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Na Mesa com o Editor, o BSOP Millions pelos olhos de um jogador recreativo


 

17/11/2023 12:44
Na Mesa com o Editor, o BSOP Millions pelos olhos de um jogador recreativo/CardPlayer.com.br


Fala, pessoal. Meu nome é Marcelo Souza, sou editor da Card Player Brasil, empresa que trabalho desde 2010. Tenho 38 anos e jogo poker de forma recreativa desde 2007. Tenho um conhecimento teórico “ok” do jogo, mas nos últimos anos pratiquei bem pouco, apesar de ser apaixonado pelo jogo.

Neste ano, surgiu a oportunidade de jogar uma boa reta no BSOP Millions, e com esta oportunidade veio a ideia de contar um pouco desta rotina para vocês. O “Na Mesa Com o Editor” veio para trazer o lado recreativo do poker através de textos e vídeos (acompanhe o Instagram da CardPlayer). Sem obrigação de ganhar somas astronômicas, focado apenas na diversão e no sonho de jogar a maior série de poker da América Latina.

Desejo realmente que você, que ainda não tem condições de estar aqui, se sinta representado, nos acertos, nos erros (que serão muitos), nas bad beats, nas forras (por que não?) e na rotina que vai além da mesa. ‘Bora comigo?

Dia 1 - Start Up - 16/11/2023

Buy-in: R$ 1.200

O Start Up do BSOP era um torneio que eu gostaria muito de jogar. O primeiro que olhei com carinho quando montei a grade. Apesar da estrutura acelerada, é um evento perfeito para jogadores recreativos. Listo abaixo, do menos para o mais relevante (minha opinião), três motivos que corroboram o que eu disse:

1. A estrutura é apertada, o que torna a “runnada” um fator muito mais importante do que em um torneio como o Main Event. E quando a sorte está envolvida, não tem solver ou software que dê vantagem para alguém.

2. O Dia 2 já começa ITM, então o fator “colocar dinheiro no bolso” se torna muito mais tangível do que em torneios deep de vários dias.

3. O formato do torneio é Mystery Bounty, então basta eliminar um jogador no Dia 2 que você tem a chance de conseguir uma forra gigantesca (neste ano, é bem provável que o maior bounty esteja entre R$ 150.000 e R$ 250.000). A adrenalina de abrir um envelope e poder multiplicar seu buy-in em 50, 100, 200 vezes é indescritível.

Dito isso, o meu plano era engatar no Dia 1C, que começava às 14:00 do dia 16 de novembro, e desde o primeiro nível (é uma questão de preferência, mas na minha opinião, os jogadores estão mais dispostos a colocar fichas no pano no início, e isso é muito importante em um torneio desse tipo). Como moro em Votorantim, há uma hora e meia do hotel do BSOP, o Sheraton, a ideia era sair de casa por volta de meio-dia. Bem, era…



Acabei dormindo apenas quatro horas devido ao trabalho (confesso, também engatei em uma seriado chamado “Corpos”, que começa meio devagar, mas fica interessante no final) e o planejamento já tinha ido por água abaixo. Eu ainda não tinha arrumado a mala e tinha alguns outros afazeres, como cortar cabelo, fazer a barba, o que ficaria para depois (como vocês vão ver nos vídeos). Por ser casado e ter duas filhas, e com apenas um carro em casa, minha esposa teria que me levar para a capital. Para não nos atrasarmos mais, peguei meu laptop, coloquei uma camisa da B2XBet e enfiei uma outra da Suprema na mochila - abram contas lá, sem eles, esse sonho não seria possível :) - e parti para São Paulo (minha mala ficaria para o outro dia). O atraso e mais dois erros de caminho, nos fizeram chegar ao Sheraton quase às 16:00, os blinds já estavam em 200-500 com BB ante, o que me deixaria com 60 big blinds para jogar, bem menos do que os 300 que eu queria jogando logo do início.

Minha mesa estava muita louca (se quiserem faço um vídeo depois contando muitas paradas hahaha), e consegui ir de 30 para 35 mil nas primeiras mãos. No blind seguinte, joguei uma mão que acredito ter errado no turn (senta que lá vem paradinha):

Um senhor entre 45 e 50 anos, que não gostava muito de foldar, abriu raise do UTG para 1.200. Ao seu lado, com KK, eu fiz tudo 4.000, um size um pouco maior porque sei que ele não largaria e por estarmos nós dois no início da mesa.

Como esperado ele pagou e vimos o flop: QT8, com duas cartas de espadas (meus Reis eram vermelhos, o que na minha cabeça era bom, já que eu não bloqueava alguns combos de flush draw com o K de espadas). Ele deu mesa e eu apostei cerca de 60% do pote. Ele pagou imediatamente.

O turn foi uma carta irrelevante, um 3 ou 4 vermelho. E aqui vem o X da mão. Eu tinha por volta de 25 mil para trás e o pote tinha cerca de 22 mil fichas. Por ele não gostar de largar nada, a melhor jogada provavelmente seria o all-in, não acho que ele foldaria a dama e muito menos flush draws. Com uma relação de stack e pote (SPR) de praticamente 1, eu deveria ter dado all-in, mas acabei apostando meio pote, ficando com pouco mais de 13 mil pra trás. Ele deu call e o river foi…

…um 9 de paus, mal a carta caiu no bordo e ele saiu de all-in, que era um pouco maior que o meu. Matematicamente eu deveria dar o call? Provavelmente, mas no momento, senti que ele realmente tinha o Valete, provavelmente algo como QJ, KJ, JT. Acabei foldando e ficando com 20 bbs. Eles até duraram por muito tempo, mas acabei caindo no blind 1200, tendo cerca de 14 mil fichas, quando fui de 3bet-all-in de 5-5 e fui pago pelo AT.

Decidi que reentraria no Dia 1D, às 21:00, o que poderia ser um problema já que tinha dormido pouco e já tinha sentido um pouco de sono na mesa durante o Dia 1C (conselho importante: durmam bem antes de jogar! Os primeiros níveis podem ser maçantes e o sono pode vir de maneira arrebatadora.

Start Up - Segundo Tiro

Bom, dei a reentrada no turno da noite e consegui acertar boas mãos desde o início, inclusive fiz um straight flush! Dei call do botão com J9 de espadas, fiquei na broca do straight flush no flop, acertei o J no turn e o 8 de de espadas no river me deu um sequência do mesmo naipe de 7 a J. Ganhei um bom pote contra o meu oponente que tinha seguido.

As coisas continuaram bem e fiquei gigante depois de um jogador regular de um time português tentar blefar um caminhão de fichas com o KJ num bordo com três cartas de paus. Para o azar dele, eu tinha um flush, paguei o all-in e cheguei a quase 140 mil fichas, um stack muito bom já para o Dia 2. Cheguei a ganhar mais alguns potes e bati 200 mil fichas, mas uma sequência de mãos com a bolha se aproximando me jogaram para 50 mil fichas. Com o blind em 5.000, e a bolha cada vez mais próxima, consegui um resteal que me levou para 80 mil e depois ganhei um all-in de AT x KT (small blind contra botão), que me levaram de volta para 160 mil.

A bolha foi bem tranquila, curta, sem sustos e sem hand-for-hand. O torneio foi paralisado e passei para o Dia 2 com 192.000 fichas. Os blinds terminaram 5.000/10.000 com BB ante, mas é provável que eles voltem um ou dois níveis. Então terei algo entre 25 e 30 blinds. Um excelente stack para um torneio turbo e poderá me permitir lutar pelo o que realmente importa para mim, um amado, os envelopes com bounties.

Torçam por mim e mandem mensagem no Instagram dizendo que desejam ver por aqui e por lá! =)

(Ah, e eu não senti sono, o ritmo acelerado, aliado aos altos e baixos do torneio, deixou a minha adrenalina lá em cima)



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