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WSOP – Kara Scott – Linha de Raciocínio


 

15/07/2009 00:00
WSOP – Kara Scott – Linha de Raciocínio/CardPlayer.com.br


Kara Scott é parte do mundo do poker como apresentadora de programas de televisão desde 2007, em shows como Sky Poker no Reino Unido, e EPT Live pelo PokerStars. No ano passado, a canadense naturalizada britânica se transformou em uma jogadora de poker de sucesso, indo muito bem no Main Event de 2008 e conquistando um segundo lugar no Irish Open, por 312.600.
Com quase meio milhão de dólares em ganhos na carreira, Scott está se tornando uma verdadeira ameaça nas mesas, pelo menos quando não está fazendo reportagens em algum lugar exótico da turnê.
No dia 2A do Main Event, Scott teve que arriscar sua sobrevivência no torneio, e tomou a decisão certa, conseguindo melhorar muito sua colocação na leaderboard. Aqui, Scott conta sua linha de raciocínio, e fala sobre como se sente sendo um alvo na mesa.


Evento: Main Event da WSOP
Blinds/Antes: 200-400/50
Contagem de fichas: 31.150
Mão: A3



A mão
Um jogador aumentou para 1.025 de middle position, e Kara Scott deu reraise de 3.000 do button. O jogador desconhecido pagou, e eles viram um flop de AQ2.
O oponente pediu mesa, Scott apostou 4.000 e o jogador pagou. O turn foi um 2, criando um par no bordo, e seu oponente apostou 6.700. Scott decidiu pagar, e um 6 bateu no river.
O jogador apostu 17.500, quase o suficiente para deixá-la all-in. Scott pensou por um momento antes de dar o call com A3, e seu oponente escondeu suas cartas. Depois dessa mão, Scott ficou com 63.850 fichas.



A Entrevista
Julio Rodriguez: Para começar a mão, um jogador dá raise de middle position e você faz uma 3-bet do button com A-3 suited.
Kara Scott: Achei que ele fosse dar fold, para ser sincera. Eu não estava jogando muitas mãos e achei que ele tivesse reparado isso. Muito fácil, e se não for, eu terei posição pelo resto da mão.
JR: Qual sua leitura desse jogador? Ele era fraco, fácil de explorar, ou era um jogador forte?
KS: (Hesitante) Eu não havia jogado o suficiente com ele.
JR: Ele pagou, e pediu mesa no flop.
KS: Continuation-bet padrão, e nesse ponto, ainda acho que tenho a melhor mão.
JR: E depois que ele pagou? Você ainda achava que sua mão era vencedora?
KS: Depois do call, comecei a ficar um pouco preocupada. Talvez ele tivesse um ás melhor, mas não poderia ficar com medo de um monstro. Também pensei na possibilidade de uma queda para flush de ouros. Considerando o que ele estava pagando, pensei que pudesse haver uma queda aqui.
JR: Interessante, ele resolveu tomar a iniciativa no turn. O que ele quis dizer?
KS: Bem, era isso que eu queria saber. Poderia significar que ele tinha a queda de ouros e que a estava jogando de forma agressiva. Ou poderia querer dizer que ele tinha um ás e queria valor, não sabendo que cartas eu tenho. Ou talvez ele simplesmente achasse que eu era fraca e que ele conseguiria tomar o pote de forma fácil.
JR: Você pagou uma aposta grandinha, e depois ele quase lhe colocou all-in no river, deixando-lhe com apenas umas poucas fichas.
KS: Acho que ele não notou isso. Eu até disse para ele, “Você sabe que isso me coloca quase all-in, certo?”. Ele pareceu realmente surpreso com isso. Ainda levei um tempo para dar call, porque o flush de ouros era possível, mas finalmente decidi que ele estava só tentando me intimidar e paguei.
JR: O que lhe levou a fazer essa leitura?
KS: Eu senti que ele me julgava fraca. Ele estava muito desconfortável depois dessa aposta no river, e parecia que queria que eu desse fold. Foi essa minha leitura, suponho.
JR: O poker evoluiu muito nos últimos anos, mas as jogadoras ainda não recebem o crédito que merecem. Você acha que os jogadores se esforçam para tentar lhe intimidar?
KS: Alguns deles. Não todos, claro, mas alguns acham que se eles simplesmente continuarem apostando contra você, você eventualmente vai desistir.
JR: Você acha que esse foi o caso aqui?
KS: Considerando o resultado, acho que sim. Mas ele não sabia que eu não me deixaria intimidar tão facilmente.
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