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Linha de Raciocínio – Steve Weinstein


 

23/07/2009 00:00
Linha de Raciocínio – Steve Weinstein/CardPlayer.com.br


Steve “Thorladen” Weinstein é parte da comunidade online desde que os maiores jogos que se podia jogar eram no-limit hold’em de $3-$6. O especialista em cash games construiu sua reputação não só como um jogador temido, mas também como um cara muito legal.
A seguir, ele discute uma mão do Winter Poker Open do Borgata.


A Mão – Apostando por valor em um bordo assustador
Com aproximadamente 100 jogadores restantes no field depois da bolha, Weinstein deu raise de late position com AJ, e foi pago por Jason “jakoon1985” Koon no big blind. O flop bateu J-J-9, dando a Weinstein uma trinca, e ele continuou com uma aposta quando Koon pediu mesa. Koon pagou, e o turn foi um 8. Novamente, Koon resolveu dar check-call em uma aposta de Weinstein. O river foi um 7, colocando um straight de quatro cartas no bordo, e Koon pediu mesa de novo. Weinstein fez uma aposta de quase o tamanho do pote, e Koon pagou com o que disse mais tarde ser K-J.


A Entrevista
Julio Rodriguez: Em que tipo de mão você o colocou? Você acredita que ele estava dizendo a verdade quando disse que tinha K-J?
Steve Weinstein: Eu já havia enfrentado esse jogador antes. Ele ficou em nono lugar no torneio Sunday 500 que eu venci há alguns meses, embora eu não lembre muito bem como ele jogou no evento.
Para ser sincero, não acho que ele tivesse K-J, talvez um par de seis ou algo assim. Acho que o que aconteceu é que ele não conseguia acreditar que eu poderia dar value-bets em um bordo como aquele, e talvez seu par baixo fosse bom o suficiente. É possível que ele tenha me pagado com apenas um ás como carta mais alta. Dizer que tinha K-J foi só um jeito de se poupar.
JR: Muitos jogadores apenas pedem mesa quando o river coloca uma sequência no bordo, você pode explicar por que decidiu apostar, e o que o fez eliminar o 10 do range dele?
SW: Eu poderia facilmente ter pedido mesa, mas uma das vantagens de jogar live é que eu podia pegar bastante informação pela linguagem corporal dele para me dizer, com quase 100% de certeza, se eu tinha ou não a melhor mão. Não era necessariamente uma tell ou algo específico que ele fez, mas depois de tantos anos jogando poker, sei dizer se estou vencendo ou perdendo.
Quando ele me pagou no flop, ele estava me encarando para conseguir informação. O que ele conseguiu foi me dar informação. Se ele está tão preocupado com o que eu tenho, ele deve ter alguma coisa. Se ele tivesse um 10 e estivesse com uma queda no flop, não ficaria me olhando daquele jeito, tentando fazer uma leitura. É uma das coisas a se notar.
JR: Digamos que ele realmente tivesse K-J; você acha que havia algum jeito de ele sair dessa mão?
SW: Claro, ele poderia ter largado pré-flop. É como eu uma vez disse David “bakes” Baker, “Não há vergonha em dar fold em uma mão como essa contra um jogador forte quando você está fora de posição”. Será impossível jogar de forma lucrativa contra esse jogador forte, então é melhor dar fold. Não há nenhuma vergonha nisso, e ainda assim, muitos dos caras com quem eu falo se recusam a largar uma mão assim. Eu me orgulho de dar fold (risos).
Agora, não sei dizer se teria dado fold nessa situação, já posso justificar jogar contra jogadores mais fracos fora de posição, mas se Nick Schulman ou Steve “Mr.Smokey1” Billirakis tivessem me dado raise, e eu estivesse segurando K-J, daria fold facilmente.
JR: Muitos jogadores acham que estão com vantagem em bordos como esse, mas não fazem uma value-bet, temendo que um check-raise lhes tire da mão. Você se preocupou com isso, ou planejava dar call se ele empurrasse?
SW: Depende do meu oponente. Nessa situação, eu estava confiante que tinha uma vantagem, provavelmente teria pagado um check-raise no river. No entanto, quando estou jogando contra um total desconhecido, geralmente dou fold. Jogadores mais fracos quase sempre têm o nuts, ou pelo menos pensam que têm, quando fazem essa jogada. Você não costuma ver um blefe check-raise no river, principalmente em um torneio fraco como esse.
JR: E em um cash game?
SW: Aí a situação é totalmente diferente, e minha resposta muda. Odeio dar informação demais, mas você deve ser capaz de dar call nesse cenário contra bons jogadores, simplesmente porque eles têm a habilidade de fazer essa jogada funcionar. Nomeei isso a “defesa Strassa”. Jason “strassa2” Strasser era um jogador de cash games online há alguns anos atrás, e era conhecido por suas pequenas, muito pequenas value-bets. Então a defesa Strassa é um jeito de se defender contra esse tipo de jogador que lhe destrói com apostas em situações difíceis.
Agora, os bons jogadores de cash games com quem jogo irão rotineiramente dar check-raise no river com nada na mão, sabendo que uma mão de força média com a qual você possa estar apostando pode ser destruída rapidamente enfrentando um raise no final. Então, se um jogador como Scott “mastrblastr” Seiver desse check-raise no river nessa mão em particular, eu teria pagado, ou pelo menos considerado o call.


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