A cada dia o poker tem ganhado mais adeptos. Entre os famosos, são inúmeros os nomes que adotaram o esporte da mente como hobby. O nome da vez é o capitão da FURIA, time do game Counter-Strike Global Offensive (CS:GO) que tem como um dos sócios André Akkari, Andrei Piovezan, o “arT”.
Uma semana após chegar com a FURIA às semifinais do Major de CS:GO (o equivalente ao mundial da modalidade), “arT” desembarcou no BSOP Millions e tem “mandado bala” também nos torneios. Depois de avançar para o Dia 2 do Main Event, ele acaba de conseguir seu primeiro grande resultado no poker, um terceiro lugar no Turbo 300K da série, com buy-in e R$ 1.200. Ao todo, a colocação rendeu ao jogador R$ 51.800.
Após o resultado, “arT” conversou com a Card Player Brasil e falou um pouco sobre a sua jornada no poker.
Marcelo Souza: “arT”, você acabou de passar por uma das competições mais intensas da sua vida e já está aqui no BSOP Millions, que também tem o seu grau de tensão. O que o poker representa na sua vida hoje?
“arT”: Eu acho que é a resenha, a diversão, fazer amizades na mesa. Mas também é um exercício mental. Você tem que ter muita resiliência, porque na maior parte do tempo não vem nenhuma carta boa e você tem foldar, foldar, foldar. E, claro, tem a questão da emoção. O poker proporciona isso para gente, assim como o CS. Você treme, sente raiva, tristeza, felicidade, adrenalina. É um mix de emoções incrível.
MS: Você falou da sua paciência no poker, e o você é conhecido pela sua agressividade no CS:GO, brincam até que seu “W” do teclado [botão que anda para frente] é grudado. No poker, você também tem essa agressividade? O botão de raise também é “colado”?
AP: Não, no poker eu mais tranquilo e trabalho mais com as odds, mas eu também gosto de dar uma blefada. Se eu tiver a oportunidade, pode ter certeza que não vou deixar passar (risos).
MS: Você é um atleta de alto rendimento. Quem está nesse patamar é extremamente competitivo. Como você traz isso para o poker? Você busca a evolução com caras como o Akkari, Rafa Moraes e Sketch, que são seus amigos?
AP: Ah, eu discuto mão direto com o pessoal, não só com eles, mas com o pessoal do 4Bet inteiro. Como você falou, nós, que temos essa natureza competitiva, queremos ganhar. Aí eu vim jogar, “entrei nos ferros”, e aí fui cobrar mais dicas deles, porque eu realmente queria muito pegar uma mesa final, ganhar um troféu. Na realidade, eu nem acreditava que poderia ganhar um troféu, então eu estou feliz demais.
MS: Muitas pessoas do meio competitivo, quando entram no poker, tendem a levar o jogo mais a sério, alguns como Neymar e Moisés (ex-Palmeiras) já falaram que podem até se tornar profissionais após a aposentadoria. Hoje, você estava assistindo a vídeos de poker, que mostra o quanto você está empolgado com o poker. Você tem pretensões futuras no poker ou nem pensa nisso?
AP: Eu não penso tão longe, meu foco é 100% no CS. Poker é quando estou de férias, quando estou relaxando. Mas o poker é muito democrático, qualquer pessoa, de qualquer idade, de qualquer sexo, pode jogar contra qualquer um, então mesmo se eu não focar 100%, ainda vou ter chances. Essa é minha vibe no poker.