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NBC National Heads-Up Championship – Vanessa Rousso versus Daniel Negreanu


 

15/07/2009 00:00
NBC National Heads-Up Championship – Vanessa Rousso versus Daniel Negreanu/CardPlayer.com.br


Vanessa Rousso não só chegou às finais do NBC National Heads-Up Championship de 2009, ela também enfrentou uma das competições mais difíceis que qualquer finalista já viu. Apesar de ter mais de $2 milhões em ganhos na carreira, Rousso não fica muito em destaque, e geralmente é notada por sua beleza ao invés de suas proezas no feltro. No entanto, é impossível ignorar o que ela conseguiu nos três dias de jogo no Caesars Palace em Las Vegas, derrotando Doyle Brunson, Phil Ivey, Paul Wasicka, Daniel Negreanu e Bertrand “ElkY” Grospellier, e perdendo apenas para Huck Seed.
A seguir, Rousso discute duas mãos chave que jogou contra Daniel Negreanu no bracket Elite Eight.


Evento: NBC Heads-Up Championship
Blinds/Antes: 2.000-4.000
Jogadores: Vanessa Rousso (90.000 fichas), Daniel Negreanu (230.000 fichas)
Mãos:
Vanessa Rousso: J7
Daniel Negreanu: Ax5x


Mão 1
Em um bordo de JJ44, Vanessa Rousso foi all-in no turn por 60.000. Daniel Negreanu pensou um pouco antes de dizer, “Por que você faria isso?”
Negreanu pagou, mostrando A-5, apenas um ás maior. Rousso mostrou J7, um full-house, e dobrou suas fichas, ganhando uma pequena liderança na partida.


A Entrevista
Julio Rodriguez: Você decidiu fazer um fastplay não muito convencional com suas mãos fortes. Explique essa abordagem.
Vanessa Rousso: Pensei comigo mesma, o que me faria dar call nesse pote? Decidi fazer uma jogada estranha que não achei que ninguém fosse pagar. Então, sabendo que ele a acharia estranha, simplesmente empurrei no turn. Eu sabia que se alguém desse call nessa mão, seria Daniel, e era minha melhor chance de levar algumas fichas dele, principalmente se ele tivesse uma mão fraca, como ás maior.
O outro problema que eu tinha é que meu stack era de apenas 60.000 fichas no turn. Então, se eu pedisse mesa e ele apostasse algo em torno de 25.000, e depois eu empurrasse, era óbvio que eu tinha uma mão forte, e que ele iria dar fold. Ao empurrar no turn, parece que estou buscando um chop no pote com ás maior, ou mesmo algo mais fraco. Felizmente funcionou, minha leitura estava certa, e ele pagou.



Evento: NBC Heads-Up Championship
Blinds/Antes: 3.000-6.000
Jogadores: Vanessa Rousso (170.000 fichas), Daniel Negreanu (150.000 fichas)
Mãos:
Vanessa Rousso: 22
Daniel Negreanu: Q6


Mão 2
Daniel Negreanu deu raise do button para 12.000 e Vanessa Rousso deu call.
O flop bateu 632, e Rousso pediu mesa. Negreanu apostou 12.000 e Rousso deu check-raise para 25.000. Negreanu pagou, e o turn foi 3.
Rousso decidiu pedir mesa, e foi all-in depois que Negreanu apostou 28.000. Negreanu pensou por quatro minutos, cuidadosamente analisando todas as suas opções, antes de dar call por suas últimas 80.000 fichas.
Rousso mostrou 22, outro full-house, e Negreanu mostrou Q6, top pair. Ele precisava de um 3 ou um 6 no river para se manter vivo no torneio, mas um T o eliminou. Rousso chegou às quartas de final, onde derrotou Bertrand “ElkY” Grospellier.


A Entrevista
JR: Incrivelmente, pouco depois de ter dobrado seu stack, você se encontrar na mesma situação com uma ligeira liderança em fichas.
VR: Havia duas coisas acontecendo nessa mão. Uma, ele estava falando demais, e eu descobri que ele tinha acertado parte do flop, apesar de estar tentando fazer parecer que não havia acertado nada. Então, quando o turn deu um par ao bordo com o 3, torci para que ele tivesse uma trinca ou top pair com um 6 na mão. Decidi pedir mesa no turn e deixá-lo acreditar que dei check-raise no flop só para ver onde eu me situava. Eu já planejava ir all-in depois que ele apostasse, e o fiz rapidamente.
É quando a segunda coisa entra em cena. Eu sabia que ele ia pensar que eu não poderia estar fazendo a mesma jogada duas vezes seguidas e com a mesma mão forte. Achei que ele pensou que eu ia mudar um pouco, e ele poderia pagar com qualquer mão. Também achei que ele estava disposto a dar call porque estava frustrado consigo mesmo por dar call com apenas um ás antes. Por exemplo, se ele desse fold e eu tivesse um valete, eu não teria tentado a mesma jogada, já que era mais certo de que ele iria dar fold e manter uma rota conservadora.
JR: Você acha que a afinidade de Daniel para fazer boas leituras o prejudicou muito nessa partida?
VR: Daniel tem orgulho de fazer boas leituras, dar fold em grandes mãos, e pagar com mãos fracas quando acha que a situação é ideal. Eu só me coloquei no lugar dele e fiz a jogada que imaginei que funcionaria contra seus instintos naturais.
Eu sabia, entrando na partida, que para ganhar de Daniel eu teria que sair com mãos muito boas, o que não ia acontecer. Eu não tinha saído sequer com um par antes dos 2, então esse plano rapidamente foi descartado. O segundo plano era jogar melhor que ele pós-flop. Eu tinha que fazer armadilhas com grandes mãos, mas não do jeito normal. Tinha que fazer armadilhas que disfarçariam a força da minha mão, e ainda assim conseguir o máximo de valor nas mãos que eu realmente acertasse.


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