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Kenny Hallaert relembra pior bad beat da carreira: “tudo ficou muito mais fácil após aquele pote”

Jogador conversou com exclusividade com o site da Card Player


 

10/08/2020 16:03
Kenny Hallaert relembra pior bad beat da carreira: “tudo ficou muito mais fácil após aquele pote”/CardPlayer.com.br
Kenny Hallaert também atua como Diretor de Torneios


Uma viagem a Monte Carlo deveria render recordações incríveis, porém algumas bad beats podem estragar até os passeios ao Principado de Mônaco. Em duas edições consecutivas do Main Event do EPT, o Kenny Hallaert deixou a briga pelo título após ter o seu par de ases quebrado. Em entrevista ao jornalista Julio Rodriguez, da Card Player, ele falou sobre esses dois momentos que marcaram o início da sua carreira.


“Eu e Monte Carlos temos um relacionamento de amor e ódio. Em 2009, eu ganhei a vaga para o Main Event. À época, o torneio mais caro que eu havia jogado tinha buy-in de € 1.000. Nessa edição do campeonato, a inscrição era de € 10.000. Eu tive um Dia 1 muito bom e logo no início do Dia 2 eu cai na mesma mesa do Daniel Negreanu. O sonho de qualquer jogador estava se tornando realidade. Após algumas horas, eu consegui eliminá-lo. Eu tenho que dizer que naquela jogada o canadense era favorito, porém eu consegui encontrar dois outs. Antes que eu me desse conta, eu era o chip leader. Eu estava de olho no min-cash de € 20.000, o que era incrível pra mim. Em algum momento do Dia 3, eu perdi um all-in pré-flop com par de ases contra 4-4. Passei a ter 20 bbs a três eliminações do ITM. Duas mãos depois, eu sou eliminado na bolha com par de valetes contra par de reis”.


Em seu retorno ao Main Event do EPT Monte Carlo, Hallaert superou o estouro da bolha, entretanto, o que estava por vir transformou a passagem do belga por Monte Carlo em um pesadelo.


“Eu e o chip leader Matt Perrins estávamos na mesma mesa. De repente, eu encontro par de ases. Eu me recordo dessa jogada muito bem. Do UTG, eu fiz um raise. Um jogador de MP aplicou uma 3-bet, já o CL, no cutoff, respondeu com uma 4-bet. A mesa rodou em fold até mim. Eu optei por uma 5-bet. O MP largou suas cartas, já o líder anunciou all-in. Ele tinha par de reis, e o MP segurava A-K. Então, restava somente mais um K, e nós estávamos brigando por esse pote com cinco vezes mais que a média do torneio. No turn, obviamente, apareceu o K. Eu calculei depois o valor daquele pote, o que eu não deveria ter feito jamais. Valia 400 mil euros. Basicamente, é uma bela casa queimando em frente a você. O eventual campeão Nicholas Chouity foi o único competidor que chegou a ter mais fichas do que havia em jogo naquela mão. Isso deixa claro a importância da jogada quando ainda restavam 37 jogadores no field”.


A frustração no momento da bad beat foi imensa. Hoje, Hallaert defende que a marcante jogada tem muito a ensinar.


“Eu ganhei muita experiência. Tudo ficou mais fácil após aquele pote. Passei a lidar melhor com as bad beats, uma vez que nada vai superar aquela mão. Há o fator sorte no poker e naquele dia ele não estava ao meu lado. Perrins deixou o torneio na 10ª posição. Tirei de lição que mesmo se eu tivesse puxado o pote, não havia garantias de que eu ganharia o torneio ou mesmo ficaria no top 5, o que me renderia os 400 mil euros. Eu poderia até cair na bolha da FT”.


Nas últimas temporadas, tanto no ao vivo quando no online, Hallaert conquistou vários títulos e premiações de seis dígitos. Em 2016, ele conseguiu chegar à decisão do Main Event da WSOP. Eliminado na sexta colocação, Hallaert levou para casa US$ 1.464.258. 




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