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Poker na roda gigante de Londres, Federal sofrendo com bad beats e Brasil no pódio. Relembre a participação brasileira no Campeonato Mundial de Poker

Equipe comandada por Marcos Sketch deixou Londres com a medalha de prata


 

23/07/2021 16:40
Poker na roda gigante de Londres, Federal sofrendo com bad beats e Brasil no pódio. Relembre a participação brasileira no Campeonato Mundial de Poker /CardPlayer.com.br
Delegação brasileira composta por Alberoni Castro, Caio Pimenta, Thiago Decano, Alê Gomes, Daniela Zapiello, Christian Kruel, André Akkari, Marcos Sketch, Felipe Mojave e Igor Federal


O poker não tem competições entre países por falta de tentativa. A poucos meses do início da Olimpíada de Londres, a capital inglesa sediou o primeiro Campeonato Mundial de Poker. Organizado pela Federação Internacional de Poker (IPF, na sigla em inglês), o torneio apresentou um formato inovador que aproximava ainda mais o poker de outros esportes da mente, o Pot-Limit Hold’em Duplicate. 


Adaptado do Bridge, nesta modalidade o baralho é preparado previamente, e os jogadores das diferentes mesas recebem as mesmas cartas nas mesmas posições. Por exemplo, se o jogador no Assento 2 da Mesa 1 sair com A-A, todos os outros jogadores do Assento 2 vão ter A-A em suas respectivas mesas, e assim sucessivamente. O bordo também vai ser o mesmo para todos, e vai há um limite de apostas, o famoso “cap”, para que os jogadores possam perder apenas um determinado valor em cada mesa. O objetivo é analisar como diferentes jogadores se portam ao jogar as mesmas mãos.


E o palco dos eventos não poderia ter sido mais especial. A primeira fase foi disputada nas cabines da London Eye, uma roda gigante de 135 metros que é um dos principais pontos turísticos da metrópole europeia. 


Doze seleções foram divididas em dois grupos, e as três melhores de cada chave se classificariam para a final. O Brasil ficou no grupo B, junto com Reino Unido, Japão, Holanda, França e Austrália. O grupo A tinha Estados Unidos, Irlanda, Dinamarca, Espanha, Alemanha e Zynga Poker (considerada a primeira “nação digital” do planeta, seus representantes foram escolhidos através de promoções no facebook).


Coube e Marcos Sketch, do 4Bet Team, definir a escalação do time brasileiro, e ele levou para Londres Alexandre Gomes, André Akkari, Felipe Mojave, Christian Kruel, Thiago Decano, Daniela Zapiello e Caio Pimenta.


Com a roda gigante em movimento, 72 mãos de Duplicate Poker definiram os finalistas do evento. Porém, devido a um erro na contagem dos pontos, a primeira fase precisou ser repetida. Por causa do calendário apertado, somente 36 jogadas foram disputadas dessa vez. Com um grande desempenho de Caio Pimenta, que foi o melhor jogador em seu assento, o Brasil terminou em terceiro do grupo, atrás de França e Holanda. No Grupo A, a Alemanha puxou a fila, seguida de Espanha e da surpreendente Zynga.


A final foi transmitida no site da IFP e mostrou que o Duplicate Poker pode ser um formato bem interessante para a televisão. A comunidade pôde vibrar quando André Akkari descartou rapidamente seu A-J contra um oponente que acertara uma trinca de cincos no flop. Em compensação, na Mesa 6, Alexandre Gomes era o dono dessa mesma trinca e levou todas as fichas do espanhol Oscar Blanco.


Às vésperas do anúncio dos campeões, os brasileiros sabiam que tinha feito uma grande exibição, e a confiança no título era grande. Quando a organização anunciou que Espanha, Holanda, Zynga e França tinham terminado, respectivamente, em 6º, 5º, 4º e 3º lugares, a tensão aumentou ainda mais. Infelizmente, por causa de dois pontos, a Alemanha sagrou-se campeã e tornou-se o primeiro país campeão mundial de poker. No Brasil, nada de lamentações. Ficar à frente de grandes seleções como Estados Unidos, Reino Unido e França mostrou que os jogadores brasileiros podiam competir de igual para igual com quaisquer adversários.


O Campeonato Mundial também teve espeço para um torneio mais tradicional, disputado no padrão freezeout. O The Table reuniu 135 jogadores, incluindo membros das seleções, presidentes de federações e jogadores convidados, como Pius Heinz e Martin Staszko, que protagonizaram o heads-up do Main Event daquele ano. Outra presença ilustre foi a de Charles Nesson, professor de Direito em Harvard, que coordenava na prestigiada universidade um grupo de estudos especializado em poker.


A ação começou quente e só foi interrompida com a formação da mesa final. O primeiro canarinho eliminado foi Felipe Mojave, que deixou a disputa ainda cedo, com dois pares e flush draw contra uma trinca. Com o passar do dia, um a um os representantes brasileiros foram dando adeus ao evento. Quando André Akkari caiu em 14º, coube a Igor “Federal” Trafane, ex-presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold´em, colocar as cores do Brasil novamente em destaque.


No domingo, com a mesa final em andamento, Federal mostrou por que é temido quando entra em campo. Ele e o espanhol Raul Mestre dominaram as ações até a batalha 3-handed, quando dividiram a mesa com a britânica Victoria Coren, ex-Team Pro do PokerStars. E foi justamente naquele momento que o baralho resolveu aprontar. Duas vezes. Ambas contra o “presida”. Primeiro, Vicky dobrou suas fichas com 3-2 contra A-Q de Federal. Depois, novo embate entre os dois. Quando ambos mostraram A-Q, todos esperavam que o pote fosse dividido, mas o bordo deu um flush para a britânica, eliminando Federal na terceira colocação. Além da brilhante medalha de bronze, Federal embolsou 50 mil dólares – metade desse valor foi destinado à CBTH, para um projeto à escolha dos integrantes da seleção. 


“Todo garoto tem o sonho de marcar um gol no Maracanã lotado. Jogadores como Ronaldo, Zico e Romário, com certeza, têm diversas histórias para contar aos seus netos. Esse foi o meu gol no Maracanã”, disse Federal, exibindo orgulhosamente sua medalha de bronze durante entrevista à Card Player Brasil.


Mais tarde, o espanhol Raul Mestre levou a melhor e embolsou US$ 250.000. Vicky Coren, por sua vez, recebeu US$100.000 pelo vice-campeonato. 



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