EDIÇÃO 52 » ESPECIAIS

Brasil Poker Tour


Marcelo Souza
Como em todos os torneios que carregam a bandeira do PokerStars, a 2ª Etapa do Brasil Poker Tour foi realizada em um local paradisíaco, teve um field de alto nível e, claro, distribuiu uma premiação e tanto.

Realizado no luxuoso Majestic Palace Hotel, em Florianópolis, o Dia 1A teve a presença de 65 jogadores. Depois de seis níveis de blinds, 49 players ainda possuíam fichas e seguiriam na disputa. A principal eliminação do fia foi a do Team Pro Online Diego Brunelli, que não conseguiu se recuperar de uma fatiada enorme com par de ases contra par de dez.

Com 141 inscritos, o Dia 1B trouxe grandes nomes do poker live e online para as mesas. Monstros como Caio Pimenta e Felipe Nunes, e o próprio André Akkari, foram alguns deles. Surpreendentemente, João Bauer e Gualter Salles foram eliminados de maneira precoce..

Graças aos 87 jogadores que vieram do Dia 1B, o Dia 2 começou com 136 competidores e só seria interrompido quando a bolha estourasse. O mineiro João “INeedMassari” Simão era o chip leader, mas acabou sendo eliminado antes de entrar no dinheiro. Mais tarde, a queda de Carlos França em 33º lugar seria comemorada por todos os outros jogadores. Estes receberam pelo menos 2.860 reais.

Entre os premiados estava o jornalista Bruno Laurence, da Rede Globo. Ele, que terminara o dia com cerca de 30 big blinds, não pôde comparecer ao Dia 3 por motivos de trabalho. Mesmo de “sit out”, Bruno acabou entrando na segunda faixa de premiação e conseguiu ficar em 18º, um resultado muito bom, que ainda lhe rendeu 3.270 reais.

A mesa final, formada ao final do Dia 3, teve Fabrício Burckhart como bolha. Short-stacked, ele foi eliminado na 9ª colocação por Alex Gelinski.

Como você conheceu o poker?
Eu meio que tenho um histórico na família. Eu era bem pequeno e meu pai [o jornalista Michel Laurence, um dos fundadores da Revista Placar] atravessava a noite jogando com o pessoal da Globo aquele jogo de cinco cartas ainda [5 Card Draw]. E o interessante é que minha mãe jogava muito bem, e meu pai, muito mal. Então, ela tinha que jogar para recuperar as besteiras que ele fazia (risos). E eu sempre vi muito poker pela televisão. Tinha até uma conta no PokerStars, bem velha. Aí uns amigos começaram a me chamar pra jogar. Fui gostando, fazendo mais amigos.  Mas o meu “boom” no poker veio com a história do André Akkari. Um repórter vive de boas histórias, e a história dele é fantástica. Não a de um jogador de poker, mas a de um cara sensacional que se tornou campeão mundial. Fizemos a matéria pro Globo Esporte, resolvi voltar a jogar no Stars e pensei: “agora, eu quero jogar”. Mas eu queria jogar de verdade, aprender as nuances do jogo. Construí uma amizade com Akkari, li livros, até que veio o convite do Celso Forster [manager do PokerStars no Brasil] para jogar o BPT. E deu nisso aí. (risos)

Diante de toda a mobilização que vem acontecendo, como você vê as chances de o poker ganhar espaço na TV aberta?
Quando falamos de TV aberta, o processo é muito lento. Afinal, estamos falando de 200 milhões de brasileiros. Primeiro tem que existir um processo de desmistificação, quebrar preconceitos, mostrar às pessoas que não ganha aquele cara que sai mais vezes com A-A. Poker é sim um jogo de habilidade, mas vê-lo na TV aberta é um processo demorado. Ninguém tem que estipular prazo, ou pensar que será hoje ou amanhã. Vamos viver de fatos. O que torna um esporte conhecido no Brasil são resultados. Brasileiro não gosta de competir, gosta de ganhar. Com caras como o André nos representando lá fora, isso vai acontecendo aos poucos. E o poker também tem atingido muita gente influente – formadores de opinião, pessoas importantes do esporte, mas tem que ter calma. Continuar trabalhando, realizando eventos excepcionais como o BPT etc. Esse é o caminho.

Futuramente, podemos esperar o Bruno Laurence “metendo ficha no pano” em outros eventos Brasil afora?
É complicado. Eu tenho um final de semana de folga por mês e um filho pequeno em casa. Ficar esse único final de semana longe dele e da minha esposa é complicado. Mas sempre que aparecer a oportunidade, estarei lá. Agora que peguei o gostinho, não tem como largar mais (risos).
 

8º Eduardo Saito (R$ 9.824,16)
Guilherme Furtado dá raise do hijack e Saito, do button, volta all-in de 10 big blinds com A-J. Guilherme dá instacall com A-Q. O bordo não muda a situação, e o primeiro eliminado da noite é conhecido.

7º Nilton Benetti (R$ 13.917,56)
Alex Gelinski aumenta e Nilton Benetti dá reraise do button. Alex pensa um pouco e coloca Nilton em all-in, que dá instacall com K-K. Alex tem 10-10. Os cowboys seguram até o turn, mas um 10, bate no river, colocando o jogador de Curitiba na liderança do torneio.

6º Fábio Eiji (R$ 18.010,96)
Com menos de 10 big blinds, Eiji decide dar call pré-flop com K-8 e depois empurrar all-in, não importando quais cartas virem (stop-and-go). Renato Costa paga o all-in com AJ e acerta o top pair com o valete no flop. Turn e river não mudam nada, e é o fim da linha para Fábio Eiji.

5º Guilherme Furtado (R$ 22.104,36)
Depois do raise de Jorge Breda, Guilherme Furtado, com poucas fichas, vai all-in do button com J-10. Breda paga instantaneamente com A-K. Um J aparece no flop, mas um K logo no turn encerra a participação de Guilherme no torneio.

4º Renato Costa (R$ 30.291,00)
Com pouco mais de 10 blinds, Renato Costa colocou todas as suas fichas no centro da mesa com J-Q, e viu Alex Gelinski dar um dos calls mais rápidos da mesa final com K-K. O flop deixou todo o salão apreensivo quando trouxe duas cartas de paus, dando flush draw para o jogador do Rio Grande do Sul. Quando o A apareceu no turn, o gaúcho externou sua alegria aos gritos de “vamo, Renatinho”. Infelizmente, para ele, o river apareceu novamente para salvar Alex. Um 3 deu o nuts para o curitibano, que resultou na eliminação de Renato Costa.

3º Manuel Alonzo (R$ 40.934,00)
O único que poderia estragar a festa brasileira na mesa final era o espanhol Manuel Alonzo. Felizmente, para a torcida verde e amarela, ele não conseguiu repetir o feito do dinamarquês Rolf Andersen, que vencera 1ª Etapa do BPT. Jorge Breda o colocou em all-in com A-9, e ele pagou com par de Cincos. O flop deu mais quatro outs para Breda quando trouxe K-Q-J. Uma Q, no turn, faria com que Alonzo tivesse que se desviar 16 outs no river – mas não foi daquela vez. Um Ás apareceu no bordo e eliminou o jogador da Espanha na terceira posição.

2º Alex Gelinski (R$ 67.541,10)
O heads up começara com uma vantagem de 3-1 para Jorge Breda. Nas primeiras mãos, pareceu que Gelinski iria equilibrar a partida, mas foi apenas impressão. Com menos de meia-hora de duelo, os dois jogadores colocaram todo seus stacks em jogo com J-J e A-7. Excelente cenário para Breda, que segurava os Valetes. No melhor jargão do poker, eles “holdaram” até o fim e fizeram de Jorge Breda o primeiro brasileiro campeão do Brasil Poker Tour.

1º Jorge Breda (R$ 115.024,54)
A vitória de Breda se desenhava desde o primeiro dia de evento. Agressivo, ele dominou as mesas por onde passou. Isso lhe rendeu a liderança do torneio no Dia 2, e assim permaneceria até mesa final.
Com os oito finalistas a postos, se houvesse uma bolsa de apostas, Breda e Fábio Eiji seriam os favoritos. Contrariando as “cotações”, Eiji acabou caindo mais cedo do que o esperado, na sexta colocação. Breda, porém, não desperdiçou suas fichas e avançou firme rumo ao heads-up. Com a boa vantagem conquistada para o HU, o jogador de Vila Velha fez o dever de casa, levou um belíssimo troféu para casa e uma premiação de mais de 100 mil reais.

Apesar de ser uma figura bem conhecida do meio, você não tem sido visto ultimamente nos grandes torneios do Brasil. O que levou você a participar do BPT?
Estive totalmente fora do poker este ano. Fui para Vegas para a World Series, mas as coisas não saíram como o planejado por lá. Mas como aqui teríamos um torneio de nível internacional, e todos os amigos confirmaram presença, resolvi jogar.

O que você achou da estrutura do evento?
Confesso que eu não esperava encontrar aqui o que encontrei. Estrutura impressionante. O nível do hotel, BPT estampado em todos os cantos, PokerStars por todos os lados. Eu passava pela orla e via poker, poker, poker.

Alguma consideração final?
Gostaria de agradecer o apoio da torcida. Recebi muitas mensagens pelo Twitter, por SMS. Acho que faz a diferença, é uma energia muito forte. Isso me deixa ainda mais feliz pelo resultado.

Ficha Técnica
2ª Etapa do Brasil Poker Tour
Local: Majestic Palace Hotel (Florianópolis-SC)
Data: 06 a 10 de outubro
Buy-in: R$ 2.300
Field: 206 jogadores
Prize Pool: R$ 473.800



Iniciativa beneficente arrecada quase 20 mil

Quem disse que o evento de Floripa se resumiu à ficha no pano, enganou-se. Um dos destaques do BPT Floripa foi um leilão beneficente: catorze quadros com imagens do título do de André Akkari na WSOP 2011.
A iniciativa foi um sucesso, arrecadando R$ 19.150. O valor foi destinado às vítimas das enchentes que atingiram Santa Catarina. Entre os compradores das imagens da fotógrafa francesa Caroline Darcourt estavam o repórter da Rede Globo Bruno Laurence e o presidente da Confederação Brasileira de Texas Holden, Igor Federal.

O próprio Akkari arrematou uma das obras e levou para casa seu retrato com a esposa, Paula. “Somos solidários a esse estado que recebeu o poker de braços abertos. Com este leilão, tentamos fazer um alguma coisa para amenizar o sofrimento dessas pessoas”, disse o Team Pro. O quadro de preço mais alto foi arrematado por Paulo César “PC” Ribeiro, no valor de R$ 3.200.
Os compradores:

Quadro 1 – Nilton Benetti Filho – R$ 500,00
Quadro 2 – Jorge Breda – R$ 500,00
Quadro 3 – André Akkari – R$ 1.300,00
Quadro 4 – Bruno Laurence – R$ 1.200,00
Quadro 5 – Igor Federal – R$ 2.000,00
Quadro 6 – Juliano Maesano – R$ 800,00
Quadro 7 – Ênio Bozzano – R$ 1.000,00
Quadro 8 – Paulo Cesar PC Ribeiro – R$ 3.200,00
Quadro 9 – Álvaro Yoshio – R$ 1.200,00
Quadro 10 – Arthur Stephen – R$ 1.500,00
Quadro 11 – Felipe Mojave – R$ 2.000,00
Quadro 12 – Arnaldo Holanda – R$ 1.500,00
Quadro 13 – Mario Quintanilha – R$ 2.000,00
Quadro 14 – Felipe Mojave – R$ 450,00




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