ela poderia abrir um envelope mais tarde.
Para mim, as coisas começaram meio que em uma montanha russa, ganhei um pote com resteal, roubei alguns blinds, depois perdi um pote relativamente grande para o meu stack e recuperei num check-shove turn com top pair contra o chip leader. As eliminações estavam em ritmo acelerado, em um hora, dos 579 que começaram, restavam menos de 400, eis que veio então a mão fatídica.
Andressa Lincoln abriu mini-raise do UTG. Duas posições à esquerda, abri dois pelos Reis vermelhos e fui all-in de 160 mil fichas, logo à minha esquerda, um jogador que havia se sentado há pouco tempo, foi all-in de mais ou menos 180 mil. Andressa tinha mais fichas que nós dois e pagou instantaneamente, já comemorando. Como esperado, ela tinha AA, o cara do meu lado tinha AQ. O bordo não trouxe nada de diferente, e ela fez um nocaute duplo, chegando a três em menos de duas horas.
Eu caí entre os 360 e levei R$ 1.050, menos da metade do que gastei nos dois tiros. O pior foi a frustração de ir embora sem abrir um envelope. Por sinal, havia duas recompensas de R$ 100.000.
O Start Up, como eu disse no primeiro texto, é um excelente torneio para jogadores recreativos, mas é muito frustrante para quem não consegue eliminações. Para jogadores profissionais, inclusive, é um torneio que pode não valer muito a pena, pode acontecer. Houve casos de jogadores que chegaram entre os 100, não deram nenhum bounty e praticamente não lucraram. A beleza do torneio está realmente na “runnada” de abrir os envelopes. Claro, cravar o torneio também rende um belo prêmio (R$ 260.000, nesse caso), mas vencer um torneio com quase 4 mil entradas requer muita sorte também.
Bom pessoal, na segunda-feira provavelmente estarei de volta, a ideia é jogar o Dia 1E do Main Event. Serão dois tiros no principal evento da série (R$ 8.000). Me desejem sorte!
Saldo do projeto
Torneios jogados: 1
ITMs: 1
Buy-ins: R$ 2.400
Lucro/Prejuízo: - R$ 1.350
