Marcus Borges sempre
foi um entusiasta do poker. Antes, como jogador. Agora, como empresário. Advogado
de formação, ele viu no poker uma oportunidade única de empreender: “Quando
surgiu o PPPoker no Brasil, eu fundei um clube chamado Stars e convidei dois
amigos para serem sócios, o Edmilson Rosa e o Eduardo Plettes. Mais tarde, se
juntaram a gente o João Gercozzi, o Pedro Resende e Pedro Schimidt, os três de
Belo Horizonte. Juntos, fundamos o Grupo Stars, que se tornou uma referência
mundial dentro do PPPPoker”.
A partir dali o Grupo
Stars começou a ganhar cada vez mais força, principalmente no Rio Grande do Sul.
“O Stars acabou ficando pequeno apenas para o online. Decidimos que era hora de
expandir para o ao vivo. Aí veio a ideia de adquirirmos o CGP, uma marca amada
pelos gaúchos. Nessa linha, de fomentar o poker gaúcho, conversamos com o Moll
Orso, antigo presidente da FGP, e mostramos que poderíamos fazer coisas
incríveis à frente da federação”, revela Marcus. “A incumbência do novo CGP
ficou em minhas mãos. Inicialmente, devido à pandemia, decidimos ser
conservadores: uma etapa com ‘apenas’ R$ 200 mil garantidos, mas na capital e
com estrutura de primeira para os jogadores. Só que o evento acabou tomando
proporções que não esperávamos. Apenas em dois torneios arrecadamos mais de
meio milhão de reais. E esse grande sucesso tem três fatores: a vontade que as
pessoas estavam de jogar ao vivo novamente, a curiosidade dos jogadores em ver
o nosso novo trabalho e, claro, toda nossa equipe e apoiadores que trabalharam
muito para isso. E aqui abro um parêntese para agradecer à a Liga Suprema e ao Estrela
Bet, patrocinadores do evento. A Suprema dispensa comentários, quem joga poker
online joga na Suprema. E o crescimento do Estrela Bet no âmbito dos palpites
esportivos vai ao encontro da nossa ascensão como federação e como um dos
principais circuitos regionais do Brasil”, conclui.
Em seu discurso de
posse, o novo presidente Eduardo Plettes falou sobre a importância da parceria
com Marcus e como a nomenclatura de presidente e vice era mera formalidade.
“Quando a gente criou
a sociedade do Stars, a gente criou uma irmandade. E desde então são quatro
anos trabalhando e nunca tivemos nenhum tipo de conflito interno dentro da
nossa empresa. Somos irmãos no sentido mais puro da palavra, porque temos a
mesma mentalidade. Fazemos o correto. Eu confio a minha família a ele e o sentimento
é recíproco. É a mesma coisa com o Edmilson, que não está na federação, mas é nosso
sócio. Estamos em um nível tão alto de sinergia que as minhas palavras são
deles e vice-versa”, conta Marcus.
No entanto, Marcus
gosta de deixar claro que a FGP e o CGP são duas coisas completamente diferentes:
“É bom deixar claro, uma coisa é o CGP e outra coisa é a federação. O CGP é uma
empresa que oferece um produto que é chancelado pela federação. A federação
quer exclusivamente melhorar o esporte como um todo; e o CGP, além disso, é uma
empresa que também visa lucros”.
E dentro dessa busca
por melhorias no poker está a pauta feminina. A formação da diretoria, com três
mulheres, já não foi coincidência. “Não há mais espaço no mundo para algo que
não tenha equidade. Infelizmente, o poker sempre foi um esporte predominantemente
masculino. Isso faz com que as mulheres se sintam intimidadas nas mesas, que
sofram com piadinhas, que sejam desrespeitadas. Isso tem que mudar para ontem. Em
reunião, decidimos que um dos pilares da nossa gestão será a defesa da mulher
dentro do poker. Para nos ajudar, convidamos a Laurinha (Cintra), que é jogadora,
tem um nome fortíssimo em todo País e já é engajada com a causa feminina; e a Renata,
que é dealer. Não podemos trabalhar com equidade e achar que é só sobre as
jogadoras. Dealer é uma classe que também precisa ser defendida”, pondera Marcus.
Ter as mulheres em
pauta e uma diretoria com nomes fortes do poker nacional mostra bem o objetivo
na FGP, o que fica ainda mais claro quando Marcus fala sobre o futuro: “Nós
queremos que a nossa federação sirva de modelo para todas federações estaduais.
Com exceção da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em), que faz um
trabalho maravilhoso, as federações, no geral, aparecem muito pouco dentro do
poker. Queremos que a FGP seja um case de sucesso e que nossa mentalidade e
exemplo se perpetue por muitos anos e por todo o Brasil”.