M.J. Gonzales pode ser o melhor jogador de poker de quem você nunca ouviu falar. Não, você não é um alienado. Foi ele quem escolheu o anonimato.
Na maior parte da sua carreira, Gonzales fugiu dos holofotes. Embora os regulares dos high rollers saibam quem ele é, o norte-americano de 34 anos não é alguém que chame atenção fora das mesas mais caras do mundo. O seu objetivo sempre foi ganhar dinheiro, e Gonzales obteve muito sucesso.
Recentemente, o profissional da Carolina do Norte saiu das sombras e começou a ter uma participação ativa em suas redes sociais. Junto com um grupo de amigos, ele também criou o Hybrid Poker, site de treinamento que por muitos anos esteve disponível somente para um seleto grupo de craques do poker.
“Foi uma decisão minha ficar no anonimato até a WSOP 2019. Tudo o que eu queria era imprimir dinheiro e treinar a elite do poker. É por isso que muita gente não faz ideia de quem eu sou”.
Para Gonzales, a sua privacidade era tão importante que ele assinou acordos de sigilo com a maioria de seus clientes importantes, incluindo o hexacampeão da WSOP Daniel Negreanu.
Integrante da equipe que ajudou o canadense no duelo contra Doug Polk, Gonzales não viu seu pupilo sair com a vitória, porém a evolução do jogo do embaixador do GGPoker foi notada por diversas lendas dos heads-up, incluindo o seu algoz.
“Doug é um jogador de HU melhor. Não tem como argumentar. Ele mereceu vencer. Foi incontestável, porém, quando o Negreanu perdia três buy-ins em uma sessão, as pessoas focavam apenas em seu prejuízo. 'Nossa, ele derramou US$ 120.0000’. Isso não é nada em uma partida. Então, o Negreanu amargar uma perda de US$ 1 milhão nos limites $200/$400 após 25.000 mãos disputadas não é um absurdo”, declarou Gonzales ao site da Card Player.
Após o término do embate entre Polk e Negreanu, Gonzales decidiu que era o momento de ele procurar por um confronto semelhante, e o seu primeiro alvo é um dos grandes nomes do jogo.
Em entrevista ao streamer Joey Ingram, Wiktor “Limitless” Malinowski afirmou que estava disposto a enfrentar qualquer oponente. O polonês chegou a dizer que, por conta da dificuldade de encontrar um desafiante, ele estaria disposto a jogar bêbado. Além de topar o desafio, Gonzales conseguiu levar o milionário duelo para os feltros ao vivo.
“Eu vejo o Wiktor como o campeão do povo, certo? Ele lançou esse desafio para todo o mundo e nenhum norte-americano se manifestou. Absolutamente ninguém. Eu então disse: ‘quer saber? Fo*****. Vamos jogar. Vamos ter um pouco de diversão’. Eu não estudei uma grande amostragem do jogo do Wiktor, mas minha leitura é que ele um jogador de 6-max melhor do que de heads-up. Não estou desmerecendo meu adversário. Ainda acho ele um grande jogador, porém o seu forte é o 6-max”.
Gonzales não parou por aí. Ele já aceitou o desafio de outros dois craques, os seus compatriotas Isaac Haxton e Dan Smith. Os detalhes dessas duas partidas, porém, ainda estão sendo finalizados.
Nem todo mundo está no radar de Gonzales. No momento, ele não tem intenção de encarar nenhum dos seus amigos, já quando se trata de uma das maiores lendas do poker a história é diferente.
“Eu largaria tudo e abandonaria todos para enfrentar o Phil Ivey. Eu pararia tudo que estou fazendo. Eu mesmo montaria uma mesa para a nossa partida e aceitaria a quantia que ele quisesse”.
